+18. Aposte com responsabilidade. Odds sujeitas a alteração.

Os melhores no Brasil em 2018 (1) - destiny: De revelação à coroação nacional

O mais novo jogador da INTZ teve um 2018 incontestável em solo brasileiro, ficando com a primeira colocação de nossa lista

por Guilherme 'Guiki' Cerdera / 12 de Jan de 2019 - 20:01 / Capa: Draft5
De uma passagem frustrada do exterior para o topo inquestionável do Brasil. Esse foi o caminho que Lucas "destiny" Bullo trilhou entre o final de 2017 até a posição de melhor jogador do ano do eleito pela Draft5.

Com vasta experiência internacional, o jovem de apenas 21 anos conquistou a posição de melhor jogador do ano após um segundo semestre quase perfeito com sua equipe. Ao lado dos parceiros da antiga Virtue, destiny levou a Wild a incríveis dez títulos conquistados em 2018. A temporada mágica terminou com um forte rumor de que o jogador teria acertado transferência para a INTZ, rumor esse que acabou se concretizando.

Arte: Draft5


Só que antes dos holofotes, Lucas Bullo teve um início de carreira comum a todos os jogadores. Natural de Santos/SP, o jovem conheceu o Counter-Strike por volta de 2012 por intermédio de amigos, sempre jogando de forma casual. "Comecei a jogar CS:GO com 15 anos, antes disso no 1.6 brincava no surf", comentou sobre seu início. Lucas interrompeu os estudos na faculdade, chegou a cursar até o primeiro período de Direito, para dedicar-se inteiramente ao jogo.

Tendo CS:GO como o único jogo em que jogou de forma competitiva, destiny iniciou sua caminhada como profissional apenas um ano após começar a jogar. Sua primeira competição registrada é a XChallenge #2, torneio realizado no final de 2013, na qual a SKC Gaming, equipe de destiny na época, foi eliminada com três derrotas.

O ano de 2014 já levaria o jovem a disputar jogos com nome conhecidos do cenário. Na equipe da Seven Wars e-Sports, destiny atuou ao lado de nomes conhecidos como João "felps" Vasconcellos, e Alexandre "xand" Zizi, provável parceiro na INTZ.

Em 2015, entretanto, é que a consolidação do esporte eletrônico como carreira aconteceu na vida de Lucas. Ele aponta o ano como seu primeiro como profissional: "Comecei profissional na Daidai, com felps khtex lula e mch, meu primeiro camp msm na lan foi a r1secup no rj, onde eu me destacava em pugs na internet , não tinha quase nenhum camp online, e nesse camp na lan mandei muito bem e ficamos em segundo".

Novamente ao lado de felps, destiny chegou a sua primeira grande organização, a Keyd Stars. O time ficou conhecido por ter levado naquele mesmo ano Gabriel "Fallen" Toledo e cia para o Major Katowice 2015. O convite chegou apenas em setembro, mas ainda sim a line foi capaz de vencer torneios relevantes. Essa foi a época em que destiny recebeu seu primeiro prêmio de revelação do ano.

Line da Keyd tinha Zakk, hoje coach da Luminosity | Foto: Divulgação/Twitter


Antes disso, destiny passou pela dorolosa derrota no "quase" da Games Academy - Golden Chance que ocorreu em agosto. Com um time formado ao lado de grandes nomes como Vinícios "PKL" Coelho e Gabriel "NEKIZ" Schenato, destiny perdeu a grande final para a NTC por três mapas a dois. Era a grande oportunidade para alcançar o sonho de jogar fora, e destiny sabia disso.

"A golden chance foi o melhor jogo que já joguei. Melhor porque quem vencesse moraria nos eua, e o jogo foi face a face, a emoção e adrenalina que senti naquela partida que valia tanto foi a melhor"

Com títulos na RGN Brazilian Open e Liga Games Academy Season 5, e os segundos lugares na Brasil Mega Cup, Brasil Mega ArenaAlientech CS:GO Titans, além da experiência internacional de três meses em Portugal, o jogador poderia dizer que foi um ótimo primeiro ano profissional.

Keyd Stars foi dominante no Brasil em 2016 | Foto: Teamplay


Depois de um fim de ano sem grandes conquistas destiny rumou de volta para o Brasil em 2016, e ao lado de nomes como Vito "kNgV-" Giuseppe e Renato "nak" Nakano conquistou títulos importantes como: Torneio Energyze, Liga GA Profissional Fevereiro, GNcup Summer Split, E-Frag Rising Stars e Brazil Mega Cup 2016.

Também é muito importante destacar o vice obtido na MAX5 Invitational, em final disputada contra a Luminosity que se tornaria campeã do Major ainda naquele ano. Por essas conquistas, destiny recebeu em 2016 o prêmio de revelação do ano, o segundo consecutivo, motivo pelo qual sempre surgem brincadeiras e piadas sobre ele receber o prêmio novamente.

