A Justiça do Trabalho condenou a Imperial nesta terça-feira (19) a pagar uma multa de R$ 400 mil para a família do atleta Matheus "brutt" Queiroz, por danos morais. A juíza do caso, Patricia Almeida Ramos, considerou que a organização não cumpriu obrigações contratuais no que tangiam a saúde do, então, atleta da Imperial.
Outro detalhe da decisão da juíza foi o reconhecimento de vínculo empregatício entre Brutt e a equipe. Dessa forma, ela também ordenou que a Imperial quitasse verbas trabalhistas remanescentes com, agora, a família do atleta. Em resposta ao ge, a organização afirmou que irá recursar da sentença de Patrícia Almeida.
Em sua sentença, a juíza afirma que a Imperial falhou em proporcionar um ambiente de trabalho seguro para brutt. Ela ainda reforça sua decisão ao pontuar que a organização falhou, também, em prover assistência quando o jogador demonstrou estar com sua saúde física abalada.
Outro detalhe importante da sentença proferida por Patrícia é o fato de que ela afirma não ser possível reparar a perda de um familiar. Entretanto, segundo ela, "impedir que o empregador pratique novamente o ato com os demais empregados é objetivo da indenização". Dessa forma, ela confirmou uma indenização de R$ 400 mil a ser paga pela Imperial por danos morais à brutt e sua família.
Quando ainda era jogador da Team Reapers, brutt começou a apresentar queixas frequentes de dores de cabeça, que continuaram após sua transferência para a Imperial, em 2019. Por lá, os problemas de saúde persistiram, mas, segundo os familiares, a equipe pouco fez.
Parte da defesa da família de brutt se estruturou no fato de que que o jogador não recebeu nenhuma assistência médica no período em que defendeu a Imperial, tendo que procurar por hospitais públicos em São Paulo em diversas ocasiões, seja sozinho ou acompanhado de outros jogadores. O advogado também ressalta o agravamento da situação de saúde do jogador com treinos diários de até 12 horas.
Como se todos os problemas de saúde enfrentados por brutt não fossem o suficiente, a nova Gaming House em que ele estava alocado com os companheiros de equipe também passou a apresentar diversos tipos de problemas estruturais, fazendo com que os jogadores criassem um grupo com Felippe Martins para falar "sobre as más condições sob as quais os empregados estavam vivendo". Na sentença de Patrícia Almeida, ela ataca diretamente estes pontos.
"A partir do momento em que a ré (Imperial) se predispôs em constituir uma gaming house para reunir os jogadores de sua equipe, submetendo-os a treinos mais intensos e focados, visando melhor performance, deveria ter observado as diretrizes legais e contratuais em prol da preservação da saúde e integridade bio psicofísica e social dos atletas sob sua coordenação", consta na sentença.
brutt, com 19 anos, faleceu no dia 15 de dezembro de 2019 num hospital do Rio de Janeiro. Para entender melhor todo o caso envolvendo brutt, confira o dossiê preparado pela DRAFT5.