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Retrospectiva 2025: veja como foi o ano da FURIA

Da melancolia à glória, clube fez aposta ousada e colheu grandes frutos

por / 20 de dez de 2025 - 19:30 / Capa: Divulgação/StarLadder

Da melancolia às glórias, o 2025 da FURIA começou em marcha lenta, mas decolou após uma aposta ousada na internacionalização e em jogadores que elevaram o nível do clube brasileiro a um patamar nunca antes vistos. Relembre, em detalhes, como foi o ano furioso.

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A MELANCOLIA

Embora tenha terminado 2024 com uma boa campanha no Major de Xangai, a FURIA pouco teve a celebrar nos primeiros meses do ano, sendo eliminada precocemente tanto da BLAST Bounty Spring 2025, quanto da IEM Katowice 2025.

Primeiros meses do ano foram verdadeiramente melancólicos para a FURIA | Foto: Stephanie Lindgren/BLAST Premier

Na ESL Pro League S21, por mais que tenha sobrevivido com dificuldade à primeira fase, sequer conseguiu chegar perto dos playoffs. Na BLAST Open Lisbon 2025, um verdadeiro vexame: depois de ser derrotada pela sempre perigosa Natus Vincere na estreia, sucumbiu à modesta M80 de forma verdadeiramente traumática para ser eliminada dentre as lanternas do torneio.

Uma fraquíssima campanha na PGL Bucharest 2025, onde a equipe venceu apenas um dos quatro jogos que disputou, acabou sendo o estopim para mudanças mais do que profundas no plantel furioso.

APOSTA OUSADA

Marcelo "chelo" Cespedes e Felipe "skullz" Medeiros acabaram sendo preteridos em prol da internacionalização do time, que surpreendeu o mundo ao buscar no até então desconhecido Danil "molodoy" Golubenko o pilar para uma nova era na FURIA.

Para ajudar a acomodar o cazaque, o experiente Mareks "YEKINDAR" Gaļinskis também foi contratado até o fim do Major de Austin, chegando ao clube brasileiro com a missão de recuperar a boa forma que o fez ser um dos melhores entry fraggers do planeta no passado.

Por mais drásticas que tenham sido, as trocas surtiram um efeito quase que imediato na PGL Astana 2025, onde a equipe liderada pelo agora rifler Gabriel "FalleN" Toledo deixou para trás GamerLegionMIBR ODDIK para alcançar as quartas de final, onde voltou a vencer o MIBR para progredir às semifinais.

FURIA deixou boa impressão no primeiro compromisso com molodoy e YEKINDAR | Foto: Sebastian Pandelache/PGL

Embora tenha esbarrado na gigante Team Spirit - não sem uma boa luta -, a primeira impressão foi bastante positiva. Menos de 24 horas depois, FURIA já havia cruzado mais de 10 mil quilômetros rumo aos Estados Unidos para disputar a IEM Dallas 2025.

Se já não seria fácil passar pela The MongolZ em circunstâncias convencionais, a longa viagem não facilitou as coisas para os furiosos, que caíram diante da equipe asiática e, apesar da vitória sobre a Lynn Vision, sucumbiu à GamerLegion e acabou eliminada na 9ª/12ª posição no último compromisso antes do Major de Austin.

No principal campeonato da modalidade, a FURIA mais do que uma grande campanha, passaria um recado ao marchar com tranquilidade pelo Stage 2, onde desbancou Lynn Vision, M80 e B8 para avançar com saldo de 3V-1D, sendo o único revés diante da paiN.

No Stage 3, uma impecável campanha com vitórias sobre The MongolZ, Aurora e Virtus.pro colocaria FalleN e companhia nos playoffs com 3V-0D, marcando o retorno dos brasileiros à etapa decisiva do maior espetáculo do cenário mundial pela primeira vez desde o IEM Rio Major 2022.