Com o sucesso obtido, destiny segue para os Estados Unidos ao lado de Bruno "bit" Lima, Gustavo "yeL" Knittel, nak e pkl para formar a WinOut. O time teve relativo sucesso com os títulos de StarPrime CyborWars e Stream.me Gauntlet 3.

Com apenas três meses de equipe a WinOut encerrou suas atividades após perder seus jogadores para uma velha conhecida dos brasileiros. A Luminosity acabara de perder seu time campeão de Major para a SK Gaming, fazendo com que a organização fosse atrás de uma nova equipe.

Luminosity anuncia time para 2016 | Foto: Divulgação/Twitter


Destiny tornou a Luminosity sua casa, permanecendo no time durante quase um ano. A equipe mudou algumas vezes fruto da falta de títulos, mas não podemos descartar conquistas importantes, como levar a equipe para a divisão principal da ESL Pro League por meio das vitórias e terceiro lugar na ESEA Premier Season 23 após o título na ESEA Season 22 Main Division.

O time acabou travando seu progresso internacional por não conseguir vaga para torneios presenciais, exceto o Dreamhack Open Austin. Além dos citados anteriormente, os melhores resultados da equipe no período de permanência de destiny foram um segundo lugar no EsportsArena Santa Ana Showdown, perdendo para a Immortals na final, e o sétimo lugar tanto na ESL Pro League Season 5, como na ECS Season 2.

A falta de resultados forçaram a Luminosity a fazer mudanças em sua equipe. Destiny deixou o time ao lado de Bruno "shz" Martinelli seguindo para a ex-Pain, que logo seria adquirida pela Tempo Storm.

Embora ainda não soubesse, destiny encontraria na Tempo Storm dois companheiros que seriam essenciais para seu sucesso em 2018, Paulo "land1n" Felipe e Alef "tatazin" Pereira. A composição que contava ainda com shz e Denis "dzt" Fischer não conseguiu grandes resultados, e, mais uma vez, a equipe passou a maior parte do tempo buscando classificação para os torneios presenciais.

Destiny foi apresentado como membro permanente da equipe | Foto: Divulgação Immortals


Antes do fim de 2017, o cenário internacional seria surpreendido com os sucessivos problemas na Immortals, o que levaria a abertura de vagas no time. Com a saida de kng e a opção de por no banco os gêmeos Lucas "LUCAS1" Teles e Henrique "HEN1" Teles, a organização se viu obrigada a procurar soluções no mercado.

Destiny entrou na equipe em meio a um desmanche, o que acabou dificultando o desenvolvimento do time. A equipe perdia jogadores a cada mês, como no caso do empréstimo de Ricardo "boltz" Prass para a SK, e a transferência de Lucas "steel" Lopes para a Team Liquid.

Com dificuldades para conseguir seu visto de trabalho, destiny foi um dos jogadores que perdeu a participação no IEM Oakland 2017. Com problemas no visto de seus jogadores e uma equipe que não conseguia estabilizar sua line, a Immortals encerrou suas operações no CS:GO em dezembro.

De forma melancólica o ano de 2017 terminou sem que destiny tivesse vencido um único campeonato. Sem um visto válido e ciente da necessidade de voltar ao Brasil, seria a hora de um recomeço de uma carreira até o momento vitoriosa.

2018 e a volta ao topo

Destiny veio para ser o melhor em 2018 | Foto: Lucas Spricigo/Draft5


"Quando voltei dos Estados Unidos e soube que iria ficar jogando no Brasil, eu quis fazer o ano mais próximo do perfeito, ou seja, ganhar tudo."

Com essa frase destiny deixou claro que a ambição para 2018 era uma forma de compensar a impossibilidade de competir fora do Brasil. Em sua volta, a equipe da Virtue foi a escolhida para trilhar novamente o caminho de sucesso.

O início do ano, entretanto, ficou longe do esperado. Destiny fazia bons torneios, desempenhava bem individualmente, mas sua equipe não chegava longe nas competições. O grande causador deste insucesso pode ser a falta de estabilidade em sua equipe. A Virtue passou por incontáveis mudanças, e a equipe que iniciou o ano com Lucas já praticamente não existia.

Virtue anunciou equipe em fevereiro | Foto: Divulgação


O time seguiu fazendo trocas até chegar a contratação do trio ex-Dereguedere, os velhos conhecidos land1n, tatazin e dzt. A equipe parecia não ter encontrado seu melhor jogo ainda, e mesmo com o vice na GG.BET Ascensão acabou sendo rebaixada na Liga Profissional Gamers Club Maio.

A ausência de resultados fez com que o time buscasse auxílio na figura de PKL, outro velho conhecido de destiny. A equipe contratou o jogador após ele ter sido removido da Luminosity, seguindo o caminho de criar uma equipe de nível internacional, mas atuando no Brasil.

A chegada de PKL ocorreu em junho, e rapidamente rendeu frutos. A equipe conseguiu se classificar para as finais da Aorus League Brazil Season 2. O time também alcançou a final da Brasil Premier League Season 5, mas perderam na final para a FURIA.

