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Os melhores no Brasil em 2020: (4) - exit

MVP do CLUTCH S3, exit conquistou outros 4 EVPs durante a temporada sendo o jogador da Sharks melhor posicionado na listagem

por Gabriel Melo / 16 de Jan de 2021 - 15:10 / Capa: Arte/DRAFT5
Naquele que é considerado o país do futebol, é difícil vermos relatos de que o tradicional esporte não fez parte da infância de várias pessoas. Não foi diferente com Raphael "exit Lacerda, que até brilhar com a camisa da Sharks no Counter-Strike: Global Offensive, também se viciou em outra modalidade também muito praticada no país: o vôlei.

DE SÃO GONÇALO PARA O MUNDO


exit é cria de São Gonçalo, a segunda cidade mais populosa do estado do Rio de Janeiro, mas viveu por toda vida em Niterói, para onde se mudou aos quatro anos. E foi nessa idade que o jogador teve o primeiro contato com o mundo gamer ao ganhar um nostálgico Super Nintendo, no qual de cara se viciou, principalmente em jogos de futebol.

E os esportes tradicionais fizeram parte da vida de exit desde cedo, com o futebol sendo a primeira paixão e o qual praticava durante "o dia inteiro" e posteriormente o vôlei.

O primeiro contato de exit com o Counter-Strike aconteceu em 2007, ainda na saudosa versão 1.6, após ganhar o primeiro computador. O jogador iniciou na modalidade com nicks relacionados ao próprio nome, até que conheceu um time que se chamava ExiT e passou a adotar a alcunha, a qual foi "aprovada" pelos amigos e, por isso, manteve.

Foto: fraglider.pt Foto: fraglider.pt

DECISÃO ACERTADA


Por já estar inserido no mundo do CS, exit vivenciou a transição do 1.6 para o Global Offensive, mas não migrou logo de cara porque, na época, passava mais tempo jogando League of Legends com os amigos de escola, passando a nutrir um certo amor pelo MOBA.

Foi somente em 2015 que exit decidiu dar uma chance para o CS:GO, decisão esta a qual é classificada pelo próprio jogador como "a melhor da vida". Por já conhecer o competitivo da época em que jogou 1.6, não demorou muito para o atleta disputar as primeiras competições na atual versão.

O primeiro time o qual exit defendeu no CS:GO foi um formado por amigos da época do 1.6, enquanto as primeiras competições foram as que compõem o circuito da Gamers Club, como por exemplo a Liga Aberta, e seletivas que surgiam no cenário brasileiro naquele período.

TRAJETÓRIA


A edição sul-americana do E-Frag Rising Stars - Promotional Cup, disputada em abril de 2016, é a primeira competição que se tem registro da participação de exit no competitivo. Nesse torneio em questão, vestindo a camisa do Team Innova, o jogador chegou nas semifinais, sendo eliminado para a escalação argentina que defendeu a 2Kill Gaming.

Ainda naquele ano, exit também vestiu a camisa da Dai Dai Gaming, com a qual teve como melhores resultados a 5ª/8ª colocação na Liga Pro de maio e o 7º lugar na Brasil Premier League Season 1 (BPL). Nesta mesma temporada vieram os primeiros títulos, com a camisa da ProGaming. Após beliscar nas edições de julho (vice) e agosto (3º), o atleta e a equipe foram campeões da Liga Pro de setembro. Mas este não foi o único título: vitórias também nos torneios de outubro e dezembro. rampageKillersTeam oNeMystical foram as vítimas.

exit iniciou 2017 ainda pela ProGaming, mas passando a defender a Black Dragons a partir de fevereiro. Pela nova equipe, o jogador teve a primeira experiência de disputar um presencial e logo no estado natal. No Rio de Janeiro, competiu na Brasil Game Cup 2017, na qual foi eliminada ainda na fase de grupos após apenas uma vitória em três MD3 disputadas.