FURIA acabou não sendo párea para a paiN em Austin | Foto: Michal Konkol/BLAST.tv

Quis o destino que, logo no jogo que marcava o retorno do país aos playoffs, FURIA e paiN precisassem medir forças por vaga nas semifinais. Apesar do favoritismo furioso, como diria o filósofo Mário Jardel, "clássico é clássico, e vice-versa."

Embora estivesse na liderança da Inferno, terceiro e decisivo mapa do embate, por 7-1, a equipe liderada por FalleN dormiu no ponto e viu Rodrigo "biguzera" Bittencourt e companhia cavando uma épica virada, consumada na prorrogação por 12-16 no jogo que pôs fim à campanha furiosa em Austin, bem como ao semestre de seus rivais.

COLHENDO OS FRUTOS

É bem verdade que o segundo semestre do ano não começou da melhor forma possível, vide a eliminação ainda na fase de grupos da FISSURE Playground #1 após um par de derrotas diante da SAW, mas talvez nem mesmo o mais otimista torcedor brasileiro pudesse esperar o que o futuro reservava à FURIA.

Foi preciso dar uma resposta imediata já na IEM Cologne 2025, onde Gabriel "FalleN" Toledo e companhia deixaram para trás FlyQuestAstralisFalcons - esta despachada em jogo onde Maxim "kyousuke" Lukin produziu números assustadores - e G2 para alcançarem os playoffs.

FURIA começou o semestre mostrando evolução, mas pecando na consistência | Foto: Viola Schuldner/ESL

Uma dramática derrota diante da MOUZ nas quartas de final machucou, mas mais uma vez foi possível ver sinais de evolução. O desempenho, contudo, não se repetiu no classificatório para a BLAST Bounty Fall 2025, onde os furiosos acabaram assombrados pelo fantasma da Team Liquid outra vez.

Vieram então quase três semanas sem compromissos oficiais, onde a FURIA pôde arrumar a casa ao se dedicar exclusivamente aos treinamentos. Foi aí que a virada de chave parece ter acontecido.

Despachando as favoritas Team Spirit MOUZ, a equipe brasileira conseguiu garantir vaga nas finais da BLAST Open London 2025 onde, embora não tenha conseguido passar pela G2, eventual campeã, novamente apresentou um Counter-Strike de encher os olhos.

Gradativamente transformando os playoffs em rotina, a escalação treinada por Sid "sidde" Macedo retornou então à Sérvia para disputar a FISSURE Playground #2 e, depois de tanto bater na trave, conseguiu o tão sonhado título.

FURIA pouco a pouco transformou os playoffs em algo rotineiro | Foto: Sophie Skittle/BLAST Premier

Por mais que VitalityMOUZ Team Spirit não tenham marcado presença em Belgrado, a FURIA vitimou Team LiquidG2paiNAstralisFalcons The MongolZ no caminho até o lugar mais alto do pódio, recolocando o Brasil no topo de um torneio Tier-S após mais de sete anos.

Na sequência, veio a ESL Pro League S22 e a "ressaca do título" pareceu pesar na primeira fase, onde os furiosos só garantiram a classificação no quinto e último dia depois de perderem para HOTU Legacy e ficarem à beira da eliminação.

O Stage 2, apesar disso, foi mais tranquilo e, a não ser por uma derrota diante da G2, o caminho da FURIA não teve grandes turbulências. Apesar disso, vencer a Vitality, tão sedenta por um título no segundo semestre, foi um desafio grande demais para a equipe brasileira, que parou pelas quartas de final.

De todo modo, a campanha na Suécia teve saldo positivo para os furiosos, que foram então à disputa da Thunderpick World Championship 2025, campeonato de menor calibre, mas com alguns bons nomes na briga, caso de The MongolZAurora Natus Vincere.

FURIA deu mais um recado ao mundo com título da TWC 2025 | Foto: Divulgação/Thunderpick

Todas elas, todavia, não foram páreas para a FURIA, que despachou uma a uma das concorrentes na luta pelo troféu, com destaque para a épica virada na decisão do torneio diante da Natus Vincere, que chegou a abrir dois a zero de vantagem na MD5.

