"Não precisa ter a melhor mira, mas a confiança e tomada de decisão são o principal", afirma PKL sobre desempenho individual assombroso na LA League S5

A paiN Gaming foi a grande campeã da LA League Season 5 derrotando a DETONA na grande final neste domingo(27). Com o título, a equipe do capitão Vinícios "PKL" Coelho garantiu a premiação máxima de $35 mil, além do terceiro título com o novo jogador do time, Wesley "hardzao" Lopes. Buscando garantir presença na GC Masters IV, a paiN segue sua caminhada no segundo turno da primeira temporada do Brasileirão. Após desempenho incrível na competição, PKL foi escolhido pela DRAFT5 como o MVP do campeonato. A experiência combinada ao estilo agressivo é algo relativamente novo para Vinícios, que alterou sua forma de jogar desde a última mudança na equipe: "Com a chegada do hardzao eu mudei um pouco meu estilo de jogo, porque o fast era um cara mais agressivo, e o hard joga mais para trás. Eu tive que assumir total posição de ir na frente, buscar informação e ser agressivo", pontuou. O jogador lembrou ainda que não foi apenas a vinda de hardzao que elevou sua equipe ao patamar atual: "Eu, tatazin e o landin chegamos ao sexto título em lan em sequência. Então não é apenas a adição do hard, claro que isso foi uma coisa muito boa, mas nosso trio é muito forte no Brasil", cravou. Os números de PKL impressionaram todos no campeonato, e muito antes do final da partida já era comentado que ele deveria ser o melhor do torneio. Em entrevista após a final, o jogador se impressionou ao ouvir seus próprios números, e revelou que sentia que faria um bom torneio antes do início da competição: "Nós tiramos umas férias de dez dias nas últimas semanas. Esta semana voltamos a treinar, e eu senti que voltei um pouco mal das férias. Só que na sexta eu treinei muito bem, e disse pro time "galera, relaxa que eu to vindo muito forte para esse campeonato", e foi isso que aconteceu. Não mudei nada no meu estilo de jogo, simplesmente eu estava com a cabeça muito boa", lembrou. Os números de PKL foram tão proeminentes, que o jogador superou por muito nomes como hardzao, Rodrigo "biguzera" Bittencourt e Vinicius "vsm" Moreira. Mais próximo do igl da equipe, biguzera alcançou um rating de 1.32, mas não deixou de ser lembrado na resposta de PKL. "O biguzera, hardzao e vsm são os caras que eu coloco como os três melhores jogadores individualmente do Brasil. Só que eu preciso fazer meu time funcionar, eu não jogo pensando em matar, mas em conseguir espaço, conseguir informação. Então a diferença fica nessa tomada de decisão, nessa forma de buscar jogo, não que os dois não tenham buscado, mas nesse campeonato especificamente eu estava muito bem", disse. Com dezoito abates de abertura, e uma taxa de sucesso de 69% nesses duelos iniciais, o jogador entende como natural sua facilidade em vencer estes tipos de duelo, dado que o principal motivo está na maneira de se comportar. "Para mim o CS hoje é 70-80% isso, você não precisa ter a melhor mira, mas a confiança e tomada de decisão são o principal. Acredito que na lan meu desempenho é melhor, porque na internet alguns jogadores tem muita confiança, que agressivam de uma maneira que não existe. Na lan poucos fazem isso, poucos tem coragem. Eu faço exatamente a mesma coisa dos treinos na lan, então esse medo que alguns tem de tentar jogar eu não tenho. Acho que essas first kills e sucesso vem disso", esclareceu. Contrariando o meta de anos atrás, PKL revelou que a mudança na forma de jogar de grandes equipes o chamou a atenção. Não seria necessário que os times funcionassem como os liderados por Richard "shox" Papillon, lurker que dava o tempo de cada ação acontecer no mapa, ou por um jogador mais passivo como é o caso da Team Liquid de Nicholas "nitr0" Cannella. "Eu baseio meu jogo muito no Gla1ve, capitão da Astralis, e no Aleksib, da antiga ENCE. Por esse motivo, o time que eu mais gosto de assistir é a Astralis, porque o Gla1ve busca jogo o tempo todo, e eu preciso disso na minha equipe, que tem muitos jogadores que jogam um pouco mais para trás por serem melhores no trade e no suporte", pontuou. A admiração pelo capitão dinamarquês fez com que o brasileiro abandonasse crenças do passado e identifica-se uma maneira positiva de ver a nova função mais agressiva. "Antigamente eu pensava que o igl deveria ser um suporte ou lurker, principalmente suporte porque o lurker está do outro lado do mapa e não sabe o que está acontecendo. Hoje acredito que o melhor é ser o entry fragger, porque você puxa seu time pra onde você quer. As vezes se outro jogador fosse o entry, ele poderia ficar receoso de fazer o que eu estou pedindo, de não ter certeza que vai dar certo. Sendo o entry fragger posso fazer o que penso que meu time precisa, sem ter nenhuma dúvida na cabeça", afirmou. O jogador ainda complementou com as vantagens de ver o jogo como um coach caso a abertura dê errado: "Quando eu acabo morrendo eles me respeitam muito, basicamente falo quais bombas cada um deve fazer, e a melhor execução para o time no round. Então acredito que eu seja bom fazendo essa função de entry, e também é bom que quando morro consigo visualizar bem o jogo. É uma combinação muito boa", finalizou.