Novo streamer do MIBR, steelega fala sobre desafios da nova profissão e revela o porquê de ter saído do competitivo

Ex-jogador falou de suas referências para criação de conteúdo e se diz grato a nak por oportunidades em novo rumo da carreira

por / 06 de Jun de 2024 - 10:30 / Capa: Divulgação/MIBR

O MIBR anunciou na última semana a contratação de Lucas "steelega" Lopes. O ex-jogador profissional de Counter-Strike é o novo criador de conteúdo da mais tradicional organização de esportes eletrônicos do Brasil.

Recém aposentado dos servers profissionais, steel iniciou a sua carreira como streamer no início de 2024 e logo chamou atenção da comunidade ao se juntar ao "Lobby do Alastro" com Renato "nak" Nakano, Alexandre "Gaules" Borba, André"Liminha" Kenzo e Fillipe "bt0" Moreno.

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Confira a entrevista completa:

"Eu fiquei bem feliz com esse convite do MIBR. Quem joga CS, principalmente quem é das antigas como eu, era o sonho de qualquer jogador representar o MIBR. Eu não consegui esse feito como jogador, mas agora consegui como criador de conteúdo. Estou muito feliz porque fui muito bem recebido e é um ótimo lugar para estar trabalhando", revelou steel em entrevista exclusiva à DRAFT5.

Com jogadas engraçadas e bom humor em suas lives, steel chega ao MIBR para preencher o espaço de criação de conteúdo de Counter-Strike 2 deixado por nak, que assumiu o posto de head coach da equipe principal de CS2. A boa relação e entrosamento criados durante as lives matutinas diárias foi fundamental para a escolha do nome de steel para a função. Boa relação essa que já existia desde o tempo em que nak foi coach de Steel na Luminosity, em 2015.

Luminosity de steelega e nak durante a ESL One Cologne 2015 | Foto: Steffie Wunderl/ESL

"Eu tenho muito a agradecer ao nak e ao Liminha. Eu comecei a streamar em outro horário e assistia as lives deles pela manhã e perguntei ao nak se eu poderia jogar com eles, porque eu gostava muito do conteúdo deles. Ele de bate-pronto falou que era só colar. Então eu comecei a participar e deu certo. Foi tudo muito natural e deu super certo para eu estar aqui", recordou.

Agora com mais responsabilidades e mais público em suas lives, steel revela que tem estudado o mercado de lives para que, cada vez mais, o seu conteúdo melhore e o público aumente. Admitindo que muito de sua inspiração vem das lives de Renato "nak" Nakano, ele também falou sobre outras de suas referências.

"Eu estudo muito mais hoje. Antes de começar eu não estudei nada. Eu simplesmente liguei minha câmera e pensei "eu sou o Steelega, jogo CS e vou streamar eu jogando" e achei que isso seria suficiente. Mas não é mais assim, as lives estão cada vez mais profissionais. Foi aí que comecei a assistir mais lives do nak, do Liminha, do wastzera, que são caras que fazem conteúdo de CS que eu gosto. Aliás, antes da entrevista eu estava assistindo a minha live para ver o que dava para melhorar", comentou.

steel também falou sobre a dificuldade de entreter as pessoas durante suas lives. O ex-jogador começa suas streams às 10h e vai até às 17h. Ou seja, são sete horas sem pausa de muito conteúdo e necessidade de estar fazendo algo que segure o público em seu canal.

"O simples fato de eu ir buscar uma água durante a live já é o suficiente para eu perder viewers. Quando termina uma lobby, até começar outra, muita gente também sai. Então, nas últimas semanas, eu tenho me preocupado um pouco com isso. Acabei me espelhando muito no Casimiro, para continuar tendo conteúdo durante essas pausas fazendo com que os viewers não deixem a live. Então, tenho cuidado para sempre estar comentando sobre algo, seja reagindo a alguma coisa no meu canal ou olhando o que está rolando no twitter", revelou.

steel foi finalista do Major da Cracóvia com a Immortals | Foto: Divulgação/PGL

Durante seus mais de 10 anos de carreira como jogador de CS profissional, Lucas "steelega" Lopes passou por diversas equipes. Destaque para Luminosity Gaming, Kabum TD, G3X, Immortals, Team Liquid, Movistar Riders e Case, chegando a ser finalista de Major com a Immortals em 2017, na Cracóvia. A decisão de ter encerrado a carreira para se dedicar totalmente as streams foi muito motivada pelo atual momento do cenário competitivo de CS2, com muitas competições online, e pela falta de oportunidades em grandes equipes brasileiras.

"Eu tinha percebido que eu não tinha mais espaço nos maiores times do Brasil e estava muito difícil de participar dos grandes campeonatos em LAN. Jogar online já não me dava mais tesão, não tinha mais sentido para mim. Porque venho de uma cultura de que o CS é jogado em LAN e no palco. Muito me perguntam se foi pela idade ou reflexos. Não foi. Até porque eu não acredito que isso faça diferença. Também não foi falta de dedicação ou energia. Eu ainda tinha tudo isso. Para mim, o principal foi não ter mais espaço em grandes times e não estar disputando campeonatos em LAN", finalizou.

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