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Os melhores no Brasil em 2019: (3) – pancc

Figurinha repetida entre os melhores do Brasil, pancc fez uma temporada melhor do que a anterior

por Filipe Carbone / 13 de Jan de 2020 - 13:10 / Capa: Arte/DRAFT5
Eleito pelo DRAFT5 o 6º melhor jogador do Brasil no ano passado, apenas um ano depois de entrar no cenário competitivo de Counter-Strike: Global Offensive, Filipe "pancc" Martins conseguiu melhorar ainda mais o feito conquistado em 2018. Ainda na W7M Gaming, time que o colocou em destaque no cenário brasileiro, pancc teve uma temporada ainda mais sólida em 2019.

Veja a lista completa dos melhores atuando no Brasil em 2019.

Perto de fazer dois anos de equipe, Filipe Martins já passou por quase todas as situações pela W7M. Em um 2018 marcado por vice-campeonatos, o objetivo desse ano era apagar a fama do "quase" e ajudar a colocar a equipe entre as principais do cenário brasileiro de Counter-Strike.

Realizando um sonho de criança, de acordo com o próprio jogador, o ano de altos e baixos vivido pela organização não impediram que pancc se destacasse e chegasse ao pódio dos Melhores no Brasil em 2019 eleitos pelo DRAFT5. Apesar de ter vivido outros momentos importantes pela W7M, uma das principais lembranças do Filipe Martins aconteceu no ano em que ele despontou no cenário brasileiro.

Pancc conseguiu melhorar o desempenho em relação ao ano anterior | Foto: Lucas Spricigo/Draft5


"Acho que o momento mais marcante da minha vida profissional foi ser campeão da bgs 2018 por que pra mim foi o meu primeiro título e significou muito ganhar em um evento tão grande", disse o jogador.

Com 21 anos de idade, pancc dedicou quase metade da vida ao Counter-Strike. Focado em melhorar o estilo de jogo, o rifler revela que desde que teve o primeiro contato com o jogo da Valve já tinha o desejo de se tornar jogador profissional. Uma década depois, Filipe Martins caminha a passos largos para escrever história em um dos países que mais revela talentos para o mundo do Counter-Strike.

"Jogo CS há 10 anos. Nunca tive problema em conciliar minha vida com o jogo porque eu vivo disso. É o meu trabalho. Então é como se fosse um emprego comum e sequer penso em fazer faculdade. Quando eu era criança já tinha o desejo de ser jogador, mas isso aumentou um pouco depois quando eu vi que isso poderia se tornar realidade".

Além de Counter-Strike, Filipe mostra ser um verdadeiro fã dos jogos desde grande parte da infância. Tendo Pokémon e Tibia como um dos jogos mais comuns no dia-a-dia, o jogador revela que outros títulos como Mario e jogos de emulador estavam sempre presentes quando ele tinha cerca de 8 anos de idade.

No entanto, a origem do apelido utilizado por Filipe Martins não tem relação com nenhum jogo, mas sim Panic! at the Disco, uma banda que teve o auge em 2006 e 2007, chegando a vencer cinco prêmios em que foi indicado. Foi a partir daí que o jogador adotou o nome "pancc", que o lançou para o cenário brasileiro de Counter-Strike.

COMEÇO DE ANO CONTRA GIGANTES

O excelente ano de 2018 garantiu uma nova experiência para pancc logo no início do ano passado. Em janeiro, o jogador se juntou à Luminosity Gaming como complete para jogar a iBUYPOWER, que contou com a presença de grandes equipes do cenário, como Astralis, Team Liquid, Fnatic e FaZe Clan. Disputando contra algumas das maiores equipes do Counter-Strike, a LG não demorou muito para dizer adeus ao torneio disputado em Los Angeles, nos Estados Unidos. Foram duas derrotas nos dois jogos disputados, sendo um contra a Team Liquid (que conquistou o título do torneio) e outra contra a FaZe.

Entretanto, apesar de ser uma aposta da Luminosity, pancc não conseguiu executar o bom jogo que fez durante todo o ano anterior. Apesar de ter 1,12 de Rating 2.0 em LAN, o 5º mais alto entre os melhores do ano do DRAFT5, Filipe Martins foi o segundo pior jogador daquela competição, atrás apenas de Rory "dephh" Jackson, que havia disputado a competição pela compLexity.

