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Os melhores no Brasil em 2020: (14) - drg

Com 9 EVPs, incluindo Masters VI e duas edições do CBCS, o capitão da Havan cravou o 14º lugar da lista

por Pedro Umberto  / 11 de Jan de 2021 - 14:32 / Capa: Arte/DRAFT5
Nascido na Terra da Garoa, Rodrigo "drg" Ausenka segue a linha de grande parte dos jogadores de Counter-Strike: influência da família. Entretanto, mesmo sendo um dos melhores jogadores no Brasil em 2020, o FPS da Valve não foi o primeiro jogo que o paulistano encostou. Com 9 anos de idade, teve vontade de seguir os passos do irmão mais velho e adentrar o mundo virtual, conhecendo o Ragnarok.

O PEQUENO RODRIGO


Com 8 anos, teve o pontapé inicial jogando o videogame que tinha em casa. Depois, acabou conhecendo o MMORPG citado acima e se apaixonou, passando horas e horas focando em melhorar. Hoje, passados 12 anos , continua entrando nos servidores "pela nostalgia".

Com o passar da infância, o menino Rodrigo acabou conhecendo o Counter-Strike e, precisando escolher o nickname dentro do jogo, optou pelo caminho mais fácil: abreviar drigo, apelido o qual era conhecido na roda de amigos.

COMEÇO DE TUDO


Apesar de ter crescido aos olhos da comunidade recentemente e ser novo no cenário comparado a alguns, a bagagem de drg não é vazia. Depois de ganhar gosto pelo jogo, se dedicar e crescer, a sua primeira chance mais séria chegou de forma inesperada e até hoje não lembra como foi chamado.

Giovanni "gio" Deniz, hoje comentarista da Gamers Club, foi quem chamou o jogador para o primeiro torneio. Naquela ocasião, ficou feliz pelo reconhecimento que teve e resolveu treinar cada vez mais, visando cada dia estar melhor.

No elenco formado por drg e gio, os outros componentes eram Heloy "Hellzaoo" Cruz, que chegou a representar o Brasil nos Estados Unidos, Gabriel "cpx" Cruz, hoje no VALORANT, bazzo e Murilo “MUKA” Zaremba. Além do coach, gio, idealizador e responsável por chamar drg.

A mudança na chave foi em 2016, quando as chances foram aparecendo para o semiprofissional. Começando a entrar em times menores, mas já visando o cenário profissional que vinha crescendo cada vez mais, as primeiras recompensas monetárias chegaram. Mensalmente, eram de R$50 a R$150 reais, mas "já era o suficiente para continuar com o sonho de ser proplayer", afirmou.

Ainda em 2018, quando foi anunciado pelo Bragantino e-Sports | Divulgação/Bragantino

MASSA BRUTA 


Bragantino Futebol Clube, foi um dos pioneiros em abrir as portas para o atleta em um mundo mais profissional. Dia 16 de agosto de 2018 foi a data do anúncio, iniciando um período onde defenderia o clube da Bragança Paulista ao lado de Leonardo “zmb” Toledo, treinador na ocasião, e Vitor “koé” Pires.

Enquanto utilizou a camisa carijó, a constância ficou longe e os repetidos bons resultados não chegaram. Por isso, a Arena Gamer Campus Party Brazil 2019, contra a divisão feminina do Santos e-Sports, foi a única conquista deste elenco no Braga.

Independente de não ter levantado diversos troféus, avalia a passagem como benéfica pra carreira. "Tirando Redemption POA/Havan, o Bragantino foi o time que eu mais cresci e evolui dentro do jogo. Além de ter feito meu primeiro bootcamp com eles", citou.

Bragantino na Arena Gamer Campus Party Brazil 2019 | Foto: Helton Silvestre


Logo após deixar o clube paulista, recebeu a chance de atuar pela Alma Gaming, mas com mudanças na formação que fazia parte. Daniel "danviet" Marques e Raul "r4ul" Bruzaca substituíram Marco “SoweLL” Aurélio e Cristiano “CJ” Junqueira, permanecendo apenas o trio: SoweLL, drg e koe.

Fazendo boas aparições na Alma e garimpando espaço dentro da elite do Counter-Strike nacional, a organização laranja foi essencial para o passo que drg daria. Mesmo não tendo bons resultados nos classificatórios jogados, atraiu olhares da Redemption POA, que o chamaria para substituir Cássio "frostezor" Bergamo, que deixava a equipe de forma repentina alegando problemas pessoais.

O RPG NO FPS


Assim como no Ragnarok, a carreira profissional de drg no Counter-Strike foi evoluindo com o passar do tempo e claro, com muita dedicação. Antes chamado para fazer parte de um projeto para a disputa de ligas menores, agora estaria presente nas grandes ligas.

