Balero revela que falta de padrão de jogo e "tiltagem" de companheiros nas partidas o motivaram a deixar a Soberano

Equipe que boa parte da comunidade estava ansiosa por acompanhar na 2ª temporada do CLUTCH por conta de Kevyn "BALEROSTYLE" Guedes, Soberano voltará à liga pós-recesso sem o jogador, que anunciou, nessa terça-feira (3), que estava deixando a organização. Uma das motivações para tal, conta o atleta à DRAFT5, é que “eu não estava me dando bem com os outro integrantes”.

BALEROSTYLE aponta que os agora ex-companheiros “têm um estilo de jogo que acho errado. Muita gente que viu os jogos, viu como o time estava se portando de uma maneira muito feia. Não tinha um padrão e sempre entravam os cinco, juntos. Não existia um lurker, alguém pegando informação do outro lado do mapa ou podendo fazer uma jogada individual”.

“Isso fazia com que eu não concordasse com algumas coisas dentro do time e gerava conflito entre os jogadores que sempre jogaram juntos”, completa.

Mas a forma de atuar do time não foi a única coisa que deixou BALEROSTYLE insatisfeito a ponto dele deixar a Soberano. O atleta revela que tiveram “jogos que os ex-companheiros ‘tiltaram’ pois estavam perdendo de muito. Na FLASHPOINT, por exemplo, tiveram jogos assim. Até no CLUTCH, teve. Isso me desanimou totalmente e achei que foi uma decisão muito ruim ter entrado no time. Então, decidi sair”.

Com a justificativa de que estava apenas "esclarecendo o motivo de eu não querer mais fazer parte do time", BALEROSTYLE não cita o nome dos supostos jogadores que "tiltaram" nas partidas.

Mas o atleta especifica que uma das "tiltagens" durante o CLUTCH foi na série diante DETONA, na estreia da Soberano na liga: "Foi na Train. O jogador só dava uma call. Era a mesma call sempre e estava dando errado. Depois, passou a dar mais nada. Não foi uma questão de rush, foi jogar cada um por si. O jogador deixou de dar call a partir de um momento do jogo". Atitude a qual o atleta classifica como “má vontade”.

Ao ser questionado se a Soberano não possuía um padrão de jogo e funções pré-estabelecidas, BALEROSTYLE responde dizendo que "não tinha padrão, não tinha liberdade. Tinha que seguir a risca o que o capitão falava. Não havia a liberdade de você puxar a responsabilidade um round ou outro de pegar uma kill ou uma informação importante".

Ainda quanto as funções dos jogadores, o jogador desmente o boato que rolava no bastidor que dizia que ele não quer ser o entry da Soberano porque é uma posição que atrapalha nas estatísticas. "Essa informação é completamente falsa. Nessa última semana de treino que eu falei e me colocaram de trader pois me consideravam aquele que tinha mais mira do time e o fells seria o entry. Todo mundo sabe que eu gosto de buscar jogo, então não tem sentido esse boato", afirma.

BALEROSTYLE revela que a decisão de deixar a Soberano foi tomada durante o recesso da liga: "Foi nessa última semana de treino, a do carnaval, na qual alguns foram para casa e treinaram de casa". Antes, de acordo com o jogador, "o clima estava bom e os três jogadores estavam agindo diferente, do nada, sem motivo. Eu já estava desgastado a partir das 'tiltagens' que aconteceram. Foram coisinhas que viraram uma bola de neve".

O atleta deixa claro que os executivos da Soberano tentaram intervir em busca de uma solução. "O dono do time entrou para conversar com a gente e aí ficou um clima legal, voltamos a treinar. No treino em que tudo estava indo bem, o time estava mandando bem, os três jogadores, novamente, agiram de maneira estranha ao saírem do server antes do jogo terminar ou não comunicavam quando morriam. Tudo sem sentido", aponta.

