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GuardiaN quer voltar a competir após sete meses no banco da NAVI

Eslovaco contou detalhes sobre o período afastado do Counter-Strike, relembrando momentos cruciais de sua vitoriosa carreira

por Lucas Benvegnú / 09 de Set de 2020 - 20:53 / Capa: Adela Sznajder/DreamHack
Ladislav "GuardiaN" Kovács está pronto para voltar a competir em Counter-Strike. A revelação foi feita pelo próprio jogador eslovaco em uma coluna especial assinada por ele no site Dexerto.com, publicada na manhã da última terça-feira (9).

Movido para o banco de reservas da Natus Vincere no fim de janeiro, o jogador, eleito o segundo melhor do mundo em 2015, deu lugar a Ilya "Perfecto" Zalutskiy, que se provou um acerto dentro da escalação russa, campeã da IEM Katowice 2020 semanas após sua chegada.

LUTA PSICOLÓGICA


"Eu tenho negócios inacabados no Counter-Strike. Depois de diversas performances individuais pífias desde o meu retorno à Natus Vincere, em setembro de 2019, eu percebi que teria de dar um passo atrás em relação a competir no alto nível", revela.

"Então, na reta final de janeiro, eu e meu time tomamos a decisão de me mover para o banco de reservas. Perfecto foi a escolha perfeita, e isso permitiu que o s1mple retornasse à função de AWPer primário - e todos sabem o que ele pode fazer com essa arma em suas mãos! Tem algum motivo para aquela jogada na ESL One Cologne 2016 estar eternizada em um grafite na Cache", crava.

Foto: HLTV.org Ressaltando a qualidade individual de s1mple, GuardiaN revelou não estar contente com suas últimas performances junto à NAVI | Foto: HLTV.org


"Desde então, eu tenho trabalhado o meu jogo individual sem parar. Pessoalmente, eu tenho tentado chegar à essa mesma forma individual que eu atingi durante minha primeira passagem pela NAVI. A maior parte foi uma batalha psicológica. Tive liberdade para crescer na FPL e trabalhar para me sentir confortável com a AWP em minhas mãos mais uma vez. Tem sido uma bênção ", analisa.

"Se eu tivesse de comparar como me sinto agora com a minha forma de tempos passados, eu diria que o Major de Boston ou de Katowice seria uma reflexão justa. Dito tudo isso, eu estou pronto", afirma.

PRONTO PARA UM NOVO CAPÍTULO


Apesar do período esquentando banco na Natus Vincere, GuardiaN teve a chance de mostrar alguma evolução quando foi convidado pelos suecos da Dignitas para completar a lendária line-up na ausência do astro norueguês Håkon "hallzerk" Fjærli durante a temporada inaugural da Flashpoint.

"Estou pronto para retornar a competir no mais alto nível de Counter-Strike. Talvez as pessoas digam que estou velho, mas creio que a idade é apenas um número no CS. Quando eu completei para a Dignitas na Flashpoint, tive alguns vislumbres do meu velho eu, senti isso. Mas como você deve imaginar, faltou consistência."

"Ao mesmo tempo em que acredito que eu poderia ter me juntado à uma line-up de primeira e ter lutado com unhas e dentes contra os melhores, eu acredito que o momento não era o mais ideal", admite o jogador de 29 anos.

Foto: Adela Sznajder/DreamHack GuardiaN confia que poderia ter continuado a competir em alto nível, sem parar | Foto: Adela Sznajder/DreamHack


GuardiaN analisou os últimos meses de CS:GO. A "era online" lhe trouxe mais vontade de voltar a competir, visto que, segundo ele, foi possível ver diversos jogadores de alto nível cometendo erros os quais não seriam cometidos pelo experiente AWPer: "Passados alguns meses, depois de assistir a 'era online' do Counter-Strike, vendo os erros sendo cometidos no alto nível."

"Erros que eu sei que não cometeria. Falando isso, eu não creio que vá voltar e ser o mais consistente dos jogadores de um time" "Mas com o time certo, eu sei que posso ocupar a lacuna de um AWPer de primeira linha, evoluindo para me tornar um dos melhores snipers do CS:GO mais uma vez."

Ainda conforme o experiente eslovaco, seus meses afastado das competições em time lhe deram a chance de aprender e evoluir muito na FACEIT Pro League, a popular FPL:

"Se meus meses jogando FPL me ensinaram algo, foi adaptar seu estilo para se tornar mais imprevisível, leia-se ser agressivo em um ângulo inesperado. Na minha opinião, jogar FPL é muito mais difícil do que jogar contra um time. Claro, na FPL, não há nada a perder, então os jogadores querem testar suas jogadas que geralmente não funcionariam contra times estruturados", confere.

