Os melhores no Brasil em 2021: (12) - exit

Nascido antes dos anos 2000, Raphael "exit Lacerda é um dos muitos personagens do Counter-Strike brasileiro inserido no mundo gamer pelos nostálgicos consoles, como o Super Nintendo, e que se apaixonou pelo FPS da Valve pelas saudosas versões.

Os 20 melhores no Brasil em 2021

A gana pela competição e a vontade de vencer, sempre, foram nutridas pelos esportes tradicionais, primordiais para a construção do exit que amassa os adversários e, em 2021, aparece na lista dos Melhores no Brasil da DRAFT5 na 12º colocação.

Nascido em São Gonçalo, cidade que compõe a região metropolitana do Rio de Janeiro, exit passou grande parte da vida em Niterói, capital fluminense até 1974. A vida gamer do jogador começou aos quatro anos, quando ganhou o Super Nintendo e se viciou em títulos de futebol, esporte que foi a primeira paixão de Raphael.

O Counter-Strike surgiu na vida de exit quando este tinha 11 anos. Como muitos, começou jogando a amada versão 1.6. E foi por conta de uma equipe da modalidade, chamada ExiT, que o atleta adotou a atual alcunha. Anteriormente, utilizava nicks referentes ao próprio nome.

Assim como muitos outros jogadores, exit não migrou para o Global Offensive logo quando a atual versão foi lançada, em 2012. Na época, a atenção do jogador estava em outro título e estilo de jogo: League of Legends, o MOBA da Riot Games.

Foi em 2015 que exit tomou aquela que julga como a melhor decisão da vida, dar uma chance para o CS:GO. Já habituado ao competitivo da modalidade pelo grande período em que passou no 1.6, não demorou muito para se inserir no meio.

São poucos os jogadores que começam o competitivo com bons resultados. Podemos colocar exit nesse seleto grupo. Na primeira competição que se tem registro da participação do atleta, a edição sul-americana do E-Frag Rising Stars - Promotional Cup, conseguiu ser semifinalista junto a Team Innova. Isso aconteceu em 2018.

Mas este não foi o único bom resultado obtido por exit naquele ano. Pela Dai Dai, alcançou o Top 8 na Liga Pro da Gamers Club e na Brasil Premier League Season 1 (BPL). Títulos, na sequência da temporada defendendo a ProGaming: tricampeonato da competição mensal organizada pela plataforma líder.

No ano seguinte, exit sentiu o gosto de disputar uma LAN e logo no estado natal. Defendendo a Black Dragons, jogou a Brasil Game Cup 2017. Contudo, o resultado não foi dos melhores já que se despediu do torneio ainda na fase de grupos, com apenas uma vitória conquistada. Já no segundo presencial, levou os Dragões ao título do Maringá Extreme 2017.

Não demorou muito para exit ascender ainda mais na carreira. Também em 2017, o jogador foi chamado para defender a Sharks, organização portuguesa que investe no cenário brasileiro. Junto aos Tubarões, teve a oportunidade de competir internacionalmente. O primeiro compromisso foi o Cross Border Esport 2017, competição na qual terminou em 3º/4º lugar após derrota para eXtatus, equipe a qual acabou se consagrando campeã.

Também em 2017, o primeiro grito de campeão fora do país: Famalicão Extreme Gaming após vitória sobre Team Alientech. Posteriormente veio a medalha de bronze no 4Gamers OMEN CS:GO Masters, torneio no qual a Sharks acabou perdendo para a própria Alientech. No fim da temporada, mais um caneco com o título da Superliga 2017

exit voltou a competir no Brasil no ano seguinte por decisão da própria Sharks visto que o país contaria com importantes seletivas. Mas foi um retorno discreto visto que o time conseguiu um modesto 5º/8º lugar na seletiva para a XLG Summer, não conseguindo assim avançar para as finais. A readaptação aconteceu rápido e, com o time crescendo durante a própria competição, os Tubarões venceram a LA League #1 e se classificaram  para a ESL Pro League Season 7 (EPL). Não satisfeito com um título, o atleta também garantiu vaga no classificatório da ZOTAC Cup Masters 2018.

