Prévia: Com briga pelo topo e mudanças históricas, DreamHack Masters Malmo começa nessa terça

Um dos torneios mais tradicionais de CS:GO, o DreamHack Masters está de volta nesta terça-feira (1) à cidade sueca de Malmo. Com um formato gsl de eliminação dupla, as dezesseis equipes presentes estarão divididas em dois grupos de oito cada, tendo a rodada de abertura jogos MD1, seguindo para partidas MD3 no restante do torneio. O primeiro colocado de cada grupo avança direto para as semifinais, enquanto o segundo e terceiro seguem para as quartas. A competição distribuirá $250 mil em premiação e será sediada na MalmöMässan durante a fase de grupos, seguindo para a Malmö Arena durante os playoffs, que poderão ser acompanhados presencialmente.

Confira a divisão das equipes nos grupos:



Reunindo algumas das melhores equipes do mundo, o torneio marca um momento único na história recente do jogo. Com uma dança das cadeiras agitada no período pós Major, muitas equipes estão em processo de reconstrução, enquanto as que mantiveram seu elenco junto seguem na briga pelo topo. A FURIA é a única representante brasileira na competição, e contará com a estreia de Henrique "HEN1" Teles na partida contra os franceses da G2 Esports, já nesta terça(1) às 7 horas da manhã.

EMBATE DE "ERAS"



Existe um grande perigo ao usar a palavra "era" no CS:GO. Enquanto ela nos dá o sentimento de importância, imponência e poder, não há uma definição correta de quando utiliza-lá. Já presenciamos a Fnatic, SK e Astralis como alguns dos times que alcançaram essa honra, e principalmente, a unanimidade de todo o cenário sobre a consolidação de suas eras. Durante o DreamHack Master Malmo poderemos observar três equipes que estiveram em patamares distintos para criar suas eras.

A primeira delas é a Astralis, time que firmou o pé e se tornou para muitos a maior equipe da história do CS:GO. Um equipe que enfileira três Majors seguidos, vencedora de Intel Grand Slam, e mais de uma dezena de títulos desde sua formação atual no início de 2018. Esse time que venceu, mesmo não sendo o favorito, o Starladder Berlin Major, e que todos sabem que é favorita para qualquer campeonato que colocar os pés, ou as mãos, para disputar. A genialidade de Lukas "gla1ve" Rossander, o igl mais "baludo" que temos na atualidade, misturada à constância do inúmeras vezes MVP Nicolai "dev1ce" Reedtz, somada à um jogo de equipe apurado, resulta nos dinamarqueses chamados de rôbos.

A genialidade, entretanto, foi barrada nos últimos meses pelo faro de kill, habilidade bruta e uma capacidade de fraggear que apenas uma das maiores organizações do mundo conseguiria unir. A Team Liquid fez quase tudo certo para se tornar unanimidade como um time que escreveu uma era. Quase. Foram seis títulos sequenciais, $825 mil em premiação, além de $1 mi do Intel Grand Slam, uma série quase tão vitoriosa quanto a dos dinamarqueses. O "quase" fica na conta do mesmo Major de Berlin, torneio em que o time norte-americano chegou como franco favorito, mas não correspondeu às expectativas.



A grande oportunidade de refutar o momento não tão bom seria uma vitória no primeiro campeonato em lan da Liquid após o Major. O objetivo era derrotar os oponentes e sagrar-se vitoriosa do ESL One New York, mas o time tropeçou novamente nos dinamarqueses, e viram um novo postulante a melhor time surgir.

De roupa nova mas caras conhecidas, a Evil Geniuses chegou como forte candidata aos primeiros lugares em Nova York. A ex-NRG vinha de uma série em crescimento desde a vitória no Minor das Américas, que resultou na quarta colocação do time no Major. As adições de Tarik "tarik" Celik e Peter "stanislaw" Jarguz provaram ser o que faltava em um time que figurava entre os dez melhores do mundo há muito tempo. Com poder de fogo de sobra e um estilo tática que destruiu todos os adversários, a EG perdeu apenas um mapa em todo o ESL One New York, a Train na prorrogação da grande final contra a Astralis(22-20).

Os novos azuis agora trilham o primeiro passo da criação de uma "era", uma vitória incontestável sobre os melhores. O time precisa alcançar muito mais vitórias, e passar por desafios maiores do que um campeonato de oito equipes, mas ficou claro que um novo cenário surge no CS:GO, e ele trás mais times como postulantes aos títulos. A EG chega como uma das favoritas ao DH Masters Malmo, e tentará repetir os passos que sagraram o subestimado stanislaw campeão.

CARAS CONHECIDAS, OBJETIVOS NEM TANTO



Algumas equipes promoveram mudanças profundas em suas equipes procurando vôos mais altos, mesmo que o time tenha vencido um ou outro campeonato em 2019. A vítima mais recente dos cortes foi Christopher "GeT_RiGhT" Alesund, que deixará de vestir a camisa da Ninjas in Pyjamas após sete anos de serviço. A equipe sueca optou por não continuar com a lenda, eleito duas vezes melhor do mundo, e assinou com o awper Simon "twist" Eliasson, conhecido do cenário sueco pelo tempo na GODSENT e Fnatic.

