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Para dupreeh, "o Counter-Strike precisa de uma MIBR forte"

Jogador da Astralis evitou entrar em polêmica sobre a FLASHPOINT e a ESL Pro League

por Filipe Carbone / 10 de Mar de 2020 - 16:05 / Capa: Reprodução/HLTV
Desde quando a maior equipe de Counter-Strike: Global Offensive que já representou o Brasil assumiu a tag MIBR que os torcedores não têm muito o que comemorar. De junho de 2018 pra cá, muitas decepções, mudanças de lineup e pouco motivo de alegria para um povo que aprendeu a amar o jogo de FPS da Valve.

Apesar de parecer que só os torcedores brasileiros torcem pela volta da MIBR ao topo, uma das principais peças do melhor time de CS:GO do mundo também demonstra o desejo de ver a equipe de Gabriel "FalleN" Toledo voltando a ter boas atuações como antes. Em entrevista exclusiva ao DRAFT5, o jogador da Astralis, Peter "dupreeh" Rasmussen, revelou a torcida por um dos principais times brasileiros no cenário competitivo.

Começando a surgir para o mundo no mesmo ano em que o Brasil viveu um dos anos de ouro no Counter-Strike, o rifler levantou o primeiro troféu do "Mundial" na ELEAGUE Major Atlanta 2017, mesmo ano em que a SK Gaming varreu o cenário e conquistou os principais títulos daquela temporada.

Apenas três anos depois, dupreeh não imaginava que daria mensagens de incentivo para a equipe que possui um trio de jogadores, mais o técnico, que já conquistaram dois Majors de CS:GO. Reiterando o respeito que jogadores de MIBR e Astralis possuem um pelo outro, o rifler mostrou o carinho que possui pela equipe de FalleN.

"Em relação aos fãs e suas esperanças, acho que o Counter-Strike precisa de uma MIBR forte. Eu espero ver a MIBR forte mais uma vez. É uma das equipes mais lendárias do mundo e os torcedores brasileiros merecem isso", disse o jogador para o DRAFT5.

VINDA PARA O BRASIL E TRATAMENTO DA TORCIDA

Jogador mostrou respeito aos torcedores brasileiros | Foto: Divulgação/Astralis


Já garantida na ESL One Rio Major 2020, a Astralis já está na New Legends Stage e um passo à frente da MIBR na competição, que não teve um bom desempenho no último Major, em Berlim, e precisará passar pelo New Challengers Stage.

Sem ter como prever o desempenho das equipes no torneio disputado em maio no Rio de Janeiro, dupreeh pode ter em alguns meses a chance de realizar um desejo. De acordo com o jogador, ele gostaria "de jogar uma grande final contra a MIBR jogando no Brasil". Essa seria a revanche tão esperada da Astralis, que perdeu a BLAST Pro Series Copenhagen 2017 para a SK Gaming de FalleN e Marcelo "coldzera" David jogando dentro de casa, na Dinamarca.

Tendo no Major apenas a terceira grande competição de Counter-Strike: Global Offensive no Brasil, os torcedores brasileiros já conseguiram mostrar para parte do mundo o que é jogar em solo nacional na ESL One Belo Horizonte 2018 e a BLAST Pro Series São Paulo 2019.

Apesar de estar presente somente na BLAST, dupreeh já sabe o que é levantar um troféu no Brasil e jogar contra a MIBR com a torcida empurrando o time brasileiro. Na ocasião, a Astralis venceu o time de FalleN na campanha de cinco derrotas em cinco jogos em solo paulista. Ainda assim, o rifler viu o suficiente para definir os fãs brasileiros como um dos "mais apaixonados do mundo".

"Nós adoramos jogar no Brasil diante de alguns dos fãs mais apaixonados do mundo. Eles fazem de tudo para quebrar o nosso jogo, nos confundir, nos pressionar e apoiar o próprio time. É disso que os torcedores tratam e, acredite, funciona", ressaltou dupreeh, dizendo em seguida sobre o poder do 'gogó' do público e mostrando grande respeito e carinho.