O brasileiro voltou a competir fora do país na competição para a qual se classificou, a EPL 7, mas com o time não passando da fase de grupos. Rapidamente e também sem brilho, vinda para o Brasil a fim de disputar a seletiva para o FACEIT Major London 2018. Os Tubarões passaram em branco também no classificatório para o ESL One New York 2018, este disputado na Europa.

Competição vencida pela Sharks em 2017, o Famalicão Extreme Gaming serviu para a equipe voltar ao trilho da vitória. Os Tubarões também ganharam a edição de 2018 e, embalados, foram campeões também do OMEN Eurogamer Challenger Porto 2018. Outro bicampeonato foi o da LA League, que rendeu ao time classificação para a EPL 8.

Ainda em 2018, a Sharks voltou a tentar se classificar para um Major, o IEM Katowice 2019, mas novamente não conseguiu a tão sonhada vaga. Posteriormente, bateu na trave ao ser vice na WESG 2018 Brazil, não passou da fase de grupos da EPL 8, contudo fez bonito na PGL Grande Slam ao terminar no Top 3/4, eliminado para a G2.

Assim como nos dois anos anteriores, exit e Sharks disputaram a LA League em 2019. Contudo, desta vez, o título não veio. A equipe também bateu na trave nas seletivas voltadas para a América do Sul da EPL 9 e da DreamHack Masters Dallas 2019. Os Tubarões também estiveram presentes na DreamHack Open Rio de Janeiro 2019, chegando até a semifinal. Depois disso, o time retornou para a Europa, onde tiveram resultados pouco expressivos até que na XF Braga Cup foram vice-campeões por conta da derrota sofrida para OFFSET Esports na decisão.

Mas o melhor ainda estava por vir em 2019. Neste ano, a equipe chegou a ir para o Minor válido pelo StarLadder Berlim. A classificação não veio por pouco, com o time terminando o classificatório em 4º lugar por conta da derrota sofrida para a FURIA. A sequência da temporada da equipe foi na América do Norte, com os Tubarões vencendo o Challenger Cup, que garantiu o time na ECS 8, e a classificação para EPL 10 após o time ir bem na repescagem da América do Sul, vencendo  a Supremacy Gaming.

A Sharks não conseguiu se classificar para a DreamHack Masters Malmö, mas deu a volta por cima ao conseguir uma boa performance no grupo sul-americano da EPL, carimbando assim vaga para a etapa mundial do evento. O time também foi bem na divisão norte-americana da ECS 8, se classificando para a fase final. Porém, nos campeonatos de nível mundial, o time não foi muito longe.

Por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, a temporada 2020 de exit foi no Brasil e com a Sharks indo bem nos campeonatos que disputou: vice-campeão da divisão sul-americana da EPL 12, Tribo To Major, CLUTCH Season 3, além das semifinais disputadas em CBCS The Rising, Gamers Club Redragon Challenge e Gamers Club Masters IV. Tais resultados ajudaram o atleta terminar o ano eleito como o 4º melhor no Brasil pela DRAFT5.

exit começou 2021 na Sharks e alcançando bons resultados em torneios disputados no Brasil, como os vices na WESG e na DreamHack Open March, fora ter sido semifinalista na Aorus League Brasil Season 1. Apesar de ter ido longe em tais competições, o jogador disse à DRAFT5 que o começo da temporada "não foi tão positivo".

"O nosso objetivo nos três campeonatos era de vencer pelo menos dois deles, o que não acontece. Mas sim, já era uma prévia de que brigaríamos pelos títulos", completou.

Avaliando o que faltou para os Tubarões terem ido mais longe, exit afirmou crer que, "se tivéssemos mais tempos juntos de line, nós poderíamos ter cumprido o nosso objetivo. O time era muito novo ainda, faltava muita coisa e jogamos contra equipes que já estavam juntas há mais tempo".

Depois de quatro anos representando a organização portuguesa, exit decidiu seguir um novo caminho na carreira e aceitou a proposta para jogar pelo MIBR. Segundo o próprio, a mudança aconteceu "pela oportunidade de representar o maior time brasileiro da história do CS, que desde pequeno eu acompanhei e torci. Então foi um sonho se realizando naquele momento".

