"Hoje o cenário brasileiro está anos-luz à frente do norte-americano em termos de desenvolver talentos", afirma tacitus

Treinador da Triumph destacou o trabalho feito pela Gamers Club no Brasil e lamentou a perda de prodígios para o VALORANT nos EUA

por Lucas Benvegnú / 16 de Dez de 2020 - 15:02 / Capa: Arquivo Pessoal
Muito se fala por aí acerca do cenário norte-americano de Counter-Strike estar em uma fase decadente. Fato é que, nos últimos meses, diversas organizações abandonaram a modalidade por conta dos impactos causados pela pandemia do coronavírus ou simplesmente por buscarem negócios mais rentáveis, como é o caso do emergente VALORANT.

Convidado da nona edição do OVERTIME, o treinador brasileiro Marcos "tacitus" Castilho, hoje na Triumph, comentou o estado atual do CS:GO na América do Norte, expondo seu ponto de vista em relação ao surgimento de novas equipes e ao desaparecimento de outras tantas.


"Tem a galera que tava jogando na Whalers, que é um time da MDL, tem a galera da RBG, que estava com uma estrutura legal, até vi um dos jogadores deles aqui no Twitter falando que está procurando um time, mas é complicado. Creio que o cenário norte-americano hoje está numa situação bem precária", afirmou.

"Se perdeu muito talento de uma vez só. Hoje você não tem mais capitães experientes formando novos talentos. Se hoje a Triumph precisa de jogador, ou trazemos alguém renomado, que estava parado, ou alguém do mesmo nível do nosso time que teremos de tirar de outra equipe, ou apostamos em um cara que talvez nem saiba fazer algumas granadas básicas, mas que tem skill", disse.

tacitus inclusive falou sobre as oportunidades proporcionadas pela Gamers Club em solo brasileiro, ressaltando o desenvolvimento de jovens prodígios por meio das diversas divisões de Ligas organizadas pela plataforma líder.

"Hoje o cenário brasileiro está anos luz à frente do cenário norte-americano em termos de desenvolver talentos. Tanto que hoje em dia tem mais times brasileiros planejados para jogar aqui nos Estados Unidos em 2021 do que times norte-americanos", lembrou.


"Se tivesse um investimento de campeonatos no Brasil, creio que teríamos mais campeonatos no Brasil do que aqui (nos EUA). Se você traz de volta todos os times brasileiros, teria FURIA, MIBR, Team One, paiN, BOOM, Yeah. (...) Isso são frutos colhidos após anos de um bom desenvolvimento, de trabalho da própria Gamers Club", ressaltou.

Tentando ver o tortuoso panorama do cenário norte-americano com outros olhos, tacitus destacou as portas abertas pela crise: "Me sinto até meio egoísta, porque para mim foi o melhor ano da minha vida. Profissionalmente e pessoalmente. Consegui várias coisas que nunca imaginei conseguir", cravou.

"Eu ia desinstalar o jogo, largar o CS de mão. Três meses depois dessa decisão, estava lá eu jogando uma MD3 contra o MIBR, contra os caras que me fizeram jogar CS. Três meses depois disso estava eu na Pro League. E três meses depois disso, estava eu com o meu time na final da IEM Beijing depois de ganhar uma MD3 da Liquid", relembrou.

"O CS é um jogo muito atual. É quase que baseado nos últimos 3 a 6 meses. Claro, temos que respeitar os caras que mandavam bem há 6, 7 anos atrás. Mas do ponto de vista de uma organização, você não pode montar uma line-up com jogadores que iam bem 6 ou 7 anos atrás e esperar resultados", pontuou.
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