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fer relembra tempos de Luminosity e passa carreira a limpo: "Não tenho nenhum arrependimento"

Jogador de 29 anos falou sobre o difícil início de carreira, o tempo de ouro junto da Luminosity e mais

por Lucas Benvegnú / 10 de Jun de 2021 - 10:21 / Capa: HLTV.org

Fernando "fer" Alvarenga foi, é e possivelmente sempre será lembrado como um dos mais icônicos jogadores do Counter-Strike brasileiro. Ídolo e vitorioso por onde passou, o atleta de 29 anos pode não ser unanimidade atualmente, mas é fato: seu currículo fala por si só.

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Em recente entrevista concedida ao canal no YouTube da RivalryCSGO, o outrora terceiro melhor jogador do mundo falou sobre diversos tópicos acerca de sua carreira: do difícil começo, à mudança para os Estados Unidos, chegando ao sucesso das grandes LANs e rivalidades que ficarão marcadas na história do CS:GO mundial.

"Eu percebi que amava o Counter-Strike quando eu instalei o jogo. Eu não tinha um computador, então eu ia para a lan jogar", introduziu. "Eu ia para a lan house jogar contra bots, passava horas, eles não tinham internet na lan naquela época, e eu não tinha PC em casa. Era incrível", conta.

Não é de hoje que um prodígio se cria nas disputas online e acaba por ser massacrado pelos mais céticos. Até mesmo fer, no começo de sua carreira, teve que lidar com isso: "Eu estava destruindo todo mundo no online. Todos estavam me chamando de cheater e essas coisas do tipo, então eu fiquei tipo 'eu tenho que ir para a lan'", relembra.

Perto de completar 30 anos, fer não esconde. Os tempos eram outros quando ele apareceu para o mundo do Counter-Strike profissional. As oportunidades eram escassas e o glamour do cenário não era nem de perto o que é hoje.

"Quando recebi a proposta de ir morar nos Estados Unidos, minha família, nós não éramos uma família rica, mas também não éramos pobres. Não tínhamos dinheiro para grandes luxos. Não vivíamos, sobrevivíamos", explica. "Eu pensava, se eu for para os EUA, e tem alguém me pagando, eu não tenho que gastar o dinheiro da minha família para viver", conta.

Luminosity permitiu fer a ajudar financeiramente sua família | Foto: HLTV.orgLuminosity permitiu fer a ajudar financeiramente sua família | Foto: HLTV.org

Àquela altura, não demorou para a Luminosity Gaming perceber o potencial de Gabriel "FalleN" Toledo e seu promissor esquadrão. Logo, a organização canadense virou lar de uma das mais vitoriosas escalações de Counter-Strike. fer, por sinal, não esconde a gratidão pela oportunidade:

"Fomos para fora e logo assinamos com a Luminosity. Começamos a receber em dólar. Eles me davam comida, uma casa, um PC para jogar e trabalhar, então eu podia ganhar aquele dinheiro e dar para a minha mãe. Ali eu percebi que podia ajudar minha família graças ao CS", recapitula.

É bem verdade que, naquele tempo, os salários não eram tão astronômicos e os palcos não tão badalados, mas nem por isso, a rivalidade ficava de lado: "A fnatic era o melhor time do mundo naquela época, e quando começamos a ter bom resultados, sempre tínhamos de enfrentar eles. Era difícil para nós", admite.

Um bom exemplo do que foi esta rivalidade foi dado no primeiro torneio da Luminosity com a line-up que viria a se tornar multi-campeã no futuro: "Quando tivemos o TACO e o fnx no nosso time, fomos para a Suécia, uma DreamHack vencemos alguns grandes times por lá e fomos para a final contra a fnatic."

fer foi um dos pilares para a hegemonia estabelecida por Luminosity e SK entre 2016 e 2017 | Foto: HLTV.orgfer foi um dos pilares para a hegemonia estabelecida por Luminosity e SK entre 2016 e 2017 | Foto: HLTV.org

"O primeiro mapa era Train, era o melhor mapa deles, e nós vencemos. Lembro de irmos ao banheiro no intervalo e ficar tipo 'meu, está 1 a 0 para nós, contra a fnatic, na final, na Suécia'. Não lembro se era eu ou o FalleN, mas nós olhávamos um pro outro e falávamos: 'O que você vê no espelho? É a por** dos campeões. Depois voltamos para o PC e perdemos para a fnatic", brinca.

Apesar dos percalços, o bicampeão de Major construiu um dos mais notáveis currículos do cenário de Counter-Strike, sendo