Filipe não se abalou após fraco desempenho na iBUYPOWER | Foto: Lucas Spricigo/DRAFT5


Longe de ter o melhor desempenho possível jogando em um campeonato Tier 1, pancc tinha de tudo para começar o ano abalado, mesmo depois de ter feito uma temporada anterior espetacular. Tinha. A partir dali, o jogador mostrou ter aproveitado a experiência e o aprendizado conquistado contra as melhores equipes do mundo para colocar em prática no Brasil.

"Foi muito legal ter jogado pela LG no início do ano e representado o Brasil em um campeonato lá fora. Treinar e jogar contra times Tier 1 foi muito importante pra mim, principalmente para aprender diferentes formas de como o Counter-Strike pode ser jogado. Eu aprendi muita coisa e trouxe muito conteúdo para o time. Com certeza é algo que quero viver mais vezes", disse sobre a ida para os Estados Unidos.

Como resultado, Filipe Martins se tornou um dos principais jogadores da W7M Gaming durante toda a temporada de 2019 mesmo com algumas mudanças, como a entrada de Antonio "realziN" Oliveira, Felipe "skullz" Medeiros e o coach Giovanni "gio" Deniz, que anunciou a saída da equipe no dia 1º de janeiro deste ano.

NO GRITO

Foto: Lucas Spricigo/Draft5 Jogador foi um dos responsáveis pelo bom desempenho da W7M | Foto: Lucas Spricigo/Draft5


Apesar do ano brilhante que colocou pancc entre os três melhores do ano, a derrota na ESL LA League Season 3 é uma das que ficará marcada não só para o jogador, mas para toda a equipe da W7M Gaming. O quinteto chegou até as finais da competição, em março, como um dos favoritos para levantar o troféu.

Ao lado da Isurus Gaming, conquistou a vaga para o torneio depois de passar com folga no classificatório brasileiro sem perder um mapa sequer. Com Rating 2.0 de 1.14, pancc terminou entre os dez melhores jogadores da fase brasileira da LA League S3. Contudo, não conseguiu repetir o mesmo desempenho na etapa final. Com Rating 0.98, Filipe Martins teve um dos piores desempenhos da carreira na derrota contra a FULL SEND por 2 a 0.

Antes disso, os bulls já haviam ficado com o vice da Liga Pro de fevereiro, além de parar em duas semifinais: Liga Pro de janeiro e Aorus League.

Porém, Filipe Martins já estava de volta pronto para conquistar o primeiro lugar na ESEA Open, em abril. Além do título, pancc também foi um dos principais responsáveis pelo bom desempenho da W7M em todo o torneio e, principalmente, na vitória contra a DETONA Gaming por 2 a 0 na grande final. Nesse mesmo mês a W7M voltaria a encontrar a a DETONA em uma grande final, mas dessa vez pela Liga Pro da Gamers Club. Pancc e companhia chegaram até a decisão depois de passar por equipes como Evidence e paiN Gaming. Contudo, acabou tropeçando e perdendo por 2 a 1 para a equipe com quem já cozinhava uma rivalidade desde a temporada anterior.

Esse ano foram sete jogos decisivos que precisaram ser resolvidos entre DETONA e W7M, fomentando um clássico no Counter-Strike brasileiro. No entanto, a W7M de pancc está longe de levar a melhor na contagem, perdendo em cinco ocasiões, sendo três delas final de Liga Pro.

A possibilidade de garantir uma vaga na DreamHack Dallas foi impedida após a equipe perder para a Isurus Gaming em uma final de classificatório disputadíssimo, terminando 3 a 2 para os argentinos. No entanto, a W7M teria a chance de se vingar dos hermanos apenas alguns dias depois, na decisão do classificatório para a DreamHack Open Rio de Janeiro 2019. Dando a vida para representar o Brasil na competição disputada na capital carioca, pancc conseguiu ser o segundo melhor jogador do torneio, atrás apenas de Vinicius "v$m" Moreira. Com Rating 2.0 de 1.40, Filipe Martins fez a W7M devolver a derrota para a Isurus e conquistar a vaga para a DH Rio.


