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Os melhores no Brasil em 2020: (17) – biguzera

Biguzera e paiN ficaram quase 90 dias sem disputar torneios e no fim de agosto ainda rumaram ao NA, impedindo uma posição mais alta na lista

por Guilherme 'Guiki' Cerdera / 09 de Jan de 2021 - 17:51 / Capa: Arte/DRAFT5
Depois de ter sido eleito o segundo melhor jogador no Brasil de 2019 pela DRAFT5, Rodrigo “biguzera” Bittencourt tinha seus planos ao lado da paiN Gaming traçados. Ir para o exterior, conquistar experiência, evoluir e começar a vencer torneios. Como tantos outros planos e sonhos no ano de 2020, o de biguzera foi interrompido.

O jovem jogador natural de Niterói (RJ) conheceu o jogo por meio de seu irmão mais velho, e, como é de costume com jogadores, aprendeu a esperar a vez de jogar no computador compartilhado pela família.

UMA ENTRADA "TARDIA"   

É bem verdade que um jogador de apenas 20 anos ainda é muito jovem para o CS:GO, mas entrar no cenário competitivo com essa idade é atípico. Enquanto o biguzera começava a brilhar no servidor, o Rodrigo acompanhava as aulas de Ciências Contábeis na faculdade.

Biguzera começou a trilhar o caminho de jogador ainda em 2017 com a FK Team, equipe de Niterói que disputava os campeonatos de base online. O foco no competitivo passou a existir em 2018, com a equipe disputando mais campeonatos e classificatórios.

O time evoluiu, e após vencer a Liga Amadora foi vice campeão duas vezes da Liga Principal, atualmente chamada de Desafiante. A confiança de que aquele seria um caminho viável cresceu, e bigu decidiu correr atrás do sonho de se profissionalizar.

Ao lado de companheiros da Latam Pro League (LPL) formou a NO.ORG. O time contava com nomes que brilharam em níveis diferentes, como Arthur “f4stzin” Schmitt, Rodrigo “rood” Gomes, Matheus “Dropzera” Santos e Eduardo “dumau” Wolkmer.

Biguzera faz frag insano em derrota de sua equipe / Reprodução: HLTV


Com essa line o time rapidamente cresceu no cenário brasileiro, alcançando o título da Liga Principal de novembro de 2018. O time alcançaria ainda o segundo lugar na ESL Brasil Premier League Season 7, onde a NO.ORG conseguiu chegar até a final, caindo para a DETONA por 2-0.

Biguzera se destacou naquela partida por, mesmo perdendo por 16 a 8, ter feito 41 abates. Seu nome tornou-se nacionalmente conhecido neste momento, e os holofotes se voltaram ainda mais para o jovem achado do cenário brasileiro. Foram três meses de NO.ORG e em seguida a proposta da ex-Wild (melhor time do Brasil naquela altura).

VESTIU A CAMISA TRADICIONAL

Foto: paiN Gaming


Bem que biguzera gostaria de dizer que foi só vestir um dos mantos mais tradicionais que e não teve pra ninguém. Mas a história de um grande astro não se constrói com apenas vitórias, e foi assim também na paiN.

A chegada ao lado de Maxcel “maxcel” Rocha para suprir as saídas do primeiro e quinto melhores jogadores a atuar no Brasil em 2018, Lucas “Destiny” Bullo e Denner “KHTEX” Barchfield, não seria tarefa fácil.

A base da Team Wild havia vencido tudo na temporada anterior a sua chegada, e a pressão já se instaurou após maus resultados inicias. A troca de maxcel pelo ex-companheiro de NO.ORG Arthur "f4stzin" Schmitt começou a surtir efeito e a equipe encontrou seu norte.

Já em abril o time viajou para o StarSeries & i-League CS:GO Season 7, consagrando a estreia de bigu em LAN, e ainda por cima internacional. O jogador teve oportunidade de enfrentar equipes como FaZe Clan e BIG Clan, um salto extraordinário para quem nem profissional era um ano antes. Seu primeiro lance num presencial seria um 1v3 contra a FaZe.


