Rumo à Masters: Rebirth é o Davi que deseja derrubar o Golias do favoritismo na GC Masters feminina II

Tofer e may contaram sobre a história da equipe, a ascensão no último mês e a vontade de derrotar a FURIA

Foto: Arte/DRAFT5
No melhor estilo Davi contra Golias, a Rebirth eSports entra na segunda edição da Gamers Club Masters Feminina querendo mostrar à comunidade que tem as forças necessárias para derrubar as gigantes FURIA, Severe e 9z na competição. Potencial para tal já mostrou que tem de sobra. Basta observar o desempenho do time nos últimos torneios disputados.Rumo à Masters: Com misto de Brasil e Argentina, 9z tentará conquista inédita na GC Masters Feminina IIRumo à Masters: Embalada por conquista recente, Severe entra como forte candidata na GC Masters Feminina II Com os pés no chão, Gabriela "tofer" Torres mostra que, junto com as companheiras, pode aprontar no torneio: “A gente vem apresentando resultados muitos bons nos últimos meses. Então, precisam tomar cuidado conosco porque tem muito daquilo de “é o time mais fraco’, mas tem, sim, que ficar esperto conosco porque temos mostrado nosso potencial nos torneios”. A história da Rebirth no cenário feminino começou em abril, quando a então formação que vinha defendendo a Submarino Stars acabou sendo dispensada. As jogadoras começaram a atuar sob a tag Fenix e, destas, apenas Mariana "LyttleZ" Sabia faz parte daquela época, enquanto as últimas adições foram Mayara "may" Prado e a chilena Romina "romi" Alvarez. Mariana "LyttleZ" Sabia Gabriela "tofer" Torres Mayara "may" Prado Romina "romi" Alvarez Aída "Churra" Gonzalez Não leu errado quem viu que a Rebirth conta com não só uma, mas duas jogadoras chilenas. A mistura de nacionalidades não gera problema na comunicação do time. É o que afirma tofer. Com a churra a gente nunca teve problema com comunicação porque ela já jogava com as meninas. Então, ela sempre teve uma comunicação em português. Quando a Romi entrou no time, tivemos um pouco de dificuldade no começo a se adaptar porque ela era mais quieta. Mas depois de um tempo ela se soltou bastante e hoje em dia é bem tranquilo de entender”, afirma. Desde que as jogadoras se juntaram sob a tag Fenix, a equipe vem buscando um lugar ao sol, subindo de degrau em degrau no cenário até conseguir a tão sonhada classificação para a segunda Masters feminina. O time, inclusive, tentou uma vaga na edição de estreia, mas sem sucesso. De acordo com Mayara “may” Prado, a frase que define o sentimento por estar na competição é “dever cumprido''. Já tofer, em tom animado, afirma que “a ficha ainda não caiu. (Quando não nos classificamos para a primeira), falei para as meninas, assistindo aquela Masters, que iria me classificar e eu consegui”. May revela que, antes da classificação, o time quase chegou ao fim, mas a vontade de estar presente no Major brasileiro feminino falou mais alto: “Quando conversei com as meninas para continuar com o time, perguntei se todo mundo queria de verdade. É fruto do trabalho. Não estamos só jogando CS. Respiramos CS”. Com exceção da Dell Gaming Liga Feminina válida pelo primeiro trimestre e a primeira Masters feminina, a equipe de may e tofer esteve presente em todos os outros grandes torneios voltado às mulheres. A ascensão da Rebirth começou no 1º Split da BGS feminina, quando então conseguiu alcançar o mata-mata. Posteriormente, disputou o título do Rainhas do Clutch e conquistou a tão sonhada vaga na Masters feminina.
  • Liga Feminina - 2º Trimestre - 5ª/6ª colocação
  • Seletiva GC Masters feminina I - 4ª colocação
  • Liga Feminina - 3º Trimestre - 7ª colocação
  • 1º Split BGS - 5º/6º colocação
  • Rainhas do Clutch - Vice-campeã
  • Liga Feminina - 4ª colocação
  • Seletiva GC Masters feminina II - Classificada
Sobre a evolução do time, tofer aponta que “no último mês saímos de uma derrota para a Soberano na semifinal da BGS para nos classificarmos para a Masters. Foi uma evolução muito grande”.

