"O tier 3 é repleto de cheaters e apostadores", diz desenvolvedor de esports da Virtus.pro

Membro da staff ressaltou necessidade de adquirir um elenco de base na VP

por Filipe Carbone / 17 de Set de 2021 - 14:00 / Capa: Divulgação/Virtus.pro

Quase cinco anos de história no esporte eletrônico deram a Mikhail Artemyev, desenvolvedor de esports da Virtus.pro, todo o conhecimento necessário sobre quase todo o ecossistema competitivo do Counter-Strike: Global Offensive durante uma entrevista à própria Virtus.pro. Ao traçar a trajetória dele na organização, ele é categórico ao afirmar que o tier 3 do cenário profissional do FPS da Valve é recheado de trapaceiros e jogadores que praticam matchfixing.

"A primeira equipe (da VP.Prodigy) não teve sucesso por uma série de razões. Uma delas é que a cena tier 3 do Counter-Strike: Global Offensive é repleta de trapaceiros e apostadores. As pessoas podem rir do fato de que a VP.Prodigy não conseguiu derrotar um time tier 3, mas eles apenas correm para cima de você e usam granadas perfeitas todas às vezes", disse.

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Para evitar que as acusações fossem em vão, Mikhail ressaltou que a organização coletou todo o material necessário que pudesse comprovar as trapaças ou partidas ilegais, e enviou para os devidos responsáveis. Entretanto, não afirmou se eles obtiveram sucesso ou não em aplicar as devidas punições para aqueles que acabam estragando todo o cenário competitivo.

Mikhail falou sobre distância que mantém dos jogadores | Foto: Divulgação/Virtus.proMikhail falou sobre distância que mantém dos jogadores | Foto: Divulgação/Virtus.pro

A ideia de iniciar esta mesma equipe entretanto, aconteceu quase que por acaso. Isso porque o projeto nasceu após a chegada de Mareks "YEKINDAR" Gaļinskis, apontado como um dos grandes responsáveis pelo sucesso da Virtus.pro. Contudo, todo sucesso tem o seu preço. E, no Counter-Strike, isto é praticamente literal, tendo em vista que bons jogadores não custam pouco.

"A transferência de YEKINDAR nos lembrava os custos dos jogadores nos esports. Não podemos continuar comprando jogadores se as nossas equipes estão com um baixo desempenho. Conversei com Sergey (CEO da VP) e concordamos que precisávamos de uma lista de Counter-Strike: Global Offensive para a VP.Prodigy". Àquela altura, as categorias de base estavam presentes apenas na equipe de Dota 2 da organização.

Experiente, Mikhail revela que não possui quase nenhuma proximidade com os jogadores que representam a Virtus.pro, independentemente da modalidade competitiva. Sincero, ele diz não saber o quanto isso pode ser bom, mas é assim que ele optou por fazer desde o começo ao decidir que trabalharia para a organização e não para os jogadores.

"Nunca tive uma relação de amizade com nenhuma das minhas equipes. Não sei se isso é bom ou ruim. Mas, é assim desde o começo. Eu trabalho para o clube, não para os jogadores. No time de CS:GO, o relacionamento mais estrito que tenho é com o Qikert. Só falamos de negócios, nada mais".

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