Virtue chegou a sua primeira final | Foto: Divulgação/Twitter


Com a cara do time que dominaria o Brasil, a Virtue deu as ferramentas necessárias para que destiny começasse seu período de dominância como o melhor jogador do cenário brasileiro. O time venceu em sequência: Aorus League Brazil Season 2, Liga Principal Gamers Club junho, Liga Profissional Gamers Club julho, AMD Red League Season 2 e ESEA Season 28.

Enfileirado títulos, destiny também acumulou resultados individuais. Com a camisa da Virtue ele foi considerado MVP da AMD Red League Season 2, da ESEA Season 29, da ESL BH Open Qualifier 1 e da Liga Profissional Gamers Club julho. Mesmo com o início de ano ruim, o jogador foi capaz de manter um rating de 1.20 jogando com a camisa da Virtue.

O fim da Virtue em agosto causou apreensão no cenário. O desmanche da line, que parecia ter encontrado sua forma de jogar, poderia ser muito ruim para os jogadores, e, consequentemente, destiny entraria em mais uma espiral de mudanças.

Os jogadores, entretanto, se mantiveram juntos na organização da Wild. O time passou a intensificar os treinamentos e concentrar em sua gaming house em Belo Horizonte/MG. A Wild aproveitou a ida da FURIA para fora do Brasil e dominou o cenário de forma quase completa.

Wild conquista GC Masters | Foto: Draft5


Das 23 competições disputados, entre presenciais, torneios online ou apenas classificatórios, a equipe chegou sempre entre os quatro primeiros. O time venceu até o fim do ano as competições: Geek City Challenge CS:GO 2018, Liga Profissional Gamers Club setembro, GC Masters, GAMECON Open CS:GO 2018 e ESEA Season 29. Destaca-se ainda que dois destes títulos foram em lan, GC Masters e GAMECON, além de que o time foi vice campeão da Brasil Game Cup.

O melhor jogador em 2018

Arte: Draft5 | Estatísticas: HLTV


O melhor jogador do ano. Talvez este não fosse o objetivo inicial de destiny, mas ao mirar nos títulos coletivos a consequência sempre será o melhor resultado individual. Nesse sentido, o jovem conseguiu voltar a se destacar, recebendo 5 mvps e 7 evps em competições do ano.

Seu rating de 1.20 foi o quinto melhor entre os eleitos ao top 20, mas destaca-se o fato de que o jogador atuou em 219 mapas, o segundo maior número entre os eleitos, e que manter uma média dessa em tantas partidas é impressionante.

A consistência absurda se estende ao número de torneios disputados. Entre classificatórios, torneios online e presenciais, destiny participou de 39 eventos dos quais obteve rating superior a um em 34. O rating sobe para 1.21 se levando em consideração apenas as seis competições presenciais disputadas pelo jogador, com destaque para a Gamecon Open em que o Lucas obteve 1.32 em seis mapas jogados.


Outra estatística que chama atenção é a de dano médio por round, o adr, na qual destiny tem 84.5, o segundo melhor entre os membros do top 10, atrás apenas de Yuri "Yuurih" Santos. A taxa de acertos na cabeça é também impressiona, chegando a 50.4%, excelente para um jogador que muitas vezes faz a frente dentro dos bombsites.

Destiny tem como característica ser um jogador agressivo, principalmente quando atua de terrorista, forçando entradas sem medo do contato. Levando em consideração a atuação do jogador como entryfrager, os números obtidos são ainda mais impressionantes. Atuando como CT, sua participação é sempre voltada para a composições em dupla dentro de bombsites mais abertos, normalmente A.

Dos títulos dez conquistados pela sua equipe, destiny foi mvp em quatro oportunidades, além de ser evp em outras duas, mostrando que o jogador foi essencial em praticamente todas as conquistas. Nenhum outro jogador foi tão decisivo para seu time em torneios conquistados.


Os melhores mapas do jogador no ano foram dust2 e mirage, com números impressionantes pelo último. Na dust2, destiny alcançou 1.30 de rating em 25 mapas e 72% de vitórias, enquanto na mirage, o jogador chegou a 1.34 de rating em 34 mapas jogados e 71% de vitórias.

Com um ano repleto de títulos e conquistas individuais, destiny continuará sua trajetória fora do Brasil. Após fazer o mesmo caminho de 2016, o jovem ainda corre atrás de seu maior sonho, disputar e ser campeão de um Major, dessa vez representando a bandeira da INTZ. Mantendo o trabalho duro e preservando o talento demonstrado em 2018, é provável que o destino coloque Lucas Bullo mais próximo de seus objetivos, e que estes alegrem ainda mais o torcedor brasileiro.

"Eu consegui voltar a jogar bem, a me destacar como era antes. Estou muito feliz, foi um ano muito bom... e 2019 aguarde novidades..."
Continua depois do anúncio

+18. Aposte com responsabilidade. Odds sujeitas a alteração.

Saiba Mais Sobre