GOSTINHO DE VINGANÇA

A classificação para a segunda Masters feminina teve um gostinho de vingança para a Rebirth. Isso porque, no duelo valendo a vaga, a equipe derrotou a Black Dragons, a algoz do time na quarta Liga Feminina do ano. Todo mundo queria se classificar. Todo mundo estava ali para dar a vida. Elas se dedicaram muito e a gente se dedicou tanto quanto. Só calhou de dar mais certo para gente. Elas jogam muito. Foi muito difícil. Não é atoa que, quando finalizamos o jogo ganhando, foi um peso que tiramos das costas porque sabíamos que ia ser assim. Mas a gente ia dar a vida até a final”, afirma a may. O time estreou na seletiva para a competição vencendo a Black Hawks por apertados 16 a 14 na Overpass. Contra a Black Dragons, na semifinal da tabela principal, mas uma vitória suada: 19 a 16 na Nuke. Contudo, no primeiro duelo valendo a vaga, o time não foi capaz de derrotar a 9z Team, perdendo por 16 a 11 na Inferno. O revés jogou a Rebirth para a repescagem, na qual novamente foi superior a Black Dragons, com um 2 a 0 na série que garantiu a classificação. As parciais foram 16 a 14 na Train e 16 a 13 na Overpass. Tofer relembra o jogo dizendo que ela e as companheiras sabiam que seria uma série bem pegada: “Esperávamos um resultado assim porque as meninas vinham bem fortes. Desde o começo, botamos na cabeça que não iríamos ter um adversário fácil (na seletiva), que nada estava ganhando e que precisávamos dar a vida”. A jogadora fala ainda que a classificação em cima de uma das principais equipes do cenário serve para calar a boca de quem subestimava a Rebirth. “Nunca botaram fé. A BD tem uma torcida muito grande e é gigante no cenário. Acho que nunca botaram fé que íamos ganhar, ainda mais na fina lower. Ninguém botou fé e a gente conseguiu fazer”.

O BOOST CHAMADO RAINHAS DO CLUTCH

Antes de disputar a seletiva para a segunda Masters feminina, a Rebirth esteve presente no Rainhas do Clutch, torneio o qual tofer acredita que foi primordial para a classificação do time porque lá o time pôde ter uma noção do que viria pela frente. Nesse campeonato começamos a direcionar nossos treinos de acordo como FURIA, Black Dragons e 9z jogavam. Então, a gente pegou a FURIA como exemplo de jogo que poderíamos pegar no closed, que eram jogos mais difíceis e que teríamos um esforço maior em rounds decisivos. Então, foi muito bom ter jogado um campeonato antes da seletiva”, opina.

FURIA: A EQUIPE A SER BATIDA

Categórica, tofer classifica FURIA como a principal adversária da Rebirth, apesar de reconhecer que 9z e Severe “são equipes muito fortes”.  É o time que todo mundo quer ganhar. A Severe e a FURIA estão muito próximas, com a Severe quase tendo ganho da FURIA. Mas a FURIA é nossa principal rival”, aponta. Olhando para as equipes que a Rebirth enfrentará na segunda Masters feminina, a Severe foi a única que o time ainda não jogou contra nas grandes competições. May vê o fato com bons olhos, apesar de também favorecer o time rival: “Querendo ou não a gente se conhece dentro do jogo. Só que ainda temos tempo para mudarmos algumas coisas”.

 CENÁRIO FEMININO

Diante os desafios enfrentados pelo mundo nesse ano marcado pela pandemia causada pelo novo coronavírus, o cenário feminino brasileiro se manteve em alto nível, com pelo menos dez bons campeonatos no calendário. Em comparação às temporadas passadas, may afirma que, “com certeza, o cenário melhorou. O que a Gamers Club fez, passando ter quatro ligas no ano, além de premiações maiores foi muito bom. Jogo CS:GO desde 2016 e nem se compara. O nível aumentou muito, não é só espanco que acontece nas partidas”. Contudo, a veterana sente falta dos presenciais já que todo mundo quer jogar uma LAN. E, olhando para o futuro, may espera que os torneios femininos cada vez mais sejam considerados pela comunidade tendo a mesma importância que os masculinos.