Times parceiros da BLAST se posicionam contra patrocínio de empresa árabe

Polêmica parceria vem repercutindo negativamente nos bastidores do cenário

por / 10 de ago de 2020 - 13:29 / Capa: Divulgação/BLAST Premier
A polêmica em torno da entrada da empresa árabe NEOM na lista de patrocinadores da renomada BLAST ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira (10). Segundo informações apuradas pelo site especializado HLTV.org, as equipes parceiras da organizadora de torneios dinamarquesas se uniram para posicionarem-se contra a parceria entre as empresas.

Dentre os times atrelados a contrato junto da organizadora, estão a brasileira MIBR, as europeias FaZe Clan, OG e Complexity, além das francesas G2 e Vitality. Segundo a publicação, as organizações que têm contrato junto à BLAST Premier planejam um encontro para discutir o tema já nesta segunda-feira (10). Anteriormente, o certame já havia levado diversos narradores e comentaristas a não participarem das transmissões da organizadora.

Antes comentarista e agora treinador da Team Liquid, uma das equipes parceiras da BLAST, Jason "⁠moses⁠" O'Toole chegou a escrever um e-mail à empresa dinamarquesa, criticando o silêncio da companhia no que diz respeito ao assunto. Já no League of Legends, a Liga Europeia (LEC), chegou a fechar contrato com a NEOM, mas acabou voltando atrás no acordo devido à negativa repercussão por parte da comunidade e casters.

Apesar da movimentação nos bastidores, a única equipe que já se pronunciou publicamente sobre o assunto foi a gigante Astralis, que por meio de seu CEO, Anders Hørsholt, avaliou a parceria como "inaceitável", ressaltando que "de forma alguma apoia um contexto onde sua marca, jogadores ou patrocinadores estejam ligados à companhias desse tipo".

As polêmicas relacionadas à NEOM já são de longa data. O projeto de construir uma cidade futurista às margens do Mar Vermelho conta com um orçamento de sonoros $500 bilhões, tendo inclusive o respaldo do governo da Arábia Saudita. Por sinal, tal empreendimento vem desabrigando tribos locais e - aparentemente - tirando vidas, como foi o caso de Abdul Rahim al-Huwaiti, ativista que denunciou publicamente os abusos por parte da companhia árabe.

Aliado a isso, o fato da Arábia Saudita ser considerada uma das nações mais ditatoriais do mundo, tendo em sua cartilha a perseguição à comunidade LGBTQIA+, esta que sofre com diversas leis discriminatórias, além da intolerância às religiões diferentes do Islã e ao pífio tratamento dado às mulheres.

A nível de curiosidade, desde o início das polêmicas em torno daquele que seria um "acordo recorde" para a BLAST, a organizadora de torneios dinamarquesas não se posicionou publicamente sobre o assunto.