Histórias de Major - ESL One Cologne 2015: O tri sueco

A ESL One Cologne Major 2015 foi marcada por grandes mudanças. Primeiro, a Ninjas in Pyjamas perdeu sua hegemonia de finais para outra equipe sueca fazer história. A Fnatic foi o primeiro time a conquistar um bicampeonato consecutivo e um tricampeonato. Apesar da importância do torneio, a época era de vacas magras e só distribuía $250 mil.

Para o Brasil, Cologne também foi importante, visto que foi o Major da consolidação do país. Apesar da Luminosity Gaming já vir de um status Legends em Katowice, mantê-lo por duas edições consecutivas confirma a força verde-amarela no cenário mundial.

Mesmo antes de iniciar a competição, Fnatic e Team EnVyUs já despontavam como favoritas ao título. E confirmaram isso na fase de grupos do torneio. Os suecos avançaram em primeiro lugar no grupo C, com duas vitórias tranquilas. Na época, toda a primeira fase era decidida em MD1.

A primeira vitória da Fnatic foi sobre os poloneses da Team eBettle. Olof "olofmeister" Kajbjer deu um show na partida, que terminou em 16 a 2, placar esse que se repetiu no confronto seguinte contra a Natus Vincere. Com isso, os suecos garantiram vaga nas quartas de final.

Já a EnVyUs estava no grupo B ao lado de FlipSid3 Tactics, Team Kinguin e Luminosity Gaming. Sem dificuldades, atropelaram a FlipSid3 por 16 a 3. Valendo a vaga, os franceses enfrentaram os brasileiros. Num confronto extremamente igual, a experiência pesou e o time de Kenny "kennyS" Schrub saiu vitorioso por 19 a 16.

Confira os grupos da competição:

A Luminosity, mesmo chegando como Legends, não tinha muito respeito, e era apontada a não passar ao menos da fase de grupos. Neste ponto, a estreia foi para provar estarem errados. A Team Kinguin havia formado uma seleção para a disputa da temporada, e vence-los foi fundamental para ganhar confiança.

Marcelo "coldzera" David estava há um mês na LG e este seria o primeiro torneio com a equipe e o primeiro Major que disputaria. Mesmo muito cru, já mostrava um talento impressionante. Na vitória contra a Kinguin na Overpass, não sentiu a pressão, e ajudou no placar de 16 a 6.

Um fato curioso foi cold ter começado a partida com o fone invertido. Após perderem o pistol round e verem o adversário abrir 3 a 0, cold se juntou a FalleN e fer na defesa do bombsite A. Após levar um varado de Maikelele e ficar com 6 de HP, o jovem acusou FalleN de friendly fire. Apenas duas rodadas depois ele percebeu o erro e falou com os companheiros.

Logo na sequência, os brasileiros enfrentaram a EnVyUs valendo a classificação. O duelo foi extremamente equilibrado na Cobblestone, tanto que a série foi para a prorrogação após a LG salvar dois match points. Nos rounds extras, o time brasileiro sabia a estratégia francesa, mas não mostrou um anti-tático para ela. Isso custou a vitória por 19 a 16. Apesar disso, uma jogada fantástica de Gabriel "FalleN" Toledo ficou marcada na história.

Para manterem o status Legends, a Luminosity precisava vencer a FlipSid3. Apesar de ser considerado o time mais fraco do grupo, os ucranianos sempre gostavam de aprontar em Major. E foi isso que quase aconteceu contra os BRs.

Novamente na Cobblestone, a LG se viu contra a parede após o adversário fazer 15 a 12. Neste momento, cold chamou a responsabilidade e passou algumas táticas que deram certo. A partida foi para o overtime, e lá, a Luminosity venceu por 22 a 18.

As quartas de final mostraram um distanciamento de quatro equipes para as outras. Tanto é que todos os jogos terminaram em 2 a 0. Para azar da Luminosity, caíram em um difícil embate contra a Fnatic. A única surpresa da fase foi a derrota da Ninjas in Pyjamas.

Em um duelo de gigantes contra a Virtus.pro, o desafio foi finalizado com vitória polonesa por 2 a 0. Isso terminou com uma série de cinco finais seguidas da NiP em Major, a maior da história.

Apesar de ainda acreditarem, a maioria dos brasileiros já tinha noção que viria uma derrota para Fnatic. O conjunto com FalleN e companhia já havia sido eliminado para os suecos por duas ocasiões em 2015. Em um melhor momento, os escandinavos conseguiram uma sólida vitória na Train por 16 a 5 e um suado jogo na Mirage por 16 a 14.

A partir deste momento, a Fnatic disparou rumo ao título. Na semifinal, mostrou sua força para virar diante da Virtus.pro e chegar à decisão. E, como esperados por muitos, o jogo entre Fnatic e EnVyUs iria acontecer.

Tudo começou numa Dust2 espetacular. Os franceses chegaram a abrir 14 a 7 no primeiro mapa, ficando próximos da vitória. Porém, após um clutch 1vs3 de Freddy "KRIMZ" Johansson, a Fnatic ganhou muita confiança para buscar a virada, incluindo cinco map points do adversário.

Na prorrogação, a Fnatic abusou da jogabilidade e foi para cima do adversário. Inclusive, foi nesta prorrogação que a equipe sueca utilizou quatro AWPs no início do round, eliminando Dan "apEX" Madesclaire. Essa jogada garantiu um grafite para a equipe na base terrorista da Dust2. Ao final, uma vitória por 19 a 15.

Após o comeback inacreditável do primeiro mapa, a Fnatic ganhou confiança. Por outro lado, a EnVyUs sentiu a derrota e aparentemente entrou mais desacreditada para a Cobblestone. O único momento do mapa em que lideraram o placar foi após vencerem o pistol e abrirem 3 a 0. Depois disso, a equipe sueca passou a dominar o mapa.

Em uma questão de tempo, conseguiram abrir a diferença necessária para fechar o mapa em 16 a 7 e a série em 2 a 0. Este foi o bicampeonato consecutivo e o tri da Fnatic em Major. A conquista rendeu a organização uma premiação de $100 mil.

Veja abaixo, a line-up campeã:

Robin "flusha" Rönnquist
Jesper "JW" Wecksell
Markus "pronax" Wallsten
Olof "olofmeister" Kajbjer
Freddy "KRIMZ" Johansson

Jonatan "Devilwalk" Lundberg (Coach)