Com a vaga para um dos principais campeonatos que disputaria no ano garantida, a missão de pancc era tirar o "quase" do vocabulário frequente entre as finais disputadas pela W7M. Contudo, o alto poder de fogo demonstrado pelo jogador não foi o suficiente sequer para colocar a equipe entre as melhores da competição. Com a presença de equipes como FURIA, AVANGAR, Sharks e INTZ, o time de Filipe Martins sequer avançou para os playoffs, caindo ainda na fase de grupos com apenas uma vitória e duas derrotas.

Apesar de não ter feito a DreamHack que queria, a W7M seguia entre as melhores do país naquela altura. Disputando classificatórios e títulos, o time de Filipe Martins teve um bom primeiro semestre, assim como fez no ano anterior.

UM FIM DE PRIMEIRO SEMESTRE DE ALTOS E BAIXOS

Depois de ter os primeiros meses do ano com desapontamentos como a derrota na Liga Pro (fevereiro, março e abril) a eliminação para DH Dallas e a sofrida LA League S3, a W7M queria embalar nas boas conquistas como a classificação para a DH Rio e o título da ESEA Open para ir em busca das duas principais competições que ainda restavam no fim do primeiro semestre de 2019.

A chance de participar da Esportal Global Finals, disputado na Suécia, era uma das melhores para a W7M Gaming representar o Brasil no exterior. Apesar de passar bem pelo classificatório brasileiro, a equipe encontraria a DETONA, um velho conhecido de finais anteriores, no jogo que decidiria a vaga para o torneio. No entanto, pancc viu a história se repetir na derrota por 2 a 0 no clássico do CS nacional.

Menos de dez dias depois de perder a vaga para um dos principais torneios da equipe no ano, a W7M viria pela frente as finais da ESL LA League Season 4. Precisando vencer para deixar pra trás todos os tropeços dos seis primeiros meses de 2019, pancc foi uma das principais figuras da equipe.

Ao contrário das atuações anteriores, tanto a W7M quanto Filipe Martins mostraram um desempenho quase impecável em toda a competição. Depois de passar sem dificuldade pela Denial Esports, o grupo tinha pela frente mais uma decisão contra a DETONA. Com a ajuda de pancc, que teve um dos melhores Rating 2.0 de 1.30, um dos melhores do ano do jogador, a W7M levou o título e lavou a alma de vice-campeão contra os rivais.

Apesar ânimo com o título e de tirar o peso das costas com o troféu da LA League S4, a W7M teria ainda em junho duas decepções que marcariam o fim do primeiro semestre e o início do segundo. A equipe de pancc terminaria em segundo lugar na Temporada Semestral da Gamers Club, atrás justamente da DETONA. Por fim, seria vice-campeã da Liga Pro da Gamers Club de junho depois de perder por 2 a 1 para a Team Reapers.

ÚLTIMO SEMESTRE DECISIVO

Pancc, W7M e companhia não tiveram meses fáceis no último semestre de 2019. Com competições fundamentais a serem disputadas, Filipe Martins carregava nas costas o peso de ter os melhores números da equipe e de ser a principal esperança da lineup na busca por títulos.

Mesmo com Gamers Club Masters III e IV, Brasil Game Cup 2019 e o Brasileirão de CS:GO por jogar nos meses finais do ano, Filipe Martins afirma que não se sentiu pressionado. Mais maduro, o jogador afirma que sentia mais responsabilidade quando ainda era novato na vida profissional do que quando se tornou um dos principais membros da equipe.

W7M conquistou a ESL LA League Season 4 | Foto: Lucas Spricigo/DRAFT5


"Quando eu era mais inexperiente já senti mais pressão em relação a isso. Hoje em dia tenho na minha mente que preciso entrar e fazer o meu trabalho bem. Acho que todos no time são competentes tanto quanto eu e possuem tanta habilidade quanto. Já ganhei jogos que joguei muito mal, e já perdi jogos em que joguei muito bem".

Nos preparativos para os principais torneios do Brasil, pancc afirma que o time precisou aumentar o ritmo de treino. Contudo, a equipe não teve os resultados que estava esperando. Na Gamers Club Master III, o quinteto terminou apenas em terceiro lugar mesmo fazendo uma boa fase de grupos. Com duas vitórias e nenhuma derrota na primeira etapa da competição, a W7M se despediu logo no primeiro jogo dos playoffs após perder para a paiN Gaming por 2 a 0.

