A Valve se manifestou publicamente sobre o circuito global de Counter-Strike na tarde desta quinta-feira (3), revelando ter chegado a um acordo com algumas das principais organizadoras do planeta acerca do tema.
Conforme publicação feita no site oficial da desenvolvedora, novas medidas serão adotadas para que o calendário de competições seja mais democrático e contemple sempre as melhores equipes, não apenas as parceiras, reclamação que vinha sendo recorrente por parte da comunidade.
"O Counter-Strike está em sua melhor versão quando os times competem de forma que a habilidade é o único limite para o sucesso", introduz o comunicado da empresa, fazendo clara referência às organizações parceiras de ESL e BLAST.
"Nos últimos anos, vimos o cenário profissional de Counter-Strike se distanciar do ideal. O ecossistema tem se tornado cada vez mais fechado, e o acesso às competições de alto nível depende muito de negócios", ponderou.
"Acreditamos que o Counter-Strike deve ser um esporte aberto para todos, então acrescentaremos novos requerimentos para as empresas que quiserem organizar grandes campeonatos. Os detalhes ainda estão sendo discutidos", explicou.
As três principais medidas adotadas pela empresa são:
- As organizadoras de torneio não mais terão relações de negócios exclusivas ou outros conflitos de interesse com equipes que participam de seus campeonatos;
- Os convites para todos os campeonatos utilizarão o sistema de ranking da Valve, ou serão determinados via seletivas abertas;
- Qualquer compensação para equipes participantes - seja ela premiação ou coisa do tipo - será pública e poderá ser inspecionada pela comunidade.
As novas regras, todavia, só entrarão em vigor a partir de 2025, dados os extensos contratos assinados por diversas organizações junto de ESL e BLAST nas últimas temporadas. A ideia é dar tempo para que todos se adequem aos impactos das medidas.
"Certamente teremos complicações nessa transição, mas estamos comprometidos com a saúde do Counter-Strike como esporte a longo prazo e ansiosos por um futuro brilhante e aberto", completou a desenvolvedora.
Na prática, isso significa que ESL e BLAST não poderão mais definirem livremente as equipes participantes das competições de sua chancela com base nos acordos previamente firmados com os clubes.
Veja abaixo as equipes parceiras de cada uma das grandes organizadoras de torneios:
ESL
Astralis
BIG
Complexity
ENCE
Evil Geniuses
FaZe Clan
fnatic
FURIA
G2
Heroic
MOUZ
Natus Vincere
Ninjas in Pyjamas
Team Liquid
Vitality
BLAST
Astralis
BIG
Complexity
Evil Geniuses
FaZe Clan
G2
Heroic
Natus Vincere
Ninjas in Pyjamas
OG
Team Liquid
Vitality
É interessante notar, aliás, que a criação de regras acerca do tema já vinha sendo debatida pela Valve desde o Major de Paris - onde o número de "zebras" chamou a atenção do público -, conforme apontam rumores.
A BLAST Premier, por sinal, foi a primeira das grandes organizadoras de torneio a se manifestar acerca do tema, prometendo compartilhar novidades com o público no futuro.
"A BLAST Premier continuará sendo uma parte integral do tier-1 nesse novo ecossistema aberto. Estamos empolgados como nunca para continuar inovando a experiência dos espectadores levando nossos campeonatos aos quatro cantos do planeta", disse a empresa dinamarquesa.
Ao mesmo tempo, a ESL comentou de forma mais tímida: "Vamos fazer isso", escreveu a organizadora de torneios alemã nas redes sociais. A publicação foi seguida de declarações de Ulrich "theflyingdj" Schulze, vice-presidente sênior da empresa.
"Já estamos trabalhando em ajustes em nossos torneios - os principais já estão nesses moldes", disse em referência às IEMs de Katowice e Cologne, que já não contam com convites diretos para equipes parceiras da empresa.