Relembre as cinco principais derrotas brasileiras no CS:GO

A tradição brasileira no CS é algo reconhecido no mundo todo, porém, algumas derrotas ficaram marcadas na memória do torcedor

por Douglas Demoliner / 25 de Jan de 2024 - 12:00 / Capa: Adela-Sznajder/ESL

A história brasileira dentro do Counter-Strike é recheada de grandes conquistas e histórias de superação. São dois Majors conquistados com a lendária line liderada por Gabriel "FalleN" Toledo e inúmeros títulos conquistados durante a história do game de FPS desenvolvido pela Valve. Entretanto, nem só de glórias é feita a tradição de um país num esporte e os brasileiros já amargaram grandes derrotas que frustram o torcedor e que até hoje não são esquecidas.

A DRAFT5 elencou cinco momentos tristes da história do Brasil dentro do cenário competitivo do CS que marcaram a memória do torcedor e que em alguns momentos alguém se pega sozinho perguntando: e como seria se aquela HE do Dósia não tivesse existido? Se aquele round forçado da Heroic na Ancient não tivesse encaixado? E se a Cloud9 não tivesse estragado a festa brasileira em São Paulo? A resposta nunca saberemos.

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ESL PRO LEAGUE SEASON 4 2016

São Paulo, dia 30 de outubro, de 2016. Quase seis mil pessoas — capacidade máxima disponibilizada para o evento — deixaram o Ginásio do Ibirapuera sem saber o que dizer. Talvez, por não acreditar no que havia acabado de presenciar: os atuais bicampeões de Major, a SK de Gabriel "FalleN" Toledo, Fernando "fer" Alvarenga, Marcelo "coldzera" David, Lincoln "fnx" Lau e Epitácio "TACO" de Melo havia acabado de perder de virada a final da ESL Pro League Season 4 para a Cloud9.

Grandes favoritos a conquistar o título diante da torcida brasileira, a SK fez tudo o que tinha que fazer. Liderou o seu grupo e avançou direto para as semifinais da competição. Na semifinal, venceu a Ninjas in Pyjamas de Christopher "GeT_RiGhT" Alesund e Patrik "f0rest" Lindberg por 2 a 1 na melhor de 3 e foi para a final enfrentar a Cloud9, equipe que já havia sido derrotada pelos brasileiros na primeira fase.

Mas é o velho ditado: cada jogo é um jogo. Já no primeiro mapa da final, os brasileiros encontraram muita dificuldade e precisaram da prorrogação para vencer os americanos na Overpass. A dificuldade só aumentou na Mirage, quando a Cloud9 venceu por 16 a 6, e no mapa decisivo, a Dust 2, a SK nem trocou com a equipe que tinha o prodígio Jacky "Stewie2K" Yip.

O último mapa terminou 16 a 5 para a equipe americana e os brasileiros ficaram sem conseguir conquistar o título que coroaria o ano perfeito daquela equipe.

PGL MAJOR KRAKÓW 2017

Após as conquistas Luminosity Gaming e da SK, o brasileirinho voltou a sonhar com o título mundial quando a Immortals de Henrique "HEN1" Teles, Lucas "LUCAS1" Teles, Ricardo "boltz" Prass, Lucas "steel" Lopes e Vito "kNg" Giuseppe surpreendeu o mundo ao chegar na grande final da competição para enfrentar os azarões do torneio: a Gambit.

Os brasileiros avançaram da primeira fase com três vitórias (Vega Squadron, Natus Vincere e FlipSid3) e duas derrotas (Astralis e SK). Já nos playoffs a Immortals eliminou a BIG, por 2 a 1, na série melhor de 3 e aplicou um sonoro 2 a 0 na Virtus.pro de Jarosław "pashaBiceps" Jarząbkowski e cia.

