13 anos e 13 momentos inesquecíveis do CS:GO

Relembre alguns dos momentos mais emblemáticos da era Global Offensive

por / 21 de ago de 2025 - 14:00 / Capa: Hugo Hemberg/fragbite.se

Foi neste mesmo dia 21 de agosto, mas no longínquo ano de 2012, que o Counter-Strike: Global Offensive foi oficialmente lançado pela Valve. Com mais de uma década de história, a terceira grande versão do FPS soberano foi palco para alguns dos momentos mais emblemáticos da franquia.

Para celebrar o aniversário de 13 anos do jogo, a DRAFT5 elencou 13 momentos inesquecíveis do CS:GO. Não espere parcialidade, pois foi difícil não deixar o coração brasileiro transparecer nesse momento. Confira-os abaixo, em ordem cronológica.


OLOFMEISTER DEFUSA ENTRE AS CHAMAS

No dia 17 de agosto de 2014, Olof "olofmeister" Kajbjer Gustafsson protagonizou um insólito lance que foi decisivo para o triunfo da fnatic sobre a Dignitas em partida válida pelas semifinais da ESL One Cologne 2014.

Enquanto os dinamarqueses tentavam defender a C4 plantada no bombsite B da Overpass, o sueco fez o que tinha de ser feito: segurou um heroico desarme em meio às chamas de uma molotov adversária para colocar a fnatic à frente no placar.

O lance, por óbvio, rendeu a ele um eterno grafite no mapa, além de ter se tornado ainda mais memorável graças à narração da britânica Lauren "Pansy" Scott.


OLOFBOOST

Na mesma Overpass, meses depois de ir ao céu com o desarme em meio às chamas, olofmeister ironicamente foi ao inferno com o que para muitos foi o infame "olofboost", pezinho utilizado pela fnatic diante da LDLC nas quartas de final da DreamHack Winter 2014.

À altura em que o marcador assinalava 13-3 para os franceses, os suecos tiraram um coelho da cartola com a tática e emplacaram round após round usando a mesma estratégia, vencendo o confronto.

A repercussão negativa, todavia, levou a organizadora do campeonato a pedir que as equipes rejogassem a segunda metade da Overpass. Em meio ao caos instaurado na comunidade, a fnatic optou por desistir do embate e olofmeister chegou a pensar no que seria uma precoce aposentadoria.


O ESCÂNDALO IBUYPOWER

No dia 21 de agosto de 2014, data em que o CS:GO completava dois anos, uma partida que - aparentemente - pouco valia acabou chamando atenção do público: a iBUYPOWER, uma das principais forças da América do Norte àquela altura - foi amassada pela modesta NetCodeGuides.

No caminho até o 16-4 consumado pelos azarões, diversos lances bizarros - para dizer o mínimo - levantaram suspeitas de que o resultado poderia ter sido manipulado, algo confirmado por uma investigação conduzida pelo jornalista Richard Lewis nas semanas seguintes.

Já em janeiro de 2015, a Valve optou por banir permanentemente os oito envolvidos no escândalo, acabando com a carreira de profissionais como Braxton "swag" Pierce, então considerado uma enorme joia do cenário mundial. Alguém precisava servir de exemplo.

Banimento da Valve fez de swag um dos maiores "e se" do Counter-Strike | Foto: DreamHack

"HAPPY WITH THE DEAGLE"

Já em setembro de 2015, o francês Vincent "Happy" Cervoni Schopenhauer chocou o mundo do Counter-Strike com um ACE de Desert Eagle que viria a ser eleito a jogada da década pela conta oficial da Valve.

Munido apenas do icônico canhão de bolso e com a dura missão de segurar a investida da TSM pela B da Inferno, o capitão da EnVyUs precisou de aproximadamente 15 segundos para alcançar a eternidade.

A combinação se torna ainda mais irresistível graças à narração de Auguste "Semmler" Massonnat, que foi à loucura com o lance protagonizado pelo jovem astro.


É DO BRASIL

O dia 3 de abril poderia ser muito bem o dia nacional do Counter-Strike em terras brasileiras, visto que foi nessa data que a Luminosity de Gabriel "FalleN" Toledo e companhia ascendeu ao topo do mundo com o título do MLG Columbus 2016, o primeiro Major daquela temporada.

Por mais que tenha derrubado a gigante Natus Vincere de Ladislav "GuardiaN" Kovács na grande final, a equipe brasileira tem como símbolo daquela épica campanha o embate diante da Team Liquid de Oleksandr "s1mple" Kostyliev nas semifinais.

Isso porque foi diante da cavalaria que Marcelo "coldzera" David emplacou o "jumping double", um dos mais belos lances da história da modalidade, ajudando o time brasileiro a reverter um 15-9 na Mirage e posteriormente um 15-6 na Cache para levá-lo à decisão.


É S1MPLES

Talvez com inveja do que coldzera fez meses antes, s1mple impulsionou a Team Liquid rumo às semifinais da ESL One Cologne 2016 com um clutch diante da fnatic que entrou para a história.

Sozinho contra dois, o então menino prodígio caiu do céu da Cache e, sem precisar da mira da AWP, eliminou os suecos para garantir um improvável round à cavalaria, levando o britânico James Bardolph ao completo êxtase.

O ucraniano, assim como o brasileiro, virou grafite no mapa que fora palco para o lance e se consolidou de vez como uma das principais estrelas da modalidade.


INCONTESTÁVEL

Se o "jumping double" de coldzera pavimentou o caminho para o inédito título de Major brasileiro, o clutch de s1mple diante da fnatic não teve o mesmo poder, visto que entre ele o tão sonhado troféu havia ninguém menos que a SK Gaming.

