A polêmica em torno da entrada da empresa árabe
NEOM na lista de patrocinadores da renomada
BLAST ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira (10). Segundo informações apuradas pelo site especializado
HLTV.org, as equipes parceiras da organizadora de torneios dinamarquesas se uniram para posicionarem-se contra a parceria entre as empresas.
Dentre os times atrelados a contrato junto da organizadora, estão a brasileira
MIBR, as europeias
FaZe Clan,
OG e
Complexity, além das francesas
G2 e
Vitality. Segundo a publicação, as organizações que têm contrato junto à
BLAST Premier planejam um encontro para discutir o tema já nesta segunda-feira (10). Anteriormente,
o certame já havia levado diversos narradores e comentaristas a não participarem das transmissões da organizadora.
Antes comentarista e
agora treinador da Team Liquid, uma das equipes parceiras da
BLAST, Jason "
moses" O'Toole chegou a escrever um e-mail à empresa dinamarquesa, criticando o silêncio da companhia no que diz respeito ao assunto. Já no
League of Legends, a
Liga Europeia (LEC), chegou a fechar contrato com a
NEOM, mas acabou voltando atrás no acordo devido à negativa repercussão por parte da comunidade e casters.
Apesar da movimentação nos bastidores, a única equipe que já se pronunciou publicamente sobre o assunto foi a gigante
Astralis, que por meio de seu CEO, Anders Hørsholt, avaliou a parceria como "
inaceitável", ressaltando que "
de forma alguma apoia um contexto onde sua marca, jogadores ou patrocinadores estejam ligados à companhias desse tipo".
As polêmicas relacionadas à
NEOM já são de longa data. O projeto de construir uma cidade futurista às margens do Mar Vermelho conta com um orçamento de sonoros $500 bilhões, tendo inclusive o respaldo do governo da Arábia Saudita. Por sinal,
tal empreendimento vem desabrigando tribos locais e - aparentemente - tirando vidas, como foi o caso de Abdul Rahim al-Huwaiti, ativista que denunciou publicamente os abusos por parte da companhia árabe.
Aliado a isso, o fato da Arábia Saudita ser considerada uma das nações mais ditatoriais do mundo, tendo em sua cartilha a perseguição à comunidade LGBTQIA+, esta que sofre com diversas leis discriminatórias, além da intolerância às religiões diferentes do Islã e ao pífio tratamento dado às mulheres.
A nível de curiosidade, desde o início das polêmicas em torno daquele que seria um "
acordo recorde" para a
BLAST, a organizadora de torneios dinamarquesas não se posicionou publicamente sobre o assunto.