O debute na nova casa foi no décimo primeiro classificatório da Esportal, valendo vaga para as finais brasileiras. Depois de ficar seis vezes no meio do caminho - enquanto defendia a Alma -, foi certeiro na estreia e avançou à final regional.

Já ao lado de Victor "remix" Monteiro e Alexandre "ALLE" Santos, bateu na trave no classificatório aberto do Americas Minor, perdendo para a Evidence. Na segunda chance, triunfo contra a Furious e lugar assegurado na etapa seguinte. Todavia, derrotas para paiNInflames forçaram o adeus à competição.

Foto: Rafael Veiga/DRAFT5


Por ter ocupado a lacuna deixada por frostezoR, drg precisou ser mais flexível do que nunca, assumindo a função de IGL (In Game Leader) dos verdes. "Foi algo repentino, foi a função que sobrou pra mim. Então, dei meu máximo para aprender o mais rápido possível e hoje em dia (Na Havan), me sinto confortável exercendo ela", revelou.

O início de outubro era promissor. A primeira LAN na nova equipe seria disputada. Depois de uma fase de grupos avassaladora, vencendo 11 de 14 séries, a Redemption chegava como uma das francas favoritas ao título. E tudo isso sob o comando daquele drg.

Na altura, Michael "dok" Marques e Gabriel "sutecas" Dias já estavam inseridos no quinteto, competindo presencialmente nos estúdios do CBCS. A semifinal foi dura, com a famosa "lei do ex" cobrando a Redemption. Filipe "fP1" de Caires, ex-RDP, foi o responsável por conduzir a vitória dos detetives da Evidence, cravando a eliminação.

SILÊNCIO, TRABALHO


Batendo na trave mais uma vez ao perder na final do classificatório da NEST para a paiN Gaming, o último compromisso da temporada recorrente era a segunda edição do CBCS. Diferentemente da primeira, a fase regular não foi tão soberana, ficando com 9V-5D e 27 pontos somados.

Triunfando sobre a forte Team Reapers em um jogo equilibrado na semifinal e alcançando a decisão contra a Imperial, o primeiro grande título chegaria. De virada, o troféu foi erguido pela Redemption, que contou com série ensandecida de sutecas, com 1.20 de rating e 66 abates em três mapas.

Elenco campeão do CBCS. Da direita para a esquerda, drg é o primeiro agachado | Foto: CBCS


Ano novo, vida nova. O 2020 pandêmico batia na porta e, como sempre, a Redemption comia pelas beiradas, no silêncio, e ganhava cada vez mais espaço no cenário. Sem conseguir classificar para a WESG, a Flashpoint seria o sonho mais alto dos brasileiros.

Batendo em times como ex-Skullz, Reapers e Bravos Gaming, chegaram na final do classificatório contra a Isurus e a primeira derrota veio, caindo para a lower. Por lá, triunfaram sobre os pitbulls da DETONA e alcançaram a vaga na seletiva presencial, disputada em Los Angeles. O sonho seria destroçado pela Chaos de Joshua "steel" Nissan, que na partida valendo a vida no Grupo B, venceria os brasileiros e acabaria com o sonho de classificação para o evento principal.

"Eu fiquei muito empolgado com tudo. Eu senti que estava no caminho certo", refletiu drg sobre os primeiros passos na nova casa.

Retornando ao Brasil, foram quase três meses sem participações em grandes torneios. No CBCS: The Rising, drg tentou liderar o elenco ao bicampeonato, mas acabou sendo amassado pela hegemônica BOOM na final. Sem grandes compromissos marcados, o foco foi na AORUS League. Nas duas edições, dois troféus levantados, somando $6 mil em prêmios e um destaque maior ainda para quem já merecia.

Na primeira quinzena de julho mudanças bruscas aconteceriam. Surpreendendo a todos, a Redemption POA divulgaria que o quinteto estava na lista de transferências e livre para ouvir propostas de outros clubes. Os jogadores acabaram atuando sob a tag ex-RDP, mas não por muito tempo.

APOSTA DA HAVAN NO COUNTER-STRIKE


Investindo em grandes modalidades dos esportes eletrônicos, a Havan queria dar a tacada certeira no Counter-Strike. Por isso, observando o quinteto como um verdadeiro pote de ouro não-explorado, foram atrás do esquadrão para representar a loja no CS:GO.

Dois anos e cinco dias depois do anúncio do Bragantino, drg seria anunciado na Havan, organização que detém um dos melhores centros de treinamento no Brasil.

