Há quatro anos, Gambit derrotava Immortals na final do PGL Major Kraków 2017

Neste mesmo 23 de julho, mas em 2017, cazaques colocavam fim ao conto de fadas vivido por steel e cia

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Lá se vão quatro anos de um dos melhores momentos vividos pelo Counter-Strike brasileiro. Em tempos onde a SK Gaming de Gabriel "FalleN" Toledo dominava o cenário mundial do FPS, a Immortals parecia ser apenas a irmã caçula de sua gigante rival.

Foi neste mesmo 23 de julho, mas lá em 2017, que tudo mudou. Chegando ao PGL Major Kraków 2017 como grande favorita após o título da ESL One Cologne 2017, a SK não correspondeu as expectativas, caindo precocemente na competição após derrota para a Astralis do inspirado Nicolai "device" Reedtz ainda nas quartas de final.

Em tempos onde a torcida nada tinha a ver com a camiseta, mas sim com a bandeira carregada por cada atleta, restou aos fãs alentar a Immortals, única remanescente brasileira na competição de $1 milhão. A equipe capitaneada por Lucas "steelega" Lopes fez uma fase de grupos boa, apesar do saldo de 3V-2D.

A icônica Immortals vice-campeã de Major antes das quartas contra a BIG | Foto: Divulgação/ImmortalsA icônica Immortals vice-campeã de Major antes das quartas contra a BIG | Foto: Divulgação/Immortals

Perdendo apenas para as gigantes Astralis e SK Gaming, claras postulantes ao título, a formação que contava também com os irmãos Lucas "LUCAS1" Teles e Henrique "HEN1" Teles bateu três esquadrões CIS para carimbar a vaga nos playoffs de seu primeiro Major: Vega Squadron, Natus Vincere e FlipSid3 Tactics.

Após derrotar a BIG em um dos mais memoráveis embates para o CS:GO brasileiro, a line-up treinada por Rafael "zakk" Fernandes desbancou a anfitriã Virtus.pro na semifinal, postando-se à frente da outra zebra da competição, a Gambit, na finalíssima. Danylo "Zeus" Teslenko e suas tropas, por sua vez, haviam superado fnatic e Astralis em dois acirrados embates.

A grande final começou bem para o esquadrão brasileiro, que embalado por performances irretocáveis de HEN1 e Ricardo "Boltz" Prass, emplacou sonoros 16 a 4 na Cobblestone, primeiro mapa do embate. Se existe algum torcedor brasileiro que não se iludiu àquela altura, que este dê um passo à frente.

O dia em que o Major escapou por entre os dedos de kNg e cia. | Foto: HLTV.orgO dia em que o Major escapou por entre os dedos de kNg e cia. | Foto: HLTV.org

A Train, no entanto, não teve o mesmo desfecho. A Gambit foi bem do lado terrorista e não teve grandes complicações para sacramentar tranquilos 16 a 11 no placar, igualando a série e levando a decisão para a sempre acirrada Inferno.

Por lá, os brasileiros não tiveram vida fácil. Sem conseguir encaixar um bom lado TR, a Immortals foi dominada de ponta à ponta na primeira metade. Quando o placar marcava 9 a 1 para os cazaques, steelega e seus companheiros conseguiram um respiro aliviado pelo bombsite A, mas Mikhail "Dosia" Stolyarov marcaria seu nome na história do jogo com uma jogada de gênio.

Os lados se inverteram e a Immortals bem que tentou voltar para o jogo. Quatro pontos em sequência pareciam ser o catalisador para uma improvável reação. Entretanto, quis o destino que Abay "Hobbit" Khassenov aprontasse para cima da equipe brasileira. Com margem para erro, ficou fácil para a Gambit, que logo asseguraria o 16 a 10 para erguer o troféu de Major em solo polonês.

No fim das contas, aquela final de Major parecia amaldiçoada. Menos de três semanas após o título, a Gambit perdeu Zeus para a Natus Vincere e nunca mais foi a mesma, tendo que se remontar até os dias de hoje. E a Immortals? Daquele elenco, ficaram apenas as lembranças. Poucos meses depois da final, tudo caiu por terra em meio às polêmicas protagonizadas por parte da escalação brasileira.