Em entrevista recentemente concedida à GameArena, Vito "kNg" Giuseppe falou sobre os tempos mais áureos de Immortals, bem como a súbita derrocada da equipe brasileira após os acontecimentos da DreamHack Open Montreal 2017:
"A Immortals era um time com muita confiança. Às vezes você treina e pensa: 'treino é treino.' Na Immortals, a gente treinava e falava: 'amassamos.' Lembro uma vez que treinamos com a SK, depois até ficamos uns três meses sem treinar com eles", relembrou.
"Jogávamos um estilo de CS totalmente diferente do deles, brigávamos pelo espaço mais rápido e nos espalhávamos pelo mapa. (...) Quem olhava pensava que éramos desorganizados, mas sabíamos a bagunça que estávamos fazendo", explicou.
"Na Immortals, treinávamos e víamos que estava dando certo. Fizemos 27-3 na SK. Os caras falaram que estávamos zoando. O dead, uma figuraça, falou que (eles) nunca mais iam treinar com a gente. Eu falei: 'demos 27-3 em vocês, imagina se jogássemos sério.' Ele ficou p###", brincou.
Em determinado momento, kNg foi questionado sobre como a Immortals foi de finalista do PGL Major Kraków 2017 à desintegração total do elenco brasileiro graças ao episódio envolvendo Pujan "FNS" Mehta:
"A gente era muito da confiança e eu falava o que pensava. Essa parada do FNS, juntou muita coisa em pouco tempo, no mesmo local. Vínhamos de discussões com a Immortals depois do Major, discussões internas, eu fui deportado dos EUA faltando quatro dias para um campeonato, fiquei dois dias preso lá", recobrou.
"Naquele momento, com o FNS, eu errei. Eu precisava entender o que eu estava falando. Eu tinha uma linguagem bem da quebrada. 'Vou matar você, irmão.' Não ia matar, mas eu usei essa frase e pro gringo é muito mais pesado que pro brasileiro", analisou.
kNg, hoje mais experiente, entende que errou ao lidar com a situação, mas não perde a chance de alfinetar a Counter Logic Gaming, àquela altura uma das maiores freguesas da Immortals:
"Eu de fato errei nessa situação, mas foi toda uma situação, tava de cabeça quente. A gente batia direto na CLG, nem víamos eles como rivais, olhava e falava: 'são nossas p#######'", contou.
"Eu já tinha visto o post do FNS, ninguém deu bola. Eu respondi depois que acabou a final. Fomos atropelados pela comunidade. A final adiantou, acho que todo mundo conhece essa parte da história", disse.
"Aí a história do FNS virou uma verdade. Era uma mentira, uma zoação, brincadeira que virou uma verdade. Eu falei aquilo e virou toda a treta da Immortals. A gente já vinha se desentendendo, eu e a organização. Nossa relação já estava azeda", relembrou.
No fim das contas, kNg acabou suspenso por um mês, mas acabou retornando à ação antes do previsto para enfrentar justamente a Counter Logic Gaming de FNS. O retorno, todavia, custou o emprego de kNg e deu fim à equipe:
"Os meninos compraram a briga. Eu estava suspenso no Brasil, tomando uma cervejinha no boteco, assistindo a Immortals, pensando que queria jogar. Eles perdem o primeiro mapa contra a CLG e toca o meu telefone: 'E aí kN, você vai jogar lagado do Brasil, f###-se'", afirmou.
"Vou ligar pro presidente e você vai jogar. O zakk que estava completando. Fui pra casa jogar. O gerente da Immortals me autorizou a jogar, mas ele não falou com o presidente. (...) Eu joguei com 180 de ping e viramos o jogo. (...) Eu estava mordido (com a CLG). Ganhamos, saí feliz. Dez minutos depois, demitido do time", completou.
"Foi essa a história da Immortals. Um começo inimaginável e um final mais inimaginável ainda", finalizou kNg. Hoje com 31 anos, o ítalo-brasileiro optou recentemente por dar uma pausa na carreira e colocar o projeto d'O PLANO em stand-by.