Maluk3 e trk não acham que Team oNe deva voltar ao Brasil: "Retrocesso"

Após classificação para Global Challenge, golden boys avaliam dois anos da Team oNe na América do Norte de forma positiva

por Gabriel Melo / 30 de Mar de 2020 - 16:01 / Capa: HLTV
Team oNe é uma das equipes brasileiras que há mais tempo está competindo fora do país. A mudança para a América do Norte completou, em 2020, dois anos e a avaliação do período feita por Pedro "Maluk3" Campos e Alencar "trk" Rossato é positiva.

Apesar da nossa inconstância e mudanças feitas na equipe, nunca paramos de evoluir. Temos muito a crescer. Estamos no caminho”, opinam os jogadores em entrevista à DRAFT5. 

Comparando Team oNe com as outras equipes brasileiras que, nos último anos, trocaram o Brasil pela América do Norte, os jogadores apontam que “todas evoluíram de 2017 pra cá e, talvez, os problemas internos e mudanças que passamos tenham diminuído o ritmo da nossa evolução em relação aos outros times”.

Sendo mais específico sobre tais mudanças, Team oNe sofreu bastante com elas na transição de 2019 para 2020 e início deste ano. Em dezembro, Bruno "bit" Lima e Victor "bld V" Junqueira deixaram o time. A priori, João "felps" Vasconcellos e o chileno David "dav1ddd" Tapia iam ser os subtitutos, mas nenhum dos dois ficou mais de um mês na equipe e as vagas acabaram sendo preenchidas por Matheus "prt" Scuvero e Matheus "pesadelo" Panisset.

Maluk3 e trk revelam que “dav1ddd nunca foi pensado como (substituto) definitivo no time”. Segundo os jogadores, o chileno “foi uma indicação do felps e nós aceitamos testar. Mas como nosso tempo de adaptação para as seletivas de WESG e Minor era muito pequeno para adaptar ele falando espanhol no time, rapidamente começamos a testar outros nomes”.

Essas fases de adaptação e a complexidade de conseguir contratar um novo jogador acabaram resultando na ruptura também do felps devido às incertezas”, completam.

Explicando o que levou Team oNe contratar pesadelo e prt, a dupla revela que o interesse no ex-DETONA surgiu como uma solução ao problema de internet apresentado pelo antigo integrante da RED Canids.

Durante os testes, o pesadelo foi muito bem e já estava em definitivo conosco. Porém, ele teve problemas com a internet e acabamos dando uma oportunidade ao prt. Isso causou uma sinuca de bico pois ambos são muitos bons e colocou uma grande pulga atrás de nossas orelhas em relação ao que íamos fazer. Com a saída de felps não tivemos dúvidas em efetivar os dois”, explicam.

Seletivas para três importantes internacionais trouxeram Team One, momentaneamente, de volta ao Brasil. Mas a equipe falhou em avançar nas disputas para WESG, Flashpoint e ESL One Rio Major

Maluk3 e trk acreditam que isso aconteceu porque “o time era muito novo e tinha apenas 10 dias de treino". Mesmo assim, na opinião dos dois jogadores, o desempenho apresentado pelos golden boys “foi muito bom”.

Presente nos últimos três Minors, Team oNe estava em busca da quarta classificação seguida para a seletiva final de um Major. A equipe até começou bem, vencendo BOOM na estreia do closed qualifier sul-americano. Mas depois acabou perdendo para RED Canids na Upper e sendo eliminada pelos ex-INTZ na repescagem.

A vitória sobre BOOM no primeiro encontro com a equipe tem uma história a parte por conta da provocação feita pela Team oNe ao ex-integrante felps. Questionados se acreditam que o fato tenha servido de combustível para o adversário, Maluk3 e trk respondem que não.

O time deles é muito mais cascudo e pronto do que o nosso. Mudamos muito: jogadores, capitão, estilo, idade e experiência. Com certeza eles eram os favoritos para todo o torneio. Perdemos a nossa chance ao cair para a Lower. Ainda não éramos um time pronto para enfrentarmos altos e baixos dentro de um mesmo torneio, e conseguir manter o nível de concentração e atuação”, avaliam.

No retorno aos Estados Unidos, nas últimas semanas, Team oNe rapidamente mostrou que os fracassos nas seletivas já estavam no passado com o time conquistando a classificação para o ESEA Global Challenge S33. Para Maluk3 e trk, a vaga conquistada não é um alento, mas “o nosso trabalho mostrando resultado”.

Apesar de todo mundo achar que não estamos bem, continuamos trabalhando e evoluindo. Mesmo com 7 mudanças ou mais nesse 2019, mostramos que o time se mantém evoluindo e jogando bem. Muito feliz em ver os resultados voltando aparecer, isso com certeza faz parte da preparação mental”, apontam os jogadores. 

Os integrantes da Team oNe entrevistados pela DRAFT5 são categóricos na avaliação sobre o elenco montado para este ano: “Não temos dúvidas de que essa é a line com maior talento que já trabalhamos. Ela iniciou com alguns quesitos abaixo das demais, como entrosamento, liderança e maturidade, mas tem talento e estamos trabalhando pesado para suprir as lacunas que as mudanças trouxeram”.

VOLTAR AO BRASIL?

O retrospecto apresentado pela Team oNe na última temporada, que, na opinião de boa parte da comunidade, ficou abaixo do de 2018 no quesito títulos, fez com que muitos pedissem o retorno da equipe ao Brasil - o que Maluk3 e trk classificam como “retrocesso” apesar de concordarem que competitivo nacional evoluiu desde deixaram o país.

O desempenho não é abaixo do esperado para nós, atletas, e organização. Ganhar ou perder faz parte do jogo. A questão é o nível de jogo contra os times que estão melhores no cenário. Cair para FURIA e BOOM não é demérito, assim como perder para antiga NRG no Minor. Então faz parte da nossa evolução. Acreditamos que voltar pro Brasil seja, hoje, um retrocesso pra gente”, opinam.

CORONAVÍRUS E O CS

O calendário competitivo de Counter-Strike ficou de pernas para o ar no início deste ano em decorrência da pandemia de coronavírus. Muitos torneios sofreram consequência que vão desde mudança de formato até cancelamento.

Sabendo da gravidade do problema, Maluk3 e trk afirmam estarem na torcida “para que o mundo se recupere de tudo em primeiro lugar e que a saúde da população volte a ficar estável. Após isso vamos pensar em nosso dia a dia”.
Continua depois do anúncio

Saiba Mais Sobre