O IEM Rio Major 2022 foi um sucesso em diversos aspectos, para alguns, o fato do Major não ter batido os números de audiência da edição em Antuérpia, fez com que o evento deixasse a desejar. Em entrevista ao ge, Alexandre "Gaules" Borba rebateu as críticas que fizeram sobre a arena 'parcialmente vazia' no Rio.
Na primeira vez na história dos Majors, um streamer teve uma Fan Fest no torneio. A festa a parte de Gaules e da Tribo chamou a atenção de milhares de brasileiros. O Major no Rio tinha sido anunciado oficialmente em 2019, mas com a pandemia da Covid-19, o campeonato foi adiado. Porém, quando a Valve anunciou o retorno do Major, o primeiro palco não foi o Brasil, mas sim a Suécia.
Segundo o criador de conteúdo, esse problema de planejamento também foi impactante para a realização do Major no Brasil, porque quando anunciado, os ingressos foram vendidos, e apenas depois houve a suspensão do torneio. Dessa maneira, milhares de fãs pediram reembolso ou perderam o ingresso porque havia outros planos.
"A gente teve 'N' problemas aqui no Rio de Janeiro, principalmente porque foi um evento vendido dois anos antes, então quantas pessoas compraram ingresso e perderam o ingresso, mudaram o planejamento? Teve a própria parte da estrutura. Não é que o público não tenha ido, é que daqueles assentos você não conseguia enxergar o telão principal, estava muito ruim para o telão principal e estava muito longe da televisão. Teve muitas coisas que foram falhas de execução, de planejamento, e não só culpa da ESL. Culpa de uma situação, a pandemia. Com isso daí eu fico não triste, mas eu fico impressionado com o quanto o pessoal se incomoda com o que está vendo de fora, e não com o que está vendo de dentro."
Na Jeunesse Arena, que recebeu os jogos dos playoffs, algumas cenas na transmissão oficial mostraram diversos lugares vazios, o que causou incerteza para alguns casters e torcedores estrangeiros sobre o "sucesso" do Major no Rio. Apesar de todas as dificuldades, Gaules afirmou que o evento foi um dos melhores para inúmeras pessoas.
"Eu perguntei para todas as pessoas para quem eu podia o que elas acharam do Major do Rio de Janeiro. Quem estava lá, todos responderam que foi a melhor experiência da vida deles. Eu me preocupo com quem foi. Não com quem ficou em casa fiscalizando assento."
O brasileiro também defendeu o público que preferiu ir para a Fan Fest do que assistir um jogo sem a presença dos brasileiros, já que muitos torcedores não tem conexão com outros times estrangeiros que não são citados nas lives.
"Foi um primeiro Major no Brasil. Existe, sim, esse ideal de fazer uma festa, e uma festa para todo mundo, mas é muito injusto você cobrar de um país que teve o seu primeiro Major que a gente faça um show para todo mundo. Não é assim que funciona."
Apesar de todos os problemas, o Major no Brasil foi sim um grande sucesso, e para o streamer, a realização do campeonato de maior prestígio do CS:GO em uma cidade que nunca tinha recebido esse tipo de torneio antes, mostrou a força e a paixão do brasileiro.
"A experiência vivida no Rio de Janeiro, naqueles primeiros dias de Challengers e Legends Stages, acendeu novamente uma chama de uma comunidade de Counter-Strike sempre presente. Mas o último grande evento tinha sido há muito tempo, em 2019, e mudaram muitas pessoas. Em 2019, eu olhava para o público e via que era um público 100% apaixonado por Counter-Strike. Hoje, no Major, eu vejo que é um público apaixonado por Counter-Strike, mas que veio também muita gente do período da reclusão da pandemia. Deu uma renovada muito grande. Eu vejo muita mulher, muita criança, muita família. Coisa que eu sentia muita falta quando ia em outros eventos."
Gaules pontuou que muitos jogadores nunca viram uma torcida tão grande quanto a do Brasil, mesmo em momentos que a arena não estava tão cheia. O streamer ainda citou uma boa parte dos fãs que vibravam para outros times que não tinham tanta aproximação com os brasileiros.
"Tenho certeza que muitos jogadores que estiveram no Rio de Janeiro tiveram a melhor experiência com a torcida de suas vidas. Torcida que, às vezes, nunca tinham visto torcer para eles em nenhum lugar do mundo, viram no Rio de Janeiro. Mais uma vez, é uma crítica que eu acho que é injusta, você ficar olhando e observando quem viu de fora, porque quem viu de dentro viu o que aconteceu."