"Pra mim é algo surreal, sei que muitos sonham com isso a carreira toda e sei que poucos são privilegiados, então eu me sinto muito feliz de ter a chance de representar a paiN internacionalmente".

A partir daí a equipe começou a melhorar seus resultados, sendo campeã da Liga Pro de Maio. Em seguida mais título em LAN com a vitória na Aorus League S2, mas o melhor ainda estaria por vir para o jogador. Com o título na Gamers Club Masters III, biguzera se colocou de vez como um dos melhores jogadores do país, e iniciou, ao lado da paiN, a campanha que o consagraria nacionalmente.

SEIS MESES INESQUECÍVEIS

Pain vence GC Masters III | Foto: Gamers Club/Felipe Guerra


Somando os títulos da Aorus League Season 2 com a GC Masters III, o segundo semestre da paiN foi perfeito. O time foi campeão da Brasil Game Cup 2019LA League Season 5Gamers Club Masters IV CLUTCH Season 1.

Vencendo e convencendo contra os maiores times do Brasil, a paiN alcançou em 2019 o mesmo nível que a Wild havia conseguido em 2018. Biguzera disputava nas "conversas de boteco" a posição de melhor jogador no Brasil ao lado de Vinicius "v$m" Moreira.

Os títulos e conquistas coletivas se empilharam, assim como os destaques em campeonatos (EVP e MVP). O jogador foi eleito o segundo melhor do ano, pouco abaixo do rival, mas sacramentou junto à paiN o objetivo do ano seguinte: Ganhar o mundo.

MUDANÇA DE PLANOS

Biguzera e sua filha, Ana Júlia / Reprodução@Instagram pessoal


Embora o 2020 tenha sido longe dos planos que bigu estabeleceu como jogador, o início do ano foi marcado pelo momento único em sua vida. O jovem de 23 anos tornou-se pai de Ana Júlia, e passou a dividir a paternidade com a rotina de jogador.

"Se tornar pai, sem sombra de dúvidas, foi o melhor acontecimento não só de 2020, como da minha vida inteira! Mudou minha visão de tudo, não só de enxergar o jogo mas me tornou uma pessoa muito melhor e algo que eu jamais imaginei ser".

O planejamento da paiN incluía jogar as classificatórias inicias no país e depois rumar para o exterior. O time começou o ano tão avassalador quanto havia terminado o 2019, com vaga conquistada para a final da WESG Brazil e classificatório fechado para o Minor do Rio de Janeiro.

Nas duas competições biguzera apresentou desempenho individual destacado, alcançando 1.12 de rating 2.0 para WESG Online. A competição teve alguns dos melhores times do Brasil e também equipes que atuavam fora do país. Em seguida o time jogou a classificatória fechada para o Minor do Rio de Janeiro, e mesmo tendo ficado na sexta colocação com a paiN, bigu destacou-se individualmente com 1.18 de rating.

Por volta de março os problemas da equipe começaram. Com a pandemia de Covid-19 assolando todo o mundo, os planos de deixar o Brasil rumo ao Canadá em abril não poderiam ser executados. Sem ter muito o que fazer, restou à bigu e seus companheiros esperarem a situação melhorar.

De 4 de março até 30 de maio o time jogou apenas uma partida válida pelo ESL One: Road to Rio - SA Tiebreaker quando perdeu por 2 a 0 para a Imperial e-Sports. Um hiato de praticamente 90 dias sem competições.

"Começou a pandemia e como era tudo novo, a gente preferiu não se arriscar no desconhecido e esperar mais um pouco. Ficar tanto tempo sem jogar torneios enquanto o resto do Brasil inteiro estava em atividade afetou demais nosso jogo e nos futuros campeonatos".

Presos no país, biguzera e paiN voltariam a competir no Gaming Culture Invitational 2020, levando o título contra a FURIA Fem. Logo em junho Gamers Club Redragon Challenge veio como o torneio que uniria os melhores times do Brasil, e a paiN não decepcionou.

