Jogos Históricos: Luminosity Gaming vs. Tempo Storm – DreamHack Open Austin 2016

Duelo entre Luminosity Gaming e Tempo Storm reuniu 10 brasileiros em uma decisão internacional

por Filipe Carbone / 23 de jul de 2020 - 20:26 / Capa: Arte/DRAFT5
A Luminosity Gaming ainda sentia o peso do troféu da MLG Major Championship Columbus 2016 quando se viu frente a frente com uma equipe brasileira em uma competição. A grande final contra a Tempo Storm na DreamHack Open Austin 2016 foi uma raras oportunidades em que o servidor reuniu dez brasileiros em busca de um título internacional.

Na disputa, jogadores que conquistaram o seu espaço no cenário competitivo e que são, até hoje, uma das principais referências para os aspirantes à profissionais do jogo de FPS mais popular do mundo. Naquela época, era o duelo entre a 2ª contra a 10ª melhor equipe do mundo (muito se engana que a TS caiu de paraquedas na grande final).

Jogadores que cruzaram o oceano em busca do Velho Continente, outros que seguem no berço do Counter-Strike da América do Norte e, por fim, àqueles que optaram por fazer valer a velha máxima "o bom filho a casa torna". Ainda assim, nenhum que não seja querido e exaltado pela torcida.

Cumprimento após o jogo reuniu dez brasileiros em um torneio internacional | Foto: Alex Maxwell/DreamHack


Apesar daquela competição reunir times menos badalados, Luminosity e Tempo Storm passaram por rivais como Team Liquid e Cloud9 nos playoffs, que serviu para aumentar ainda mais o prestígio daquela competição. Por fim, apesar do clima festivo e amistoso visto pelos nicks dos players (onde cada um homenageava um adversário com um coração), o embate iria, de fato, começar.

Esse que vos escreve, no entanto, ressalta que foi um jogo de enlouquecer. Na narração, Bernardo "BiDa" Moura foi testemunha e prova do conflito que os corações e homenagens dos jogadores causaram para identificar cada player do servidor, mas, ainda assim, exaltava na voz a alegria em dizer o nome de dez jogadores brasileiros em uma decisão DreamHack.

De fato, narrar os acontecimentos daquela partida é um sentimento nostálgico e uma viagem de volta para o passado. Um time recém campeão de Major, em uma final contra outro brasileiro, a melhor Mirage do mundo e, por fim, a saudosa e velha Cobblestone fazendo parte da série.

Com bem dito anteriormente, a Luminosity Gaming tinha, de fato, a melhor Mirage do mundo. Não houve tentativa da Tempo Storm que fosse boa o suficiente para impedir o poderia ofensivo e a qualidade da LG em defender um bombsite.

E foi neste mapa em que a Luminosity mostrou o porquê de carregar o título de uma das melhores equipes do mundo. A equipe capitaneada por Gabriel "FalleN" Toledo não ficou atrás do placar uma vez sequer, mostrando um domínio total e absoluto de toda e qualquer ação que fosse tentada pelo oponente.

Apesar da luta e dos esforços da Tempo Storm, a primeira metade terminou o mais equilibrada possível, com uma vitória de 9 a 6 para a LG. No entanto, jogando como Contra-Terrorista, os campeões do mundo cederam apenas três pontos e iniciaram o clássico com o pé direito.

Luminosity Gaming ganharia o mundo mais uma vez nos próximos meses | Foto: Alex Maxwell/DreamHack


Com 1 a 0 no placar na série MD3, a Luminosity Gaming tinha na Cobblestone, escolha de mapa dos adversários, a chace de fechar a partida e levantar o título mais brasileiro da história do Counter-Strike. Não seria eufemismo dizer que foi uma partida fácil para a LG. Apesar da TS ficar à frente pela primeira vez na série, não seria o suficiente

Isso porque era uma clara questão de tempo para a Luminosity reverter a boa vantagem de 5 a 0 aplicada pela Tempo Storm no início da partida. Depois, foram seis em sequência para os campeões do mundo, que conseguiram fechar a primeira metade em mais um 9 a 6. Como se pudesse ter sido diferente de tudo aquilo que foi visto nesta grande decisão, o duelo de jogadores brasileiros que batalharam de igual para igual para deixar o Brasil no topo terminou, mais uma vez, com um 16 a 9.

Apesar de poético demais, a decisão da DreamHack Open Austin 2016 teve apenas um vencedor: o Brasil. Naquela época, times brasileiros se enfrentavam em decisão, lutavam por um título e a única reação possível da torcida seria torcer para que qualquer um levantasse o troféu. Pode parecer impressão, mas a sensação é que a torcida se comporta um pouco diferente nos dias atuais.

Gabriel "FalleN" Toledo, Marcelo "coldzera" David, "Fernando "fer" Alvarenga, Epitácio "TACO" de Melo, Lincoln "fnx" Lau, Henrique "HEN1" Teles, Lucas "LUCAS1" Teles, Ricardo "boltz" Prass, Gustavo "SHOOWTiME" Gonçalves e João "felps" Vasconcellos. Esses são os nomes que não ficarão marcados apenas em uma final histórica entre brasileiros, mas para toda a história do Global Offensive.