Outra que seguiu o mesmo caminho sueco foi a FURIA Esports. O esquadrão brasileiro pegou o público de surpresa ao colocar Rinaldo "ableJ" Moda no banco e assinar com Henrique "HEN1" Teles. Durante 2019 a equipe chegou a estar entre as melhores do mundo, mas recentemente sentiu a maratona de eventos. Os títulos em torneio de menor expressão não foram o suficiente para manter a line, que tem contrato de cinco anos, junta até o próximo Major. A mudança deve trazer mais liberdade ao capitão Andrei "arT" Piovezan, além de criar situações para um setup de duas awps de ofício.

Os brasileiros irão estrear sua nova line contra os franceses da G2 Esports que recentemente anunciaram a saída de Richard "shox" Papillon. O jogador e igl estava na equipe francesa desde 2016, e já foi considerado um dos melhores do mundo. Sua saída deixa uma grande dúvida no ar já que até o momento a G2 não anunciou seu substituto permanente. A vaga foi ocupada por Fabien "kioShiMa" Fiey no ESL One New York, mas detalhes sobre o futuro ainda não foram revelados.



Os franceses formalizaram a transferência de shox para a Vitality, outro time que já chegou ao patamar de um dos melhores do mundo, mas perdeu força nos últimos meses. A equipe removeu seu segundo caller, o bicampeão de Major Nathan "NBK-" Schmitt por problemas internos. O time busca voltar ao topo com essa nova adição, aproveitando o talento de Mathieu "ZywOo" Herbaut, que não tem sido capaz de manter o mesmo nível das apresentações do início do ano.

Outros times mudaram suas equipes há mais tempo, mas terão seu primeiro grande teste em Malmo. ENCE, Fnatic e Natus Vincere entram na categoria de times com saídas anunciadas há algumas semanas, mas pouco tempo para testar as mudanças. A ENCE já conseguiu testar o substituto de Aleksi "Aleksib" Virolainen, Miikka "suNny" Kemppi, desde o Major, mas sem obter grande sucesso. Os finlandeses tem recebido críticas por terem trocado seu ex-igl por um jogador que estava parado sem jogar há quase seis meses.



Fnatic e Navi apostaram na filosofia do "um bom filho a casa torna", trazendo o retorno de figuras conhecidas como Robin "flusha" Rönnquist, Maikil "Golden" Selim e Ladislav "GuardiaN" Kovács. Os suecos desistiram da formação com o contestado Richard "Xizt" Landström após o fracasso em conseguiram uma vaga no Major. Twist também deu adeus ao time e foi para a NIP ocupar a vaga de GeT_RiGhT.

Após perder o igl Danylo "Zeus" Teslenko a equipe CIS da Navi resolveu trazer de volta um velho conhecido. O retorno de GuardiaN, que estava na FaZe Clan, representa um awper de ofício para dar maior liberdade ao talentoso Oleksandr "s1mple" Kostyliev. Os dois jogadores tiveram problemas de relacionamento durante a primeira formação que fizeram parte, entre 2016 e 2017, mas o tempo e a experiência adquiridas parecem ter sido o suficiente para a organização ucraniana apostar na dupla novamente.

PARADOS, MAS PERIGOSOS



Algumas equipes chegam ao torneio sem grande pompa, como times que não são esperados como vitoriosos, mas devem causar problemas e podem chegar longe. A principal estrela dessa constelação é a mousesports. Os comandados de Finn "karrigan" Andersen não foram convidados para o torneio, o que os obrigou a obter a vaga pela classificatória europeia. O "ratos" contarão mais uma vez com a juventude de David "frozen" Čerňanský e Robin "ropz" Kool para conseguir um resultado melhor do que o decepcionante quarto lugar na V4 Future Festival.

Quem está na mesma situação da mouz é a dupla dinamarquesa OpTic Gaming e North. Se o time de Mathias "MSL" Lauridsen já teve oportunidades para provar a qualidade de sua formação e acabou falhando, o mesmo não pode ser dito de Valdemar "valde" Bjørn e cia. A North ainda não atuou desde a decepcionante campanha no Major, mas, assim como seus compatriotas da OpTic, são adversários que sempre derrubam os desavisados.

CLASSIFICADOS E ZEBRAS



Fechando a lista das dezesseis equipes estão os três classificados de regiões menos poderosas, América do Norte, Oceania e China. Os classificados dessa região foram Envy, Grayhound Gaming e TYLOO, times que chamaram pouca atenção para seu jogo recentemente, e terão de começar uma boa sequência na Suécia.

Todas as três fizeram mudanças em suas lines ainda nesse mês, com os norte-americanos adicionando Ryan "ryann" Welsh, ex-Singularity, os australianos Joshua "INS" Potter, que estava na ORDER, e os chineses trazendo de volta do banco YuanZhang "Attacker" Sheng após menos de um mês com ZhengHao "DANK1NG" Lv. Essas equipes tentarão surpreender na MD1 para conseguir ir mais longe no torneio, mesmo com a possibilidade de classificação sendo remota.

Para mais detalhes sobre o campeonato, jogos, e transmissões ao vivo não deixem de acessar a página de próximas partidas.