Embalados com o bom desempenho nos playoffs, os brasileiros chegaram a decisão e simplesmente amassaram os russos no primeiro mapa. Na Cobblestone, pick brasileiro, não houve conversa e a Immortals garantiu o primeiro mapa por 16 a 4. Com direito a HEN1 terminar com 22 eliminações e apenas 4 mortes, além de um rating 2.09. O problema é que o bom ritmo não se manteve na Train e, mesmo começando do lado CT, a equipe brasileira foi derrota para a Gambit por 16 a 11. Levando a decisão para o último mapa: a Inferno.

O começo do mapa decisivo não poderia ser pior, totalmente abalados pela derrota na Train o time brasileiro chegou a estar perdendo por 9 a 1. Entretanto, o segundo round vencido pela Immortals ficou marcado por uma jogada muito inteligente de Mikhail "Dosia" Stolyarov. O russo jogou uma HE exatamente onde os jogadores brasileiros estavam posicionados aguardando a explosão da bomba. Foi o suficiente para a Immortals não conseguir guardar o seu armamento e não engatar rounds em sequência.

Ao fim do jogo, o resultado foi a conquista da Gambit, de virada. A Inferno terminou 16 a 10 para os russos que comemoraram o título na Polônia, com a vitória por 2 a 1, na série.

DREAMHACK OPEN RIO 2019

Fundada em 2017, a FURIA teve a oportunidade de ser a primeira equipe brasileira a conquistar um título internacional no Brasil. Além das panteras, mais quatro equipes do Brasil estavam no torneio: a INTZ, comandada por Alessandro "Apoka" Marcucci e que tinha como principais destaques Marcelo "chelo" Cespedes e Vito "kNg" Giuseppe, a Sharks de Renato "nak" Nakano e ainda a Redemption e a W7M.

FURIA perdeu para a Avangar o título da DreamHack no Rio de Janeiro Foto: Alex Maxwell/DreamHackFURIA perdeu para a Avangar o título da DreamHack no Rio de Janeiro Foto: Alex Maxwell/DreamHack

Na fase de grupos, a FURIA passou em segundo lugar com duas vitórias (eUnited e INTZ ambas em séries melhor de três) e uma derrota (INTZ na melhor de um na estreia do torneio) e avançou para as semifinais onde enfrentou a Sharks e venceu por 2 a 0.

Diante da torcida que ocupou as arquibancadas do Parque Olímpico, onde ocorreu o torneio, o roteiro de derrotas brasileiras se repetiu. Na melhor de três contra a Avangar de Dzhami "Jame" Ali, os brasileiros começaram com vitória no primeiro mapa, 16 a 2 na Vertigo, mas sucumbiram diante da equipe cazaque e sofreram a virada na Inferno (16 a 8) e perderam o título na prorrogação da Train (19 a 16).

A FURIA disputou a competição com Yuri "yuurih" Santos, Andrei "arT" Piovezan, Vinicius "VINI" Figueiredo, Kaike "KSCERATO" Cerato e Rinaldo "ableJ" Moda Júnior sob o comando de Nicholas "guerri" Nogueira.

FLASHPOINT SEASON 1 2020

Uma das mais traumáticas derrotas do CS brasileiro aconteceu em 2020. Em meio a pandemia, o MIBR liderado por FalleN chegou a grande final da Flashpoint Season 1 para enfrentar a MAD Lions, equipe dinamarquesa que era comandada por Luis “peacemaker” Tadeu, lendário técnico brasileiro de Counter-Strike.

A competição começou sendo disputada de forma presencial, mas por conta da COVID-19, precisou ser finalizada de forma online. O MIBR foi o único time brasileiro no torneio e tinha como foco voltar a conquistar uma competição internacional após um ano e meio de seca. Além de FalleN, fer e TACO, a equipe contava com kNg e jovem argentino Ignacio “meyern” Meyer.

Line do MIBR iniciou 2020 apostando no talento do argentino meyern Foto: Divulgação/MIBRLine do MIBR iniciou 2020 apostando no talento do argentino meyern Foto: Divulgação/MIBR

A competição tinha no regulamento dos playoffs as famosas finais Upper e Lower. Ou seja, todo mundo teria uma segunda chance após perder nos mata-mata, com a excessão da final. O MIBR se garantiu na grande decisão ao vencer a MAD Lions e aguardou o resultado da final lower entre os dinamarqueses e a HAVU.

