"Não diria que me arrependo de não ter assinado com a FaZe", afirma ALEX

Em longa entrevista concedida ao site francês 1pv.fr, Alex "⁠ALEX⁠" McMeekin falou sobre ter assinado com a Cloud9, sendo o capitão e o primeiro jogador a assinar com a organização para o projeto de reestruturação da mesma. A entrevista foi conduzida por François "Cnd" Balembois, e os melhores trechos dela, você confere abaixo:

SEM VITALIDADE

Antes de ter seu passe adquirido pela Cloud9, ALEX estava no banco da Vitality desde março, quando optou por deixar a escalação titular da equipe majoritariamente francesa por conta do apertado calendário da equipe, visto que, àquela altura, as LANs ainda eram uma realidade e o coronavírus não era uma grande preocupação.

"Não é a mesma coisa se comparado ao cenário antigo, porque atualmente há menos viagens e fadiga. Você não voa para os Estados Unidos, não há mais aquele jet lag, trocas de hotéis, mas jogar partidas oficiais a cada dois dias significa que você nunca pode deixar de ter uma mentalidade competitiva, então é quase tão estressante quanto antes"



O britânico também citou como fator preponderante em sua negociação com a Cloud9 o fato da equipe não estar atrelada à BLAST ou à ESL, organizadoras que possuem um calendário robusto para suas equipes parceiras:

"Eu percebi que haviam diversos times que não tinham laços com a BLAST ou a ESL, organizadoras que possuem um calendário pesado, então eu pensei que seria uma boa ideia assinar com um time que joga dois eventos de seis semanas por ano e depois pode ir para alguns outros eventos sem estar presa contratualmente, tendo a possibilidade de recusar convites caso necessário", revela.

A PREÇO DE OURO

Para tirar ALEX da Vitality, estima-se que a Cloud9 tenha desembolsado o significativo valor de $250 mil. O jogador contou detalhes sobre as negociações nas quais esteve envolvido, lembrando que muitos times "desistiram imediatamente" ao saberem da pedida da organização francesa.

Dentre as organizações que cobiçaram o capitão britânico, a FaZe Clan do brasileiro Marcelo "coldzera" David. Apesar da intenção de contar com os serviços de ALEX, a organização tomou rumos distintos, apostando em Markus "Kjaerbye" Kjærbye como quinto elemento.



"Eu não estive muito próximo das negociações, mas era algo que girava entorno de $500-$600 mil e muitos times não queriam fazer tal investimento durante a pandemia, apesar de que alguns estavam dispostos. Eu não sei sobre muitos detalhes (sobre a FaZe), eu fiquei sabendo que a Vitality aceitou, mas no dia seguinte, o Kjaerbye foi anunciado, então não sei ao certo o que aconteceu lá", conta.

Apesar da transferência ter ido por água a baixo, nada de terra arrasada: "Penso que seria uma boa oportunidade, mas eu não diria que me arrependo de não ter assinado com a FaZe, dado o fato de que ela faz parte dos circuitos de ESL e BLAST, os quais eu queria evitar".

PILAR DA RECONSTRUÇÃO

O ex-caster Henry "HenryG" Greer é a principal figura por trás de reconstrução da divisão de Counter-Strike da Cloud9. Apesar de ALEX ter sido o primeiro contratado para a nova página da equipe, o britânico não foi pensado como primeira opção:

"O HenryG não pensou em mim imediatamente, já que ele não sabia se eu me mudaria para os Estados Unidos caso necessário. Mas ainda não é certo se teremos de nos mudar. Tudo dependerá do projeto que construirmos, do elenco que montarmos e da covid, porque os EUA estão em um mau momento, então provavelmente só decidiremos no próximo ano", crava.



"Esse projeto está sendo criado com a saúde dos jogadores sendo levada em consideração. Não estou dizendo que na Vitality não era, mas um de nossos principais objetivos agora é ter a certeza de que estaremos em boas condições físicas e mentais a cada evento que comparecermos."

Inegavelmente, boa parte do sucesso da Vitality durante a estadia de ALEX passa pelas mãos do jovem Mathieu "ZywOo" Herbaut, mas "Sempre nos disseram que tivemos bons resultados na Vitality porque o ZywOo estava nos carregando, então será um verdadeiro teste para mim como líder, ter bons resultados com meu time sem ter o melhor do mundo", afirma.

SONHANDO ALTO

"Nossa meta é vencer a Flashpoint, esse não é um projeto em que diremos que precisamos de tempo. Teremos bom jogadores, os encaixaremos em um time e queremos resultados rápidos. Vendo a lista de participantes, não vencer a Flashpoint será uma frustração, pelo menos para mim. Minha meta pessoal, que eu penso que é possível, é vencer um Major antes dos times franceses", analisa.



Finalizando a entrevista, ALEX destacou a qualidade do treinador Aleksandar "kassad" Trifunović, outro dos responsáveis pela nova etapa da Cloud9, destacando o trabalho do sérvio em sua última equipe:

"Se você coloca grandes nomes em um time internacional, eles podem acabar fazendo o que quiserem, mas eu não acho que isso acontecerá com o kassad porque ele é muito respeitado. O CS que ele apresentou com a 100 Thieves e o fato de que eles passaram do tier 2 para o tier 1, penso que muito disso passa por ele. Mal posso esperar para trabalhar com ele", pontua o capitão.