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Jogos Históricos: SK Gaming vs. Virtus.pro - EPICENTER 2017

Uma épica MD5 eternizada nas lembranças da torcida brasileira

por Lucas Benvegnú / 24 de Ago de 2020 - 14:10 / Capa: Arte/DRAFT5
2017 certamente foi um ano de ouro para o CS:GO brasileiro. Com duas grandes equipes lutando no alto escalão do Counter-Strike mundial, é provável que esse tenha sido para muitos o melhor ano para o Brasil na modalidade.

Para a SK Gaming, o ano já era repleto de glórias que engrandeceram sua galeria de troféus. Da cs_summit e IEM Sydney, passando por DreamHack Summer e ECS S3 Finals e chegando ao bicampeonato da ESL One Cologne. Mas as coisas começaram a decair após o PGL Kraków Major.

Se para a Immortals, vice-campeã, as coisas não iam bem por conflitos internos, a SK já não tinha o mesmo pique de antes, apresentando resultados abaixo do esperado. A saída de João "felps" Vasconcellos viria a se concretizar, e com a situação da IMT desmoronando, Ricardo "boltz" Prass seria o substituto - ao menos temporário - escolhido.

Foto: cybersport.com Adição de boltz levantou desconfiança acerca da qualidade da SK Gaming | Foto: cybersport.com


E sem treino algum, a escalação brasileira rumaria a São Petersburgo, cidade portuária localizada às margens do mar báltico, para a disputa da EPICENTER 2017, segunda edição do torneio. Após uma fase de grupos tranquila, onde passariam sem sustos por Virtus.pro e FaZe Clan, a equipe derrubaria a Astralis nas semis, carimbando vaga na grande decisão.

Do outro lado, o lendário quinteto polonês da Virtus.pro se recuperaria da derrota na estreia para os brasileiros, superando Gambit e FaZe para sobreviver à fase de grupos, antes de vencer o dreamteam francês da G2 para chegar à final.  O dia 29 de outubro de 2017 tinha tudo para ficar marcado na memória dos fãs de Counter-Strike, em especial dos brasileiros que testemunharam uma das mais emocionantes séries MD5 da história do CS:GO.

Um lado terrorista apático por parte dos liderados por Gabriel "FalleN" Toledo daria início à dramática série na Mirage. Apesar de esboçarem uma reação, os brasileiros não foram páreos para um avassalador Filip "NEO" Kubski, que blindaria o bombsite A de todas as maneiras imagináveis e abriria caminho para um suave 16 a 10.


A primeira metade da Inferno terminaria com um confortável 9 a 6 para a SK, que, sem maiores dificuldades e respaldada pelo então melhor do mundo Marcelo "coldzera" David fecharia com uma metade perfeita de TR: sonoros 16 a 6.


Mas os problemas do lado ofensivo estavam longes de se extinguirem. Após começarem atrás na Train por 6 a 0, os brasileiros pouco puderam fazer no primeiro half, apenas assistindo à distância no marcador se alongar cada vez mais, até o 12 a 3 por parte dos poloneses ser selado. O que parecia resolvido se arrastou graças à qualidade da SK Gaming no lado CT. Round a round, os brasileiros foram encurtando a distância no marcador e, mesmo após verem a Virtus.pro chegar ao map point em 15 a 13, buscaram a remontada na prorrogação, que terminaria com um 19 a 16 favorável a FalleN e cia.


Outro péssimo inicio marcaria a Cache, mapa de escolha dos poloneses, que abririam cinco a zero sobre seus rivais. Apesar do ritmo fulminante de jogo imposto por seus oponentes no início do mapa, a SK correu atrás do prejuízo, revertendo o cenário para uma metade TR de 9 a 6. O triunfo brasileiro no quarto mapa da decisão esbarraria em um lado TR praticamente impecável por parte de Janusz "Snax" Pogorzelski e seus companheiros, que conseguiriam igualar a série graças ao 16 a 12.


Tudo seria decidido no quinto e último mapa do embate: a antiga e saudosa Cobblestone. O pistol e os anti-ecos até iriam para o lado brasileiro, mas o bom início seria a ilusão de uma metade que terminaria em um não tão neutro 8 a 7 para os contra-terroristas da Virtus.pro, que chegou a emplacar sete pontos sequenciais.


A troca de rounds que se estendeu por boa parte do segundo half terminaria pior para a SK Gaming, que veria seus oponentes com dois championship points após eles assinalarem o 15 a 13 no marcador. Quase como mágica, um triplo abate de FalleN na defesa da A sucedido por quatro eliminações de boltz para frear o avanço polonês no bombsite B forçariam a dramática prorrogação em um sofrido 15 a 15.


Após boa metade TR que lhe rendeu dois pontos, a Virtus.pro chegaria novamente ao championship point com o 18 a 16 no placar. Apenas mais um ponto era necessário. Sem sustos, os brasileiros ganhariam sobrevida graças à entrada segura pela A. Tudo parecera desmoronar quando boltz e FalleN sobraram no 2v4 pela B no decisivo round seguinte. Mas a dupla brasileira brilhou, mantendo vivo o sonho do título e forçando mais uma prorrogação.


Apesar de todas as complicações da partida, o segundo overtime seria rápido e cirúrgico. Quatro pontos da SK Gaming selariam o 22 a 18 no quinto mapa da MD5 e consagrariam os brasileiros como campeões do torneio.

A nível de curiosidade, com a conquista, a equipe tupiniquim quebrou o recorde de premiação ganha com um stand-in no elenco: $250 mil, quase o dobro do recorde anterior. A transmissão brasileira ultrapassaria os 100 mil espectadores, recorde que perduraria até a chegada da Era de Alexandre "Gaules" Borba.

Foto: HLTV.org O quinteto brasileiro celebra a conquista da taça da EPICENTER 2017 | Foto: HLTV.org


Outro fato no mínimo cômico relacionado à conquista é que, o troféu mostrado na imagem acima continha algumas munições de fuzil - obviamente fictícias - em sua base. Tal fato levou as autoridades russas a reterem a taça no aeroporto, como contou o próprio FalleN na época do triunfo.



E foi assim que o dia 27 de outubro de 2017 ficaria eternizado nas lembranças dos fãs do Counter-Strike, juntamente com o icônico quinteto composto por FalleN, fer, TACO, boltz e coldzera, este último, eleito MVP da competição.
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