"Como um AWPer, isso é muito difícil de se jogar contra. Especialmente com o meu estilo - muito baseado em antecipar o que meu oponente irá fazer para tentar me colocar em uma posição favorável que me permita causar o maior dano possível. Eu tenho jogado CS:GO todos os dias nos últimos meses"

GuardiaN acredita ter voltado ao seu nível de jogo dos áureos tempos de FaZe Clan | Foto: ELEAGUE


"Como eu disse, sinto que estou voltando ao rumo certo, comparando com meu auge na FaZe. Então, por hora, estou apenas esperando a oportunidade certa surgir para que esta me permita ser a peça que faltava no meu time", revela.

A MALDIÇÃO DOS MAJORS


Mesmo sendo um dos mais condecorados atletas do Counter-Strike, multi-campeão de torneios de grande prestígio e afins, ainda há um título faltando na galeria de GuardiaN: o Major. Em sua primeira oportunidade, na DreamHack Open Cluj-Napoca, junto da Natus Vincere, um certo Kenny "kennyS" Schrub atrapalhou o sonho:

"Vamos dar nome ao elefante no quarto... minha "maldição" dos Majors. Em Cluj-Napoca, nós simplesmente não estávamos prontos. A EnVyUs era nossa criptonita durante aquele torneio, e nós não éramos capazes de counterar o kennyS, especialmente na Cobblestone", relembra.

Já na segunda tentativa, a icônica Luminosity Gaming de Gabriel "FalleN" Toledo arruinou o sonho do eslovaco, que àquela altura, havia lesionado seu pulso, causando grande incômodo para jogar: "Em Columbus, senti que não pude fazer quase nada para ajudar meu time quando ele mais precisou."

"Cuidar da minha lesão significava jogar com uma sensibilidade no mouse que me fez jogar tudo pela janela. Enquanto nosso caminho até a decisão foi tranquilo, quando os brasileiros estavam em sua melhor forma, nós fomos colocados sob uma pressão que não estávamos acostumados", confessa.

Foto: HLTV.org A calejada NAVI de GuardiaN não foi capaz de lidar com os inexperientes brasileiros em Columbus | Foto: HLTV.org


Na mais recente chance até então, o time dos sonhos da FaZe Clan esbarrou na Cloud9 que conquistaria o primeiro Major para a América do Norte, em Boston, logo no início de 2018. Quando os norte-americanos derrubaram a poderosa SK Gaming no caminho até a decisão, GuardiaN sentiu que aquele era seu momento:

"Então, tivemos o infame Major de Boston. Na FaZe, eu redescobri meu jogo. Como um time, chegamos ao auge no tempo certo. Sentíamos que fazíamos tudo certo. Depois da Cloud9 derrubar FalleN e companhia na semifinal, eu finalmente senti que era a hora de ganhar o meu primeiro Major", aponta.

Mas o sonho se tornou um pesadelo. A margem de 15 a 11 no terceiro e decisivo mapa aberta pelos europeus escaparia por entre seus dedos à medida em que a FaZe Clan entrou em colapso nos momentos decisivos:

"Depois de trocarmos nossos mapas de escolha, a notória Inferno de duas prorrogações foi um mapa que preferi deixar como uma memória distante. No 15 a 11, achávamos que tínhamos tudo sob controle. Mas a C9 ganhou o momento, e nós encalhamos. O clutch 1v2 para forçar a segunda prorrogação foi um dos mais eufóricos momentos de minha carreira no Counter-Strike", recorda.


"Mas não foi suficiente. Novamente, nós falhamos no último obstáculo. Eu falhei. Pela terceira vez seguida, eu vi outro time levantar o troféu do Major. (...) É como se quiséssemos tanto vencer e tivéssemos sentido a pressão. E isso é exatamente o que não deveria ter acontecido naquela situação", lamenta.

Nada de terra arrasada. GuardiaN garante que ainda tem muita lenha para queimar: "Então, passando à frente, se eu puder encontrar um time que lute entre os melhores novamente, eu quero ter companheiros de time que são capazes de seguir o plano de jogo e garantir cada round possível."

"É mais fácil falar do que fazer, claro. Mas se aprendi algo desse meu breve tempo longe do CS, é que a diferença entre ser um campeão ou um vice-campeão de Major é extremamente tênue. Frequentemente, essa diferença pode ser algo corriqueiro como permanecer firme perante à adversidade", acredita.

"Eu não estou voltando para o CS:GO para ganhar dinheiro. É muito, muito além disso. Eu estou mais ansioso do que nunca, e sinto que com o time certo, eu posso finalmente buscar o ilusório troféu de Major e esse não será mais um caso daquele que deixei escapar", pontua.
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