O resultados culminaria na troca de Lucas "YJ" Yuji por Felipe "skullz" Medeiros em julho.


Apesar de todos os tropeços vividos pela W7M durante a temporada, poucos se comparam à dança das cadeiras na line-up entre os meses de julho e outubro. Apenas um mês depois de anunciar skullz, a organização emprestou o jogador para a Luminosity e apresentou Rodrigo "rood" Gomes, em agosto. No entanto, a equipe voltou a contar com a participação de skullz já em outubro, quando a organização canadense não renovou com a line-up brasileira. Rood deixava de fazer parte do time apenas dois meses após ser anunciado.

Mesmo com as entradas de skullz e realziN, pancc se adaptou bem e manteve a pose com os melhores números da equipe | Foto: Lucas Spricigo/DRAFT5


Já na Brasil Game Show, onde Filipe Martins conquistou o primeiro campeonato como profissional, a equipe amargou a segunda colocação, perdendo mais uma vez para a paiN. Por fim, o primeiro split razoável no Brasileirão de CS:GO se transformou em uma amarga última colocação na classificação geral. A péssima posição no torneio forçou a W7M a participar do classificatório da GC Masters IV, que venceu com facilidade sem perder um jogo sequer.

Concluindo o ano, a GC Masters IV trouxe uma bela campanha na primeira fase, mas uma derrota na semifinal acabou com o sonho do título no segundo semestre de 2019.

O 3º MELHOR DO BRASIL EM 2019

Os números colecionados por pancc no decorrer do ano e até mesmo na má fase da W7M foram o suficiente para colocar o jogador entre os três melhores do ano de acordo com o DRAFT5. Com números impressionantes, Filipe Martins teve um ano ainda melhor do que o anterior, quando terminou na 6ª colocação.

Mesmo sem ter conquistado nenhum título de MVP nessa temporada, pancc foi um dos principais responsáveis pelas boas atuações da W7M Gaming no decorrer do ano, conquistando sete EVP (Exceptionally Valuable Player). O alto nível de jogo do rifler foi notado logo em um dos primeiros torneios da W7M em 2019. Em fevereiro, na AORUS BR League Season 1, Filipe Martins foi apontado como EVP pela equipe do DRAFT5.

Números de pancc durante o 2019 | Imagem: DRAFT5/Estatísticas: HLTV


Pancc colecionou participações essenciais durante o ano. Além da AORUS, o jogador também foi dado como um dos mais importantes na LA League Season 4, AORUS BR League Season 2, Liga Pro (junho), BGS Esports, Brasileirão Season 1 e, por fim, GC Masters IV. Além de EVPs e boas atuações, o bom ano de pancc também foi refletido nos números. Com rating 2.0 de 1.15 na temporada, o jogador possui o sexto melhor dos dez jogadores apontados como os melhores do ano pelo DRAFT5.

Como se não fosse o suficiente, Filipe Martins também carrega um dos maiores rating em LAN, com 1.12, além de ser o segundo com mais EVPs durante a temporada.

Quarto jogador que mais jogou durante o ano, ele conseguiu manter os números bons o suficiente para ter o 4º maior ADR entre os dez melhores jogadores do Brasil. O alto desempenho em grande parte do campeonato garantiu a pancc o total de 42,2 DRAFT Points, o terceiro maior dos melhores do ano.

"O pancc é um jogador de um calibre de mira muito forte com um potencial absurdo de trocação. Quando se tornou capitão, entendeu melhor a necessidade de ter os 5 jogadores vivos e mesmo que tenha parado de matar 25 ou 30 adversários por jogo, aumentou o seu impacto dentro da equipe com a velocidade de pensamento e jogando mais próximo da ação, que é onde ele deveria estar, já que é um jogador muito inquieto e que parado não rende muito bem", disse gio, ex-coach do jogador pela W7M.

Mais preparado e maduro do que em 2018, Filipe mostrou que é capaz de se manter no topo mesmo quando a equipe que veste a camisa não está na melhor fase possível. Assim, ele foi um dos responsáveis diretos por impedir que a diferença estatística fosse ainda maior de um ano para o outro para a W7M.

Veja a lista completa dos melhores atuando no Brasil em 2019.
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