"Não importa o quanto você esteja preparado, os fãs do Brasil deixam uma impressão enorme. Vimos de perto que os torcedores brasileiros também são algumas das pessoas mais respeitosas e afetuosas que você pode imaginar. Nós os respeitamos e acho que eles nos respeitam e o que fazemos", afirmou o rifler.

INÍCIO DE TEMPORADA E BOOTCAMP CONTROVERSO

O início de temporada acaba sendo um dos momentos mais delicados do ano de uma equipe de Counter-Strike. Ao contrário da maioria dos times, a Astralis trocou o mouse, teclado e monitor por uma estratégia diferente e fez um bootcamp de pré-temporada sem contato com computadores.

O mal começo em 2020, no entanto, pode ter passado uma má impressão para o público. Sem sucesso na BLAST Premier Spring 2020, perdendo os dois jogos que disputou, e a eliminação na semifinal da IEM Katowice 2020 se tornou um começo de ano atípico para a Astralis.

Bootcamp da Astralis foi sem contato com computador | Foto: Divulgação/Astralis


Mas o que poucos sabem é que o bootcamp sem computadores da Astralis não é uma prática nova. De acordo com dupreeh, isso é algo que já acontece com a equipe há algumas temporadas e, apesar desse ano ter sido diferente, ainda é algo que ele considera como "parte de uma construção de uma base sólida".

"Isso é algo que fizemos antes de cada temporada. O Counter-Strike é sobre trabalho em equipe e jogo em equipe, comunicação no jogo, forte mentalidade de grupo e ter o apoio dos outros não importa como", afirmou dupreeh.

Em seguida, o rifler reiterou a importância de cada jogador se enxergar como membro de um time, independente dos momentos, objetivos e desafios. Para ele, isso "não é novidade para uma equipe esportiva ou qualquer outro grupo que dependa do bem-estar e do desempenho de cada indivíduo".

"Atravessamos os nossos objetivos como equipe, nossos desafios, e o que há de novo em tudo que nos cerca. Mas, ainda assim, fazemos muitos trabalhos e sessões como um grupo", finalizou.

DIVERGÊNCIA ENTRE ESL E FLASHPOINT

Apesar de sempre dar respostas longas e esclarecedoras no decorrer da entrevista a DRAFT5, o assunto envolvendo a ESL Pro League e a FLASHPOINT foi o que fez dupreeh pisar em ovos e afirmar que "não iria entrar em discussão entre os diferentes torneios".

"Há muito 'burburinho' por aí, mas o mais importante para nós é um cenário saudável e forte para o Counter-Strike, com as melhores equipes jogando e as novas ou menores sendo capaz de melhorar".

No entanto, o jogador da Astralis respondeu o suficiente para mostrar que está satisfeito com a decisão e com as equipes com quem irá disputar o título da 11ª temporada da ESL Pro League. De acordo com ele, "todo mundo dentro e fora da equipe estava envolvido na tomada de decisão".

Dupreeh evitou entrar em polêmica sobre FLASHPOINT e ESL Pro League | Foto: Divulgação/BLAST


Além disso, dupreeh afirmou que "eles, como jogadores, queriam jogar com as melhores equipes do mundo nas melhores condições possíveis".

Disputada entre os dias 16 de março e 12 de abril, a próxima temporada da EPL já está com todas as equipes que irão participar definidas. Dos oito times presentes no New Legends Stage da ESL One Rio Major 2020, todas vão participar da Season 11 e do novo formato adotado para a Pro League.

Apenas um mês depois do fim da EPL será a vez da Astralis entrar no servidor pelo primeiro Major de CS:GO do ano. Não só os dinamarqueses, mas todas as equipes participantes da Pro League terão a oportunidade de jogar contra todas as equipes que também estão com presença confirmada no torneio da Valve.

Contudo, dupreeh não enxerga isso como uma vantagem e nem acredita que o torneio será um aquecimento para a competição que será disputada no Rio.

"Sempre participamos de um torneio de cada vez e todas e qualquer uma com a ambição de vencer. O cenário competitivo está extremamente forte nos últimos anos e não podemos nos dar ao luxo de não nos concentrarmos em cada partida. Dito isso, sempre queremos chegar aos Majors, e espero que sejamos os mais fortes do Rio perante dos brasileiros", disse.
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