Outrora dona de uma dinastia nunca antes vista na história do Counter-Strike - e quiçá dos esports - a Astralis teve de aprender a conviver com uma realidade bem mais complicada durante a tortuosa e monótona era online.
Com os grandes campeonatos presenciais tornando-se apenas uma longínqua lembrança na mente daqueles que um dia conquistaram-nos de ponta a ponta, não demorou para que o esgotamento recaísse sobre alguns dos mais vitoriosos atletas da modalidade.
Já em maio de 2020, o capitão Lukas "gla1ve" Rossander foi o primeiro a entrar em recesso médico. Menos de dez dias depois, Andreas "Xyp9x" Højsleth foi outro a pedir canja em meio àqueles tempos pandêmicos.
A solução para a Astralis, então, foi buscar reforços no mercado, apostando inicialmente em nomes não tão badalados como Marco "Snappi" Pfeiffer e Jakob "JUGi" Hansen. Todavia, dois negócios vantajosos apareceram posteriormente.
Com Patrick "es3tag" Hansen livre no mercado e Lucas "Bubzkji" Andersen querendo deixar a MAD Lions, a Astralis não titubeou e aproveitou tais chances, expandindo seu elenco, que chegou a contar com sete jogadores em determinado momento.
A experiência com uma escalação estendida era ousada: "Uma montagem que totalizasse dez jogadores, com direito a uma formação de base, como nas equipes profissionais de League of Legends", conforme contou Kasper Hvidt, diretor do gigante clube dinamarquês e ex-jogador de handebol.
Embora es3tag e Bubzkji tenham sido aproveitados em um primeiro momento, com es3tag sendo um dos principais destaques na campanha que rendeu à Astralis o título da divisão europeia de ESL Pro League S12, Bubzkji caiu no ostracismo.
Enquanto a Vitality com Nabil "Nivera" Benrlitom e a Natus Vincere com Valerii "b1t" Vakhovskyi iam apresentando melhora com o uso de um sexto elemento, a Astralis não conseguia repetir tal proeza. Em recente entrevista ao Dexerto.com, gla1ve explicou o que deu errado nesse processo:
"Creio que isso prejudica a preparação. Não acredito que elencos com seis jogadores sejam os melhores, ao menos não da forma que trabalhamos com isso, com um jogador sendo 100% reserva", disse em referência ao que foi experimentado com Bubzkji.
"É preciso ter alguém que não queira jogar tanto, talvez um jogador que gosta de sentar, assistir e que possa trazer coisas novas ao time. Creio que o futuro da Astralis é uma escalação com cinco jogadores", ponderou.
Bubzkji, aliás, acabou sendo liberado pelo clube dinamarquês no fim de janeiro, após cerca de 18 meses sob o banner da Astralis, período no qual jogou míseros 86 mapas e sequer passou perto de mostrar o potencial dos tempos de MAD Lions.