Arquivo pessoal


Os resultados vestindo a camisa dos Dragões demoraram um pouco a sair. As melhores performances até então foram o 3º/4º lugar nas edições de fevereiro e maio da Liga Pro. Em junho, mais um vice, na terceira temporada da BPL. A frustração pela medalha de prata passou no mês seguinte, quando conquistou o Maringá Extreme 2017, presencial disputado na cidade que deu nome ao torneio, após vitória sobre Chora Mais Gordão.

As boas atuações pela Black Dragons levaram exit para o atual time em julho de 2017. Com dois meses de casa, o brasileiro disputou a primeira LAN internacional, em Sønderborg, na Dinamarca. Lá, competiram no Cross Border Esport 2017, competição na qual terminou em 3º/4º lugar após derrota para eXtatus, equipe a qual acabou se consagrando campeã.

Não demorou muito para o primeiro título internacional acontecer. No mês de outubro, em Portugal, exit e Sharks venceram o Famalicão Extreme Gaming após vitória sobre Team Alientech. Também naquele mês, medalha de bronze no 4Gamers OMEN CS:GO Masters. Neste, o time acabou não levando a melhor sobre Alientech. Já no final de 2017, grito de campeão na Superliga 2017 e 3º/4º lugar no Bilbao Esports Tournament.

Foto: Defs.pt


Após um 2017 recheado de participações em torneios fora do país, exit voltou para o Brasil junto à Sharks por conta das importantes seletivas realizadas por aqui. É bem verdade que o retorno não foi dos melhores tendo em vista que o time conseguiu um modesto 5º/8º lugar na seletiva para a XLG Summer após não conseguir avançar para as finais.

Mas os bons resultados vieram a galope, como as classificações para a ESL LA League, após vitória sobre os chilenos do Andes eSports, e para a seletiva do ESL One Belo Horizonte, na segunda tentativa que teve, ao vencer VNS Sushi Rão no Open #2.

Na passagem pelo Brasil, títulos também foram obtidos, como na LA League #1. Nesse torneio, o time fez a 3ª melhor campanha na temporada regular, mas cresceu de desempenho no mata-mata, batendo Isurus Gaming para chegar à final, na qual não deu chance para a FURIA, conseguindo assim levantar o troféu e, de quebra, carimbar a vaga para a ESL Pro League Season 7 (EPL).

O dia 29 de abril de 2018 foi de comemoração dupla já que, além do título, exit e Sharks conseguiram também se classificar para a ZOTAC Cup Masters 2018 após vencer a YeaH Gaming no confronto valendo a vaga. O fim da primeira passagem da equipe pelo Brasil terminou com um 4º lugar no GG.BET Ascensão.

Arquivo pessoal


O retorno aos torneios internacionais aconteceu na EPL 7, torneio no qual a Sharks não foi muito longe ao não passar da fase de grupos, perdendo para mousesportsCloud9. Posteriormente, os Tubarões tiveram outra passagem pelo Brasil, mas esta de forma rápida e sem muito sucesso visto que o time não conseguiu se classificar para o Minor válido pelo FACEIT Major London 2018.

Vaga também não conquistada para o ESL One New York 2018 já que o time terminou a seletiva aberta europeia na 13º/16º colocação. Na sequência, medalhas de bronze na ZOTAC Cup Masters, GG.BET Summer Europe e Cross Border Esports 2018 após, respectivamente, derrotas para Ghost, HAVU Gaming e Tricked, além de um modesto 9º/10º no OGA Counter PIT Season 1.

A sequência de bolas na trave acabou quando, mais uma vez, a Sharks subiu no degrau mais alto do pódio de uma edição do Famalicão Extreme Gaming. Em 2018, o título veio contra GTZ Bulls Esports. Na sequência, medalha de ouro também no OMEN Eurogamer Challenger Porto 2018.

A Sharks acabou retornando para o Brasil no final daquele ano para, mais uma vez, ser superior aos demais adversários na segunda temporada da LA League. Desta vez, a campanha foi ainda mais dominante melhor performance na fase de grupos e vitórias sobre Team Wild, na semifinale Isurus, na decisão, conseguindo assim não só o título mas também a participação na EPL 8.