O jogador estreou pela nova equipe na BLAST Premier Spring Showdown 2021, eliminado pela FURIA logo na primeira série. No mês seguinte, a glória foi alcançada com o título do Regional Major Ranking do CBCS Elite League Season 1, com direito a vitória sobre o antigo time.

exit falou sobre o episódio: "Foi uma sensação estranha, pois eu havia jogado na Sharks por quase quatro anos. Mas eu só pensava no meu time na hora do jogo e queria muito a vitória - que conseguimos naquele torneio -, e foi um sentimento muito bom".

Depois do título o MIBR seguiu para o exterior, disputando torneios internacionais por dois meses. Os resultados, contudo, não foram tão positivos quanto o esperado e exit não consegue explicar o motivo para tal. "O que eu posso dizer é que tentamos muito durante esse período dar a volta por cima. Mudamos coisas dentro do jogo, conversamos muito fora. Acho que foi o período que eu mais treinei na minha vida", afirmou.

Lúcido, exit garantiu que não sentiu a diferença de nível encontrado na Europa por já estar acostumado tendo em vista jogar naquela região "faz parte da minha carreira há quase cinco anos".

Passado a intertemporada no Velho Continente, exit retornou ao Brasil com o MIBR para disputar mais um RMR, a segunda edição do CBCS Elite League. Desta vez, contudo, o time parou nas semifinais. Na última chance de se classificar para o PGL Major Stockholm 2021, a IEM Fall South America, equipe acabou sendo superada pela Sharks no confronto que definia o classificado.

Na opinião de exit, "o período ruim na Europa deixou o time com uma confiança muito baixa, e, juntando a pressão da vaga pelo Major, nós acabamos perdendo. Mas não vou tirar o mérito da Sharks que também deve ter trabalhado muito para nos vencer".

Sincero, o jogador classifica a derrota na IEM Fall como "o momento mais triste da minha carreira porque classificar pro Major é o sonho de qualquer jogador de CS, e eu fiquei um tempo amargurando essa derrota. Pro time, o impacto foi de ter mudanças na line up. Logo após esse campeonato entraram o Tuurtle e o Wood nos lugares do shz e do yel".

Por mais que não tenha competido muito no Brasil, exit foi importante para as equipes que defendeu nos torneios que esteve presente. O nome do atleta fez parte de sete listas de melhores jogadores de competições ao longo de 2021, com destaque para DreamHack Open March e CBCS Finals 2021, nos quais brigou pelo MVP. Com isso, acumulou 66 D5 Points.

exit confessou que ficou "surpreso de estar novamente no Top 20 porque grande parte do ano eu fiquei fora do país, vindo jogar apenas alguns campeonatos. Mas é claro que feliz demais de ver meu trabalho sendo reconhecido, e 2022 será melhor ainda".

Sobre 2021, o jogador classificou "foi um ano bem difícil para mim, de altos e baixos, porém mais baixos. As constantes viagens (muitas delas sem a line completa) afetaram o meu rendimento no jogo e também o rendimento do time. Infelizmente por coisas que fogem do nosso controle. Mas eu acredito que esse ano será diferente. Eu tô muito confiante com o time que temos e sei que trabalharemos muito para levar o MIBR novamente pro topo, que é o lugar onde essa tag merece".

Entre as estatísticas de destaque, teve 74.5% em KAST sendo o quarto lugar entre os vinte neste quesito.

Da tradução literal, bold prediction significa “previsão ousada”. Este termo é utilizado em pesquisas com jogadores que se destacaram e dão palpites de quem será um dos possíveis nomes que tem de tudo para aparecer entre gigantes em breve. Categórico, exit aponta a joia do MIBR Academy Breno "brnz4n" Poletto.

"Foi um menino que eu trabalhei por duas vezes nesse ano (quando ele completou 2 BLAST para nós) e além do potencial absurdo que todos podem ver de fora. Ele já é um homem com a cabeça no lugar, dedicado, profissional e que sabe ouvir; e pra mim esses são os pilares de um jogador Top, então ele é meu nome pra 2022", avaliou