Os comandados de peacemaker venceram finlandeses e foram para o rematch com o MIBR. Para variar, o time brasileiro venceu o primeiro mapa. Na Mirage, fer teve uma grande atuação e garantiu o 16 a 13 para o MIBR. Entretanto, na Inferno, segundo mapa da final o placar se repetiu, mas a favor dos dinamarqueses.

O mapa decisivo foi disputado na Train. O mapa que consagrou o CS brasileiro junto com a Cobblestone. Começando do lado CT, os brasileiros dominaram a primeira metade do jogo e venceram por 12 a 3. O que parecia estar encaminhado para a festa do MIBR terminou em tragédia. A equipe brasileira consegui somar apenas um ponto do lado TR e viu a MAD Lions terminar com o título em mais uma vitória por 16 a 13. Não demorou muito, meyern deixou a equipe para a chegada de Alencar “trk” Rossato. O ano de 2020 ainda reservaria um disband dentro da equipe brasileira

IEM RIO MAJOR 2023

Achou que o Major do Rio não entraria? Achou errado. Chegar em uma semifinal de mundial é importante? Sim. Foi o melhor resultado da história da FURIA em um Major? Foi. Mas, bem por isso, deixa de ser frustrante, principalmente após o resultado da final do torneio na Jeunesse Arena.

Vamos começar lembrando que, além da FURIA, Imperial com o projeto Last Dance e a 00 Nation com a dupla TACOLD também decepcionaram a torcida. As duas equipes foram eliminadas na primeira fase do torneio e deixaram toda a responsabilidade para a FURIA representar o Brasil, em casa, na busca do título.

Com o apoio do Riocentro sempre lotado, após avançar na primeira fase do Major, a FURIA passou o carro no Legends Stage e garantiu presença nos playoffs com três vitórias e nenhuma derrota. Nas quartas de final o adversário seria Oleksandr "s1mple" Kostyljev e a Natus Vincere.

Ao lado da FURIA estavam quase 20 mil brasileiros lotando as arquibancadas da Jeunesse Arena, sem contar o grande número de torcedores na Fan Fest do lado de fora do ginásio. O impacto da torcida foi sentido durante as quartas de final e os brasileiros venceram a NAVI de virada por 2 a 1, na série melhor de três. Com a classificação para as semifinais após eliminar a equipe do melhor jogador da história do CS:GO, a expectativa e a esperança de que agora chegou a hora da FURIA subiu nas alturas.

FURIA perdeu a chance de disputar a final do Major no Rio ao perder para a Heroic Divulgação/ESLFURIA perdeu a chance de disputar a final do Major no Rio ao perder para a Heroic Divulgação/ESL

Porém, veio a partida contra a Heroic. Diante dos dinamarqueses, os brasileiros começaram vencendo o primeiro mapa. Na Inferno, pick da Heroic, a FURIA controlou o jogo fazendo uma primeira metade do lado CT com 9 a 6 no placar. E na virada para o lado TR os brasileiros não perderam um round sequer e fecharam em 16 a 6. Porém, o drama veio a seguir.

No pick da FURIA, a Ancient começou com a Heroic na frente abrindo 3 a 1. Entretanto, a FURIA conseguiu passar no placar e chegou a estar com 5 a 3, quando em um round forçado (poucos armamentos na mão dos dinamarqueses), os brasileiros não capitalizaram e viram os adversários fechar a primeira metade com 10 a 5. Em um jogo de recuperação a FURIA até levou para a prorrogação o mapa, mas foi batido por 19 a 17.

A tristeza se concretizou na Nuke, onde a FURIA simplesmente não jogou. O Brasil se despediu do Major com um 16 a 5 e com um sonho destroçado pela Heroic.

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