G2000: Plopski – O rejuvenescimento sueco

Jovem estrela da NiP nasceu em maio de 2002

Foto: Arte/Draft5
Todo o cenário sueco de Counter-Strike tem o sonho de reviver os grandes momentos no início do Global Offensive no período de 2013 à 2015. Para voltar a sentir o prazer dos títulos as equipes já entenderam que precisarão passar por uma renovação. Nesse processo de jogadores jovens, a Ninjas in Pyjamas apostou em Nicolas "Plopski" Gonzalez Zamora. Talvez ao lado de Ludvig "Brollan" Brolin, da rival Fnatic, sejam as duas maiores promessas do país. GRANDES DESAFIOS DESDE CEDO Os primeiros registros de Plopski como pro player são de março de 2017, quando ainda tinha 14 anos. Participou de alguns pequenos classificatórios por mix na Suécia: kringelikrok, Nicosänglar, WeAreDragons, GaisLoverclub, Hehexd e Atleterna. Em menos de dois meses e recém completados 15 anos, recebeu sua primeira grande oportunidade. Foi contratado por empréstimo pela x6tence, da Espanha. Ele chamou atenção durante a Yoggi Yalla Cup 2017, ainda defendendo a Atleterna. Chegaram a final do torneio, mas o que realmente abriu os olhos do cenário internacional foi a vitória sobre a Red Reserve, favorita a conquistar o título, por dois mapas a zero. Por isso a organização espanhola apostou na contratação. O fato que ajudou foi o pai dele ser espanhol. A estreia dele aconteceu na ESL Masters España. Sua equipe começou muito bem, terminando a primeira fase sem nenhuma derrota. Porém, nas semifinais acabaram caindo para KPI, time que vivia melhor fase na época. Apesar da derrota, o sueco terminou o torneio com um rating de 1.04. E a boa média de rating acima de 1 se manteve em praticamente todo o ano. Foram 15 competições em 2017 e em apenas uma ficou abaixo. Pela organização espanhola foi um título, GAME Stadium 2017. Plopski fez um grande campeonato e atuações decisivos. Por exemplo na semifinal contra a Movistar Riders. No terceiro mapa do confronto, Cobblestone, foi o top frag da partida com 21 kills, garantindo a vitória do seu time. Ao final do torneio, terminou como o principal EVP da competição com rating de 1.19 e impact de 1.31. Neste período, como estava por empréstimo, Plopski atuou também outras equipes. Tanto que conquistou títulos por mix como TzatzikiKlubben e 14armar. Além de campeonatos com a Team Singularity. ENTRE SUÉCIA E ESPANHA 2018 foi um ano para Plopski se afirmar no cenário europeu. Primeiro foi comprado pela x6tence e movido para o time internacional da org, a x6tence White. Após disputar dois classificatórios para grandes torneios ele foi emprestado para Singularity por dois meses. A vontade de jogar com suecos e já ter defendido a organização no final de 2017 o ajudou na ida. Pelo time sueco ganhou bagagem, pois eles sempre estão em busca de participar grandes torneios. Com 16 anos ele fez uma ESEA Premier sensacional. Em duelos difíceis contra Virtus.pro, Fragsters, Team Spirit, entre outros. A Singularity terminou a competição em 13º, mas Plopski teve o melhor desempenho do time e um dos destaques da ESEA. O bom desempenho dele, o fez voltar para x6tence, mas em um novo projeto. Ficou cercado por jogadores suecos na x6tence Galaxy. Pela nova tag, surpreenderam muitos ficando com a vaga para a DreamHack Open Winter 2018. Passaram por Team LDLC, Fragsters e Syman Gaming. A DreamHack Winter aconteceu na Jönköping, então jogavam em casa. A motivação fez o time jogar demais. Plopski ao lado de Tim "nawwk " Jonasson simplesmente destruíram na competição, mesmo a x6tence caindo nas semifinais. Essa atuação ainda gerou uma certa confusão no cenário sueco. Isso tudo porque o capitão do seu time na época, André "BARBARR" Möller, em entrevista ao site HLTV.org afirmou que plopski seria melhor que Brollan. "Plopski, ao lado de Brollan, é provavelmente o maior talento na Suécia no momento. (...) Acho que Plopski é melhor que Brollan ao meu ver. Ele tem um enorme potencial. Ele está jogando assim online, mas não nos jogos maiores, porque ainda não estivemos nos jogos maiores", afirmou. Essa notícia não soou bem para o Jesper "JW" Wecksell que comentou em seu twitter:
Traduzindo: "Acho que Brollan é melhor do que toda a equipe deles junta".