Da esquerda para direita: sidde (coach), dok, ALLE e drg. Agachados: remix e w1 | Divulgação/Havan Liberty


A estreia foi em mais uma edição do CBCS, mais especificamente nos playoffs, vide chegada por meio do classificatório. Porém, após vencer a Evidence pararam no meio do caminho para a surpreendente Imperial de Lincoln "fnx" Lau e caíram fora do torneio. Nove dias depois, participação no EsportsMaker Invitational encerrada depois de jogo acirrado contra a BOOM, perdendo a melhor de três por dois mapas a um.

Em um ritmo imparável, os campeonatos não terminavam para a agora Havan. Logitech G Challenge foi o seguinte, mas queda precoce para a INTZ tirou a chance dos jogadores levantarem o troféu no início do mês.

Até que no final de setembro, disputaram a décima segunda edição da Pro League, chegando no evento principal pelo ranqueamento global feito pelo própria ESL. O time comandado por drg teve sucesso, mas não o suficiente para quebrar a hegemonia do time de Gustavo "yel" Knittel.

COLHENDO OS FRUTOS e 2020 MÁGICO


Apostando em um time com pouca mídia, mas muita bala, os frutos começaram a chegar para a Havan. Logo depois de perder a Pro League para a BOOM, a sequência de títulos viria na soberania na Liga Dell, batendo times como SWS GamingRoyal RepublicPaquetá. Individualmente falando, os destaques rodaram entre os jogadores, mas com remix sendo, de forma indubitável, o destaque da equilibrada equipe.

O CBCS: The Revenge teria mais uma vez uma pedra no sapato da Havan pelo caminho, onde mesmo demonstrando evolução em outros torneios, perderiam para a Imperial de Gustavo "shoowtime" Gonçalves e cairiam antes da final.

Menos de cinco dias depois, o Major brasileiro teve as seletivas iniciadas. Varrendo as rivais de forma única, a Havan chegou na decisão contra a inspirada 9z. Mas, nada pararia drg e companhia naquele momento. 16 a 2 e 16 a 3 garantiram os meninos no maior campeonato de Counter-Strike em solo nacional.


Já conhecida pelos jogadores desde a época da Redemption, a AORUS mais uma vez foi o quintal de casa dos profissionais. O tricampeonato chegou ao vencer a 9z de Bruno "bit" Lima. Mesmo sendo capitão, drg brilhou, com 1.27 de rating e +15 de K/D durante o torneio.

Superando a Severe Esports no dia 6 de dezembro e conquistando o tetracampeonato da Liga Dell, esse foi o penúltimo torneio da maçante temporada do time que permaneceu vários meses atrás apenas da BOOM no ranking DRAFT5 de equipes. Agora, faltaria apenas a Gamers Club Masters VI, o mais importante de todos.

Avançando à semifinal depois de superar a favorita RED Canids na partida decisiva do Grupo A, a Havan enfrentaria uma inesperada DETONA na semifinal. Largando na frente ao vencer a Inferno, a Dust2 estava totalmente controlada por drg e companhia. Todavia, faltou gás. A virada foi cedida, os pitbulls puniram e a eliminação bateu na porta.

Sendo irreconhecível, mas entendível pela situação e provavelmente pelo cansaço de atuar durante uma temporada inteira, a Havan fechou o ano com a terceira colocação na GC Masters VI, o Major brasileiro.

O 14° MELHOR NO BRASIL EM 2020


Arte/DRAFT5


Adaptando-se ao cargo de liderança na equipe, drg é exemplo em questão de nível individual. Mesmo precisando pensar como um líder, não é fácil ganhar troca do jogador, que encerra temporada com 1.01 de K/D. Em contrapartida, a inteligência do capitão é colocada em prova quando se trata de clutches: são 42, o primeiro no quesito durante a temporada de 2020.

Ademais, esteve presente na listagem da Masters VI, tal como em três edições da Liga Dell (setembro, outubro e novembro). Claro, também marcou presença no CBCS 3 e 4. Por fim, o capitão não alcançou posições maiores pelos patamares diferentes dos torneios disputados, sendo impossibilitado de figurar um melhor ranqueamento pelo peso de tais eventos.

Somando tudo, drg teve 34,65 D5 Points, cerca de 1,65 a mais que o décimo quinto e pouco mais de 1 ponto atrás do décimo terceiro na lista.

Arte/DRAFT5


"Estar na lista é uma sensação maravilhosa e isso mostra o quanto me dediquei nesse jogo. E claro, me traz motivação para melhorar ainda mais em 2021. Meu ano de 2020 foi o melhor da minha carreira. Mesmo sofrendo algumas derrotas, acredito que elas foram essenciais para nossa evolução. Acredito que devo ficar entre 10-15 no ranking da DRAFT5", afirmou.

Já para a próxima temporada, drg segue o roteiro que a listagem vem apresentando: Santino "try" Rigal, citando o destaque que o argentino vem ganhando e o potencial que detém.
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