Mesmo com os furiosos acrescentando um par de troféus à galeria do clube em menos de um mês, os mais céticos ainda duvidavam da capacidade da equipe de competir com as principais forças do planeta.

Foi aí que veio a IEM Chengdu 2025 para provar o contrário. Embora tenha deixado a vaga direta nas semifinais escapar ao perder um jogo extremamente competitivo contra a MOUZ, a FURIA não se deixou abalar.

Mantendo a freguesia tanto da The MongolZ, quanto da Falcons, a equipe brasileira marchou rumo à grande final para enfrentar o "chefão" do torneio, como definiu o próprio FalleN ao falar sobre a Vitality.

Fato é que, apesar do jogo ter sido extremamente pegado, o time de astros europeus não conseguiu sequer arrancar um mapa da FURIAque cravou um convincente três a zero na série para erguer o troféu e, mais do que isso, mostrar que o Brasil voltou de vez.

FURIA provou que pertence ao Tier-1 com título em Chengdu | Foto: Enos Ku/ESL

Não houve tempo para celebrar o incrível feito na China, já que a BLAST Rivals Fall 2025 teria início poucos dias depois. Dessa vez, contudo, nada de ressaca do título.

Depois de despachar a paiN em jogo eletrizante na estreia, a FURIA voltou a vencer a Vitality com direito a atropelo na Inferno para avançar diretamente às semifinais da competição, onde derrotou as tropas de Rodrigo "biguzera" Bittencourt outra vez.

Por mais que a Falcons tenha aberto a decisão com um humilhante 13-3 na Inferno, cortesia do melhor mapa da carreira de Damjan "kyxsan" Stoilkovski, a FURIA não se deixou abalar.

Nem mesmo a incrível sede dos rivais por um troféu - e um campeonato memorável por parte de Ilya "m0NESY" Osipov - foi capaz de parar os brasileiros, que buscaram uma autoritária virada para fazerem a festa em Hong Kong.

Com 4 títulos em 5 possíveis, FURIA chegou ao Major de Budapeste com a confiança nas alturas | Foto: Jonathon Yau/BLAST Premier

SEM FINAL FELIZ

Com 4 títulos em 5 possíveis, a FURIA aterrissou em solo húngaro para a disputa do StarLadder Budapest Major 2025 como grande postulante ao título, permitindo que o torcedor brasileiro voltasse a sonhar com o troféu mais cobiçado da modalidade após longos anos de espera.

Sem tirar o pé do acelerador, a equipe liderada por FalleN começou sua trajetória na Hungria em grande estilo, batendo a Natus Vincere por 13-2 com direito a 12-0 de CT na Nuke e, na sequência, desbancou Imperial e G2, também com muita autoridade, para cravar a vaga nas quartas sem cerimônia.

Mas, assim como a SK que chegava ao PGL Major Kraków 2017 com três títulos consecutivos, a FURIA sequer conseguiu passar das quartas de final, caindo pelas mãos da vingativa Natus Vincere em jogo pra esquecer.

O fim é triste | Foto: Divulgação/StarLadder

FUTURO PRÓSPERO?

Por mais que o conto de fadas furioso não tenha tido um final feliz, o futuro parece ser próspero para a FURIA, que pela primeira vez em muitos anos parece ter um bom ponto de partida para a próxima temporada.

Com molodoy se consolidando como um dos melhores AWPers do planeta, YEKINDAR vivendo um verdadeiro arco de redenção, KSCERATO provando pertencer à elite do Counter-Strike e Yuri "yuurih" Santos se reinventando em novas funções, o caminho está pavimentado.

A única ressalva, contudo, é o capitão FalleN, que mesmo sem a AWP em mãos segue conhecendo os atalhos e sendo um dos melhores líderes do planeta, mas não esconde o desejo de parar de jogar num futuro não tão distante.

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