Com um dos desempenhos mais convincentes da história das competições chanceladas pela Valve, o esquadrão brasileiro novamente marchou rumo ao topo do pódio mais badalado da modalidade, vencendo justamente a Team Liquid de s1mple na decisão.

Além de ter marcado uma estreia de gala sob o estandarte do lendário clube alemão, a conquista fez de FalleN e companhia o segundo time a vencer dois Majors consecutivos na história do FPS da Valve, feito que só viria a ser batido pela hegemônica Astralis.

Irretocável campanha levou SK ao título do Major de Cologne | Foto: Hugo Hemberg/fragbite.se

FINAL DO IMPOSSÍVEL

Nem mesmo o mais insano fã de Counter-Strike poderia imaginar que a final do PGL Major Kraków 2017 seria disputada entre os azarões de Immortals e Gambit, mas quis o destino que assim fosse.

Depois da Astralis eliminar a SK no que parecia ser a final antecipada do campeonato, os dinamarqueses pipocaram diante de Danylo "Zeus" Teslenko e companhia. As esperanças do povo verde e amarelo, por consequência, se depositaram nos irmãos caçulas.

O mesmo destino que preparou a final do impossível, todavia, não foi generoso com a Immortals, que viu Abay "HObbit" Khassenov cometer um criminoso clutch 1v4 e Mikhail "Dosia" Stolyarov arremessar uma traumática HE de três pontos - e 200 de QI - para destruir o sonho brasileiro.


STEWIE2K E O SONHO AMERICANO

Tão improvável quanto o título da Gambit na Polônia talvez fosse a Cloud9 vencer o ELEAGUE Major Boston 2018, mas o destino novamente resolveu pregar peças aos favoritos.

Deixando para trás as favoritas G2 e SK - esta última desfalcada por não poder levar Ricardo "boltz" Prass ao torneio -, o esquadrão norte-americano se viu diante da gigante e clara postulante ao título FaZe Clan na decisão.

As tropas de Finn "karrigan" Andersen até tiveram um 15-11 de vantagem no terceiro e decisivo mapa do confronto, mas a Cloud9 arrastou o jogo à prorrogação com um heroico 4K de Jacky "Stewie2K" Yip que a impulsionaria rumo ao inédito título de Major para a América do Norte.


O TIRO QUE MUDOU A HISTÓRIA

No primeiro grande campeonato com torcida no mundo pós-pandemia, a Natus Vincere chegou ao PGL Major Stockholm 2021 decidida a colocar um ponto final em sua incessante busca pelo troféu mais cobiçado da modalidade.

Nikola "NiKo" Kovač, contudo, estava decidido a atrapalhar os planos ucranianos e poderia ter feito caso tivesse acertado um tiro em s1mple, pego completamente desprevenido pelo flanco do bósnio.

Ao invés disso, o astro - sabe-se lá como - errou um tiro aparentemente fácil, permitindo o comeback da Natus Vincere na Nuke que colocaria o tão sonhado troféu na galeria do clube ucraniano.


LAST DANCE

O que parecia ser um sonho para a torcida brasileira se converteu em realidade nas primeiras semanas de 2022, quando FalleN, recém-saído da Team Liquid, encabeçou a montagem do "Last Dance" brasileiro ao lado de nomes como Fernando "fer" Alvarenga e Lincoln "fnx" Lau.

Mesmo mantendo os pés no chão, o projeto fez muito em pouco tempo, conseguindo a tão sonhada classificação ao PGL Major Antwerp 2022, onde fez um jogo histórico com a Cloud9 e por pouco não chegou aos playoffs.

Para um time que os críticos apontavam como lar de "jogadores em fim de carreira", a Imperial deu muitas alegrias ao torcedor brasileiro, resgatando o orgulho e a esperança daqueles que há tempos sonhavam com uma última dança digna para grandes nomes do cenário.

fnx estoura espumante em meio à euforia pela classificação ao Major da Antuérpia | Foto: João Ferreira/PGL

O CANADENSE VOADOR

Na reta final da era Global Offensive, a rivalidade entre FaZe Clan e Natus Vincere, àquela altura as duas melhores equipes do planeta, se acentuou e o confronto tornou-se praticamente o El Clasico da modalidade.

Semanas após decidirem o título do Major da Antuérpia, os dois times se reencontraram na decisão da IEM Cologne 2022, último campeonato do primeiro semestre, a fim de definirem quem era de fato o melhor do mundo.

De virada, em uma das melhores MD5s da história do Counter-Strike, a FaZe Clan garantiu o título, com Russel "Twistzz" Van Dulken colocando um dos últimos pregos no caixão adversário em um lance que ficará marcado para sempre na memória de quem o testemunhou.


FESTA NA TRIBONERA

Empolgada pela épica classificação da Imperial ao Major do Rio, a torcida brasileira lotou o Rio Centro para receber os heróis da Cidade Maravilhosa e fazer uma festa poucas vezes antes vista na história do principal campeonato da modalidade.

Mesmo com as eliminações precoces de Imperial e 00NATION, o Brasil continuou sonhando com o título da FURIA, que foi derrubando grandes oponentes no caminho até a etapa decisiva.

A festa comandada por Alexandre "Gaules" Borba, apesar disso, teve um fim melancólico à medida em que os furiosos esbarraram na Heroic de Casper "cadiaN" Møller nas semifinais, em uma derrota verdadeiramente traumática para os brasileiros.

Mágica campanha da FURIA permitiu que o Brasil sonhasse com o título do Major do Rio | Foto: Adela Sznajder/ESL

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