À DRAFT5, BALEROSTYLE diz não acreditar que esses problemas são reflexo da Soberano ser uma equipe montada às pressas. "Como muitos sabem, joguei pela DELIRAWOWZKSTYLEFPS, um time de streamers e amigos que não treinava. Apenas jogávamos. Jogamos contra times da Liga Dell, como a Falkol, e ganhávamos pois jogávamos certo. Todos tinham o mesmo foco em vencer. Mesmo quando estávamos perdendo, a gente mantinha o foco. Então, acho que é falta de comprometimento e vontade de fazer dar certo", opina.

Já quanto ao fato da Soberano não ter um técnico, BALEROSTYLE revela que deu a ideia do time contratar um profissional para exercer a função. "A resposta que eu ouvi foi de que 'não precisamos de um coach porque coach no Brasil não ajuda em nada", expõe.

Além de apontar as mazelas da equipe, BALEROSTYLE reconhece que cometeu erros em algumas das partidas da Soberano. O jogador afirma saber que possui personalidade forte, mas que sabe admitir quando está errado: "Errei em alguns jogos, mas existiam coisas que não eram sobre mim mas mesmo assim caíam sobre meus ombros".

"Qualquer pessoa que acompanhou os jogos da CLUTCH consegue perceber que o estilo de jogo que estava sendo proposto estava muito ruim e errado. Qualquer pessoa com noção básica do jogo percebe isso e era mais fácil de ver nas surras no CLUTCH", complementa.

BALEROSTYLE diz ainda que se sentia o integrante mais pressionado da Soberano porque era "streamer e estava saindo disso para participar do campeonato mais disputado do Brasil. Muita gente queria ver um excelente desempenho. Muita gente tinha dúvidas se eu poderia desempenhar bem. Mas as pessoas esquecem que uma 'andorinha só não faz verão'. Não tem como eu mostrar algo se o time não está em sintonia como um todo".

Venho em meio deste post encerrar minha carreira no csgo(carreira que nem começou)
Hoje sou considerado Professional Player de @PlayVALORANT
A partir de hoje estou aberto a propostas de times sérios e que realmente valorizem seus jogadores.

— Kevyn Guedes (@balerostyle) March 3, 2020

Quanto ao futuro, o jogador avisa que não desistirá do sonho de se tornar um jogador profissional. Contudo, afirma que "não será meu foco principal. Estarei voltando a focar nas minhas streams e, caso apareça algo bom, realmente volto a focar no game". O atleta revela que está "ouvindo algumas propostas" e que está "esperando o que pode acontecer" dessas conversas.

Um dia antes de ter a saída da Soberano revelada, BALEROSTYLE chegou a brincar nas redes sociais que estava largando o Counter-Strike para se tornar profissional de Valorant, o FPS em desenvolvimento pela Riot Games.

O jogador fala que "foi uma brincadeira já que não me chamou atenção a gameplay mostrada". O atleta, contudo, aponta que um outro jogo da Riot Games aparece como "uma segunda opção". Trata-se do League of Legends, MOBA o qual o jogador afirma sempre ter jogado e "muito bem. Estou focando um pouco para, talvez, tentar uma oportunidade mais para frente"

Capitão da Soberano, Gustavo "tge" Motta se pronunciou pelo Twitter afirmando que "o jogador não quis deixar a equipe, e sim foi retirado por inúmeros problemas tanto dentro, quanto fora de jogo".

O atleta lembra que foi ele quem deu a oportunidade a Balero, "porém, com o decorrer do tempo, vi que não fiz a escolha certa". Vhz aponta que na visão da equipe e da organização estava "faltando vontade" por parte do ex-companheiro além de "falta de comprometimento".

"Existem muitos outros quesitos que nos fizeram tomar essa decisão. Só nós, jogadores, e a organização sabemos de tudo o que aconteceu e estamos com a consciência tranquila de que não fizemos nada de errado. Optar pela saída do jogador foi o melhor para a evolução do time", finaliza.

A segunda temporada do CLUTCH vem sendo disputada desde 12 de fevereiro e retornará em 9 de março com os confrontos válidos pela terceira rodada. Invicta, W7M Gaming vem liderando a competição. Fique por dentro de tudo o que acontece no Brasileirão na cobertura do DRAFT5.