A felicidade do jovem jogador após avançar às semifinais da DH (Foto:Adela Sznajder/DreamHack)
Ganhar de times como LDLC e compLexity Gaming deu moral para o time sueco e para Plopski que atuou bem em ambas as partidas. Ao final do torneio terminou com rating de 1.14 e ADR de 82.1.
2019 DE MUDANÇAS Plopski e o x6tence Galaxy vinham se superando em classificatórios e mostrando potencial. Porém, a x6tence decidiu encerrar o projeto em março, deixando todos sem casa. Assim, voltou a jogar por mix em alguns torneios pequenos na Suécia. As coisas começaram a mudar quando ele foi convidado para jogar na Team Ancient, equipe formada pela lenda Markus "pronax" Wallsten. A princípio a equipe não mostrava ter grandes objetivos, apenas uma reunir jovens jogadores com vontade de vencer. Além disso, plopski contou com seu ex-IGL BARBARR na equipe, assumindo a função de coach. Mas os resultados começaram a vir de uma maneira avassaladora. Primeiro venceram o classificatório local para a DreamHack Open Summer 2019. Pelo segundo ano consecutivo, Plopski estaria em Jönköping. A edição 2019 da DreamHack Summer não contava com fortes equipes como no ano anterior, o que facilitou a chegada a Ancient na decisão. Mesmo assim fizeram grandes jogos contra a CR4ZY e OpTic. O duelo contra a org sérvia, valia a classificação para os playoffs. HunTer até tentou desequilibrar a partida, mas Plopski chegou a um ADR de 87.6 e ajudou seu time a fechar a série em dois mapas a um. Na final contra os dinamarqueses, o jovem fez uma excelente partida, atingindo maior rating do duelo: 1.25. Mas a OpTic com niko, k0nfig e MSL foi mais experiente e ficou com o título.
A participação de plopski em torneios presenciais estava ficando cada vez mais comum (Foto: Adela Sznajder/DreamHack)
A maior conquista de Plopski com a Ancient veio pouco antes da DH. Depois de três tentativas frustradas, venceram o quarto open qualifier para o Minor do StarLadder Berlin Major. E para completar, passaram também pelo closed qualifer, garantindo vaga no Minor Europeu. FIM DE UM SONHO E INÍCIO DE OUTRO O sonho de Plopski de disputar seu primeiro campeonato em outro país e ficar próximo de um Major acabou poucos dias antes de começar o evento. Vinculado ainda a x6tence, acabou sendo contratado pela Ninjas in Pyjamas. Por um lado é uma grande realização jogar na lendária org, por outro não poderia disputar o Minor Europeu. Apesar disso, Plopski chegou para renovar a NiP e jogar com jogadores experientes como Patrik "f0rest" Lindberg e Christopher "GeT_RiGhT" Alesund ajudam a solidificar esse talento.
São poucos jogadores que fazem grandes jogos com 15 anos. Plopski é um deles. Durante seu período na x6tence Galaxy seu trabalho de entry fragger funcionava muito bem. Sua agilidade para conseguir informação nas aberturas do bomb e comunicar para seus companheiros impressiona. Na suécia a rotação de jogadores se mostra limitada nas duas principais equipes do cenário: NiP e fnatic. É incompreensível o motivo de jovens jogadores não terem oportunidade nessas equipes. Fazendo uma comparação de Plopski com Adam "friberg" Friberg que fazia a mesma função que ele no auge da Nip em 2014, os números batem de frente e em alguns quesitos são até superiores.
Comparativo entre plopski e friberg (HLTV.org)
Friberg era o entry fragger da NiP na época do título da ESL One Cologne Major 2014. Ele vence em quatro estatísticas, entre elas rating e impact que são as mais importantes (além do KAST, que não tem dados para comparar) para alguém que faz essa função. É fundamental para o sucesso de plopski que tenha um tempo para formar um teamplay, foi assim em todos os times que atuou. E o contrário o que tem acontecido na NiP nos últimos anos. Plopski, assim como a maioria dos outros dessa série ainda não muito novos e foram muito exigidos muito precocemente. Talento ele tem de sobra, agora é paciência para o transformar uma grande jogador.