Longe dos holofotes dos grandes torneios em que estava acostumado a se apresentar, Eduardo "
eduzin" Chagas vive hoje uma vida bem diferente daquele que o apresentou pro mundo como integrante da
MIBR e um dos maiores jogadores do cenário competitivo de
Counter-Strike do Brasil naquela época. Aos 38 anos, eduzin não se afastou completamente do jogo de FPS da
Valve e ainda acompanha os principais torneios. No entanto, uma vida profissional agitada faz com que ele trabalhe nos bastidores da tecnologia. Formado em Ciência da Computação, Eduardo Chagas deixou a MIBR em 2006 junto com a participação em torneios de Counter-Strike.
Ainda assim, o ex-jogador ainda continua
"na área nerd", como ele mesmo se define, mas como engenheiro de softwares. Ou apenas
"desenvolvedor e programador", uma definição mais simples dada por Eduardo Chagas.
"Fico preocupado em acabar viciado de novo e ficar horas e horas jogando", diz.
DO INÍCIO AO FIM NA MIBR A história de eduzin no Counter-Strike se resume basicamente à MIBR. Apesar de ter passado pela
Challenger e
Arena, o jogador fez parte da mudança de nome e da famosa história do nome da organização
já citada por Eduardo "Corassa" Corassa no primeiro episódio do POA. A trajetória, no entanto, começou por acaso.
Nos primórdios da MIBR, eduzin ficou na equipe até 2006 | Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal Apesar de ter a primeira experiência com um time profissional em 2001, Eduardo Chagas entrou no primeiro servidor de Counter-Strike ainda na versão beta no século passado, em 1999. Na época, grande parte do público atual do
Global Offensive e leitores desse artigo sequer pensavam em dar os primeiros passos na vida.
"Se eu não me engano era a versão 5.1, mas comecei a jogar mais na 6.1. Comecei a jogar online e a gostar bastante. Comecei a conhecer e conversar com a comunidade. Fui jogando, brincando e peguei gosto pelo jogo. Comecei a frequentar a lan house Challenger quase todo dia e acabei entrando como sexto player", disse eduzin. O desenvolvimento rápido de eduzin como jogador não demorou para ser recompensado. Uma das principais peças do time formado por Eduardo "
pred" Velloso, Eduardo "
corassa" Corassa e Rafael "
pava" Pavanelli. Dentre as conquistas com essa e outras formações, eduzin guarda com carinho as memórias do início da carreira competitiva. Vestindo a camisa da organização, o primeiro título relevante veio em 2003. Na época, Eduardo Chagas começou o ano conquistando a
LatinCup 2003, mas seria apenas o primeiro troféu da equipe naquele ano. Isso porque eles ainda venceriam a
ESWC Brazil 2003 e a
WCG Brasil do mesmo ano.
"Aquele começo era algo muito mágico. Jogávamos por amor, não por dinheiro. Era tudo novidade, um jogo novo, pessoal se conhecendo. O sentimento era único. A gente pensava em se destacar, mas não imaginávamos que até hoje teria um nome forte no cenário", relembra eduzin sobre o início da carreira.
RETA FINAL NO CENÁRIO COMPETITIVO E ADEUS À MIBR Em 2006, Eduardo Chagas levava uma vida que o afastava cade vez mais do Counter-Strike. Mesmo sem vencer nenhum título relevante nessa temporada, eduzin tem muito do que se orgulhar da
CPL Chile vencida no ano anterior. No entanto, o troféu conquistado acabou não sendo o suficiente para manter o jogador na MIBR ou em qualquer outra equipe. De acordo com ele, ser
"um dos mais velhos" da organização pesou muito na decisão de largar o jogo.
"Quando eu parei tinha 25 anos, e na época era uma idade super avançada porque a gente ganhava pouco dinheiro para sobreviver".
Jogador iniciou a equipe ao lado de corassa ainda quando eram Arena | Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal No entanto, foi apenas após a saída de Raphael "
cogu" Camargo para a
MIBR.sp que eduzin optou por largar o jogo de vez. De acordo com ele,
"já estava sob pressão para terminar a faculdade". "Eu meio que cedi caminho à meninada. Achei que tinha que me dedicar à outras coisas na época", revela. Apesar de não prever o futuro, a saída de eduzin da MIBR foi, aparentemente, o melhor para as duas partes. Enquanto o AWPer se dedicava à outras coisas, a organização vencia a
fnatic na
ESWC 2006, um dos principais títulos do Brasil no cenário competitivo de Counter-Strike.
OS CONTATOS COM O COUNTER-STRIKE Apesar de já ter assumido o receio que possui de se viciar novamente no FPS da Valve e de estar por dentro dos grandes campeonatos, eduzin fala também sobre novos times, entre eles a
FURIA. Além disso, a
ESL One Rio Major 2020 estava entre os planos do ex-jogador até ser adiado em função da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
"Hoje também tenho visto um pouco da FURIA quando eu posso. Os eventos eu sempre tento ir. Fui na DreamHack Rio, na BLAST São Paulo. Também estive presente no retorno da marca e foi super legal. Estava com planos de ir para o Major, mas foi adiado. Acompanho na medida do possível". Apesar disso, Eduardo Chagas falou sobre o pouco (ou quase nenhum) contato que teve com o Global Offensive.
"Não jogo mais. Inclusive joguei pela primeira vez na casa do pava, quando fui visitá-lo". E, pelo visto, mesmo que quisesse não poderia, já que o computador não resistiria ao jogo.
"Até porque meu computador tem uma placa de vídeo onboard e não aguenta rodar nem o 1.6, que dirá o CS:GO", brinca.