O time chegou ao terceiro lugar na competição, caindo contra a campeã BOOM Esports. O desempenho de biguzera foi determinante, mostrando que sua equipe ainda brigava entre as melhores do Brasil. Já em agosto a Gamers Club Masters V era a chance da tricampeã paiN mostrar a mágica de sempre e, mesmo sem ser favorita, voltar a vencer o torneio.

O time fez boa campanha, derrotando adversários como Bravos, Isurus e W7M, mas novamente encontraram os algozes da Redragon Challenge. Foi difícil para qualquer equipe do Brasil fazer frente contra a BOOM, mas o time fez mapas disputados e confirmou que estava maduro para a empreitada internacional.

"Acho que faltou evento presencial (rs) a gente joga muito melhor nos presenciais, isso desde que estou no time é um fato, e o ano de 2020 provou muito isso. Mas estamos trabalhando duro pra mudar, trabalhando com a nossa psicóloga porque sabemos a importância do online, e 2021 vamos consertar isso".

Depois deste ponto o time ainda jogou uma partida válida pela WESG que não havia sido disputada no início do ano, e em seguida partiu para o exterior por volta do mês de setembro. O lado psicológico do jogador tem se mantido forte para aguentar o tempo longe da pequena Ana Júlia.

"É complicado conciliar a saudade da família, ainda mais envolvendo filho, mas é algo que todos sabemos que é pra uma boa causa, e jajá a gente vai estar junto denovo! Quem passa por situações adversas lá fora sabe o quão difícil é e quantas vezes pensamos em largar tudo e desistir, mas temos que levar com profissionalismo e manter a cabeça no lugar sempre".

Fora do Brasil o time participou de alguns classificatórios e torneios regulares da ESEA, conquistando alguns bons resultados. A vitória mais impactante da equipe foi na ESEA Season 35: Open Division - North America, torneio que garantiu acesso direto para a divisão superior da liga, marcando um ótimo início de caminhada para biguzera e seu time.

O 17º MELHOR DO BRASIL EM 2020


Arte/DRAFT5


Poucas competições disputadas foram o suficiente para fazer com que biguzera mais uma vez fosse um destaque do ano. Foram 6 torneios jogados e um total de 4 EVPs conquistados mesmo sem títulos. É importante lembrar que são computadas apenas as competições disputadas em solo brasileiro, e que o jogador participou de poucos torneios no tempo em que esteve no país, até o momento em que rumou para o exterior no fim de agosto.

Ao todo, biguzera e paiN ficaram 90 dias sem disputar nada no Brasil, e no fim de agosto rumaram ao NA para buscar o sonho de um nível maior. Tais fatores, impossibilitaram o jogador de subir na listagem, mas pelo pouco que atuou em território nacional, bigu conseguiu se consolidar numa boa posição no top 20 DRAFT5 com 28,8 D5 Points.

"Os próximos 6 meses tem que ser de acertos, e são nossos meses de evolução e de maior aprendizado, onde a gente tem que ter mais foco possível e cabeça no lugar. Então é ganhar tudo possível e o que não for possível também".

O jogador foi EVP do WESG Brazil, com 1.12 de rating, classificatório fechado para o Minor do Rio de Janeiro, com 1.18 de rating, Redragon Challenge, com 1.13 de rating e, por último, da Gamers Club Masters V, com 1.17 de rating.

No ano o jogador alcançou o décimo quarto lugar em rating atuando no Brasil, com 1.14, além de ter se destacado pelo ótimo dano médio por rodada (ADR) de 83.5, quinto maior de nossa lista.

Arte/DRAFT5


"Acho que a fórmula da constância é você sempre manter a cabeça no lugar e confiar em si mesmo. Haverão jogos que você não vai estar bem, mas o seu time vai e você não pode deixar isso te abalar nunca! Sempre jogar o jogo pensando no resultado, e nunca no seu desempenho, que se você treinou pra isso, só deixar o jogo fluir que vai desempenhar bem".

Sentindo ter feito um ano satisfatório, mas com "gostinho de quero mais", biguzera segue à risca o lema de colocar o time em primeiro lugar para crescer como jogador. E é com este espírito que espera vencer campeonatos e ser, por consequência, destaque mais uma vez em 2021.
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