Além da LA League, Sharks garantiu vaga na PLG Grand Slam e ainda luta pela WESG e Minor | Foto: Lucas Spricigo/DRAFT5


Se na LA League a equipe conseguiu a dobradinha, o mesmo pode se falar da disputa por uma vaga no Major, mas de forma negativa, já que, pelo segundo ano seguido, a Sharks não conseguiu ir muito longe, sendo eliminada pela Wild na seletiva fechada voltada para a América do Sul. Abaixo da média também foi a performance na ESEA Open Brazil Season 29, a qual terminou na 9º/16º, enquanto na WESG 2018 Brazil foi vicecampeã. Já lá na EPL 8 também não conseguiu ir muito longe, mas tendo um melhor resultado no PGL Grand Slam 2018, ficando em 3º/4º lugar após derrota para G2.

exit e Sharks iniciaram 2019 também no Brasil, com o primeiro compromisso sendo a LA League. Contudo, o terceiro título na competição não veio porque, desta vez, os Tubarões não conseguiram ser superiores a Isurus. O time também bateu na trave nas seletivas voltadas para a América do Sul da EPL 9 e da DreamHack masters Dallas 2019 após derrotas para DETONAW7M, respectivamente.

No início do ano retrasado, jogador e o time disputaram a primeira DreamHack realizada no país, no Rio de Janeiro. Apesar de não ter chego na final, por ter perdido para a FURIA na semi, o desempenho da Sharks pode ser classificado como bom. Passado o campeonato, os Tubarões retornaram para a Europa, onde tiveram resultados pouco expressivos até que na XF Braga Cup foram vice-campeões por conta da derrota sofrida para OFFSET Esports na decisão.

Se nas duas temporadas anteriores a Sharks não foi muito longe na disputa pela sonhada vaga no Major, em 2019 a equipe chegou a ir para o Minor válido pelo StarLadder Berlim. A classificação não veio por pouco, com o time terminando o classificatório em 4º lugar por conta da derrota sofrida para a FURIA.

Os Tubarões seguiram 2019 competindo na América do Norte, começando com a vaga garantida na seletiva fechada para DreamHack Masters Malmö, a vitória no Challenger Cup, que garantiu o time na ECS 8, e a classificação para EPL 10 após o time ir bem na repescagem da América do Sul, vencendo  a Supremacy Gaming.

Foto: Igor Bezborodov/StarLadder Foto: Igor Bezborodov/StarLadder


O time não conseguiu se classificar para Malmö, mas deu a volta por cima ao conseguir uma boa performance no grupo sul-americano da EPL, carimbando assim vaga para a etapa mundial do evento. Desempenho positivo também na divisão americana da ECS 8, a qual terminou em 4º lugar, campanha que garantiu o time na fase final. No entanto, nessas competições internacionais, quando se deparou com os grandes times do cenário mundial, os Tubarões não conseguiram ir muito longe.

2020 ATÍPICO


A Sharks era uma das equipes que começou 2020 com o objetivo de alçar voos maiores no cenário internacional, mas não conseguindo cumpri tal meta por conta da doença que colocou o mundo de cabeça para baixo: COVID-19

Como a pandemia do novo coronavírus se alastrou rapidamente pelos países no início do último ano, os Tubarões precisaram abrir mão da EPL 11, marcada inicialmente para ser disputada em Malta, mas que acabou passando para o formato online. Com isso, a equipe de exit acabou ficando de fora da lista de participantes.

Na opinião do jogador, voltar para o Brasil foi a melhor decisão a se fazer, com a Sharks pensando no bem-estar dos jogadores já que havia muitas incógnitas sobre as consequências da doença em todo o mundo. Mas competitivamente falando, para o atleta, os Tubarões acabaram sendo prejudicados já que todos no elenco queriam continuar competindo fora do país contra as melhores equipes do mundo.

Questionado se, em algum momento, os jogadores da Sharks cogitaram "peitar" a doença e, assim, não voltar ao Brasil. Contudo, exite admite que todos acreditaram que poderiam retornar para o cenário internacional no segundo semestre, o que acabou não acontecendo.

Divulgação / Sharks


A reestreia dos Tubarões no cenário brasileiro aconteceu no CBCS The Rising, campeonato no qual a Sharks entrou como uma das favoritas, mas não conseguiu chegar na final por conta da surpreendente derrota que sofreu para a Redemption. Campanha parecida acontece no Redragon Challenge, com o time sendo eliminado na final da repescagem para a paiN Gaming, terminando assim em 4º lugar.

As coisas melhoraram a partir da disputa por uma vaga no Tribo To Major, com a Sharks vencendo a seletiva aberta ao derrotar a Prodigy. A partir daí, sequência de vice-campeonatos, que começou na divisão sul-americana da EPL 12, seguiu para o Tribo To Major e chegou ao fim no CLUCTH Season 3BOOM RED Canids Kalunga foram os algozes da equipe, respectivamente.

Com uma escalação bem diferente da que começou o ano, a Sharks foi disputar a sexta Gamers Club Masters. Foi mais um torneio que a campanha do time chegou ao fim nas semifinais por conta da derrota para a 9z Team, a qual acabou sendo vice do torneio.

Sobre os três campeonatos que a Sharks terminou sendo vice-campeã, exit acredita que faltou tempo de time já que cometeram erros que uma equipe com mais tempo não comteria.

"Nós batemos na trave trêz vezes e isso foi um baque enorme para mim. Queria muito, pelo menos, conquistar um tpitulo para melhorar o ano de 2020, competitivamente falando".

As muitas mudanças que o elenco dos Tubarões sofreram no último ano atrapalharam o time, na opinião de exit, mas não ao ponto de jogar o ano fora. Segundo o jogador, a saída Ignacio "meyern" Meyer "foi um baque duro" para o time já que o mesmo vinha jogando muito bem. Posteriormente, teve a passagem de Olavo "heat" Marcelo que não deu muito certo. Para o atleta, mudar a escalação da forma que aconteceu quebrou um pouco o ritmo do time.

O 4º MELHOR NO BRASIL EM 2020


Arte/DRAFT5


A terceira temporada do CLUTCH, sem sombra de dúvidas, foi a competição na qual exit melhor se apresentou, apesar do vice-campeonato. Nesse torneio, o integrante da Sharks foi eleito pela DRAFT5 como o Jogador Mais Valioso (MVP) ao emplacar 1.24 de rating 2.0,  1.14 de taxa de impacto, 0.80 de KPR contra apenas 0.58 de DPR, 86.7 de ADR e 74.2% de KAST, sendo líder em seis dos mais diversos aspectos estatísticos.

Mas este não foi único torneio que exit jogou bem. No CBCS The Rising, o jogador foi eleito EVP, assim como aconteceu no Tribo To Major e na Masters VI. Por conta disto, conseguiu um total de 69 D5 Points. Alguns números obtidos pelo atleta em 2020: 1.17 de rating 2.0 (#8), 81.2 de ADR (#7) e 1.26 de KD ratio (#6).

O início lento da Sharks na última temporada, não conseguindo colocar em prática o favoritismo que lhe foi dado no CBCS The Rising e Redragon Challenge, pode ser apontado como uma das causas de exit não ter alcançado maiores posições no melhores no Brasil, assim como as severas mudanças no elenco, que atrapalharam na constância do time.

Arte/DRAFT5


Fazendo uma autoavaliação da temporada, exit classifica o desempenho como ok. Na opinião do jogador, os torneios em que mostrou as melhores performances foram no CLUTCH e no Tribo to Major. Quanto a posição que esperava ficar nos melhores do ano no Brasil, o atleta acreditava que dava para beslicar um Top 10, mas sem muita certeza porque não ficou no Brasil durante 2020 todo: "Não joguei alguns campeonatos importantes".
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