A paiN Gaming se consagrou a grande campeã do CBCS Invitational 2022. Na final contra a 00Nation, os tradicionais levaram a melhor por 2 a 0 com um destaque para a Inferno, mapa quase perfeito da paiN. Depois do jogo, a DRAFT5 conversou com Felipe "skullz" Medeiros sobre o desempenho da equipe na decisão, momento pós-Major do Rio e mais.
Na final, a paiN teve um bom início na Nuke, a equipe abriu um 11 a 7, mas logo viu a 00Nation voltar ao jogo e virar no 13 a 11. Em um final decidido no detalhe, Santino "try" Rigal conseguiu um clutch 1v3 para levar o jogo para a prorrogação. No OT, a paiN venceu por 19 a 17. O jogador comentou o que faltou para o time fechar o jogo no tempo regular.
"Eu acredito que a gente fez um TR muito bom, começamos a pontuar e faltou um pouco mais de calma para pontuarmos mais de TR. Virando pro CT, a gente manteve os três primeiros rounds ganhos e isso trouxe mais confiança pra gente, mas quando começaram os armados eles tiveram uma estrutura de jogo muito boa, que acabou atrapalhando o nosso estilo de jogo. Era pra ter fechado no 15 a 14, só que o try ganhou aquele clutch, se fosse pra ter fechado era pra ser mesmo 16 a 14 porque eles jogaram muito bem também."
No segundo mapa, a paiN atropelou a adversária com um 16 a 2. A Inferno que foi executada de maneira quase perfeita pelos tradicionais, era um mapa que o time estava estudando e treinando nos últimos tempos.
"A Inferno, particularmente, estamos treinando bastante porque era uma mapa que tínhamos que arrumar pra nossa map pool ficar um pouco mais forte. E a gente anda treinando muito bem ela, os resultados dos treinos andam muito bem, então era um mapa que chegamos confiantes. Desde o início até o final, nós não perdemos a mentalidade de que queríamos ganhar a qualquer custo e deu no que deu, acho que o treino fez bem."
A vitória marcou o primeiro título da paiN após ficar de fora do IEM Rio Major 2022. O time chegou a conseguir três vitórias e caiu no desempate contra a Imperial, o vencedor enfrentaria a Complexity pela última vaga das Américas. Contudo, os tradicionais caíram diante do Last Dance. O jogador afirmou que esse é o recomeço do time que ficou bastante abatido por não terem conseguido a classificação.
"Eu acredito que sim porque essa vaga (IEM Rio Major) doeu bastante na gente, estávamos bem confiantes que iríamos conseguir essa vaga, e voltar agora a competir novamente porque ficamos um período sem jogar e depois voltamos a treinar, só treinar é muito estressante, então voltar com um (título de) campeonato é um sinal que estamos no caminho certo e não vamos parar."
Além disso, skullz revelou o que o time fez durante a pausa que ocorreu o Major no Rio e também explicou como trabalharam a mentalidade após ficarem de fora do campeonato de maior prestígio do competitivo.
"Analisamos as perdidas que perdemos, e no RMR, aconteceu em várias partidas que não jogamos o nosso 100% então foi a primeira coisa que olhamos. Voltando aos treinos e aos próximos campeonatos, a gente só manteve a mentalidade que somos um time muito novo ainda, eu e o zevy entramos faz pouquíssimo tempo, então só com treino e perdendo que vamos aprender e vamos nos tornar umas das melhores equipes."
Tanto skullz quanto Romeu "zevy" Rocco chegaram na paiN em agosto, o atleta revelou que durante as seletivas do RMR da América do Sul, a equipe não treinou. Questionado se o fato dele e do zevy terem chegado recentemente no elenco foi um problema durante o RMR, isso devido a falta de tempo para treinarem, o atleta negou.
"Na minha visão, não muito, o nosso estilo de jogo é muito na base dos jogadores, se um está (em um dia) muito bom, a gente ganha com facilidade, se não o outro completa e assim vai, nós temos muitos jogadores capacitados. No começo ali, em Melbourne, fomos só conversando mesmo, a gente ganhou a vaga no RMR, o 1º lugar aqui no Brasil e deu um pouco de confiança porque foi o nosso primeiro campeonato e nem tínhamos treinado. Mas com certeza queremos mais, só com treino e perdendo campeonatos que a gente consegue isso."
Na semifinal do CBCS Invitational, a paiN jogou Anubis contra a ODDIK. O mapa chegou na última atualização da Valve, e ocupou o lugar da Dust2 na rotação de mapas ativos no competitivo. Questionado quanto tempo um time leva par a ter confiança e começar a escolher um novo mapa - após ele ser anunciado -, skullz opinou que cerca de dois campeonatos, já que é preciso ver como os adversários jogam no novo ambiente.
"Eu acho que vai uns dois campeonatos pra ver o que está no meta, como os times estão jogando até você pegar e estudar agora, vai dar certo em um jogo, mas no outro às vezes não dá porque outro time vai ter material. Por enquanto vai ser só isso, um time estudando o outro com os jogos que tiveram, então dou uns dois campeonatos agora pro pessoal começar a entender como funciona e ver o que é melhor."
O jogador ainda complementou sobre a chegada de Anubis e que será uma boa escolha para a seleção de mapas visando o cenário competitivo, assim como foi a Ancient, para alguns times.
"Acho que sim, pick (escolha) talvez vai rolar bastante até, na minha opinião, porque o que jogamos, eu senti que é um mapa muito TR. Se você pickar e os times não perceberem que é um mapa TR e escolherem CT logo de início, eles vão sentir bastante dificuldade de jogar. E na minha visão, também é um mapa que pode ser jogado como terceiro (decider), como Overpass, que tem muito time que não tem confiança de escolher, eu acho que vai ser um bom mapa pra entrar na nossa rotação competitiva."