A seletiva brasileira para a World Cyber Gamers 2009 (WCG) é uma competição que entrou para a história do Counter-Strike nacional, mas não devido a um resultado. Foi nesse torneio que aconteceu o "caso aSpx", no qual Pedro "aSpx" Leone foi acusado de trapacear presencialmente. Atual treinador da DETONA, Henrique "rikz" Waku esteve no campeonato, competindo e, no OVERTIME #24, o profissional relembrou do acontecido.
"É f# você falar isso porque, às vezes, você está condenando a carreira de alguém. Fico meio assim de falar, mas não tem como ser político e falar que não (estava cheatado)", ponderou rikz.
O treinador da DETONA contou que aSpx era um frequentador assíduo da O2 Lan House, local que sediou a seletiva, e, por conta disso, "você sabia o nível do cara. Você sabe quando o cara é bom ou não. Ele era mediano, não era um mau jogador, mas também não era excepcional".
Na época da seletiva para WCG 2009, rikz defendia o sixty9 e enfrentou a equipe de aSpx, ECO.COBRA, na primeira rodada da repescagem. O resultado foi negativo: 14 a 16 na Inferno.
"Nesse jogo em específico, o fv estava do meu lado, na Inferno, acho que foi no 4º ou 5º round, e ele tava na areia 2, quando ele tirou o olho para o 'xuxa', aí o aSpx deu a volta na biblioteca e matou o fv de costas. Perdemos esse round e o fv olhou pra mim 'esse cara tá 'xitado''. Aí eu falei 'cala boca fv, a gente está na LAN. Concentra aí'. Perdemos o jogo e depois estourou essa bomba, e fui o primeiro a falar que tava xitado", apontou.
Tal derrota tirou a sixty9 da competição, a qual, na visão de rikz, seria a primeira "que a gente apareceria no cenário como campeã e vice. Ele tirou isso da gente. Eu tenho muita raiva desse cara até hoje porque é uma coisa que não se faz. Você acaba prejudicando muitas pessoas".
"Na época não passava na cabeça que alguém 'xitava' na LAN. Na minha, pelo menos, não passava. Não existia essa de 'xitar' na LAN. Não exisita a ideia de que o cara tava xitado na LAN. Eu lembro que ninguém estranhava, mas foi bizarro mesmo porque nesse campeonato ele pegou todos os PC da ponta virado para a parede e virava o monitor", afirmou.
rikz é uma das muitas personalidades brasileiras presentes no Global Offensive que viveram a época da saudosa versão 1.6. Lá, teve a oportunidade de representar conhecidas tags, como GameCrashers, Exotic, vSONE, FireGamers, semXorah e playArt, e vencer importantes torneios nacionais.
Categórico, o treinador da DETONA afirmou que gosta muito de ter vivido tal época "porque quem não viveu não sabe o que perdeu. Hoje em dia você tem acesso a tudo. A vida de um jogador é muito mais fácil. Antes a gente ia sem dinheiro para comer um hotdog, rachava uma Sprite. Era muito f#, puro amor. Dormíamos embaixo da mesa do computador".
O treinador se lembrou de um campeonato em que disputou em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em que o time dele na época tinha a quantia para viajar de avião na ida, mas que na volta precisaram superar 24h de ônibus: "Dormimos em puffs, sendo que só tinham quatro. Época de ouro na qual começou tudo e eu tenho muito prazer de ter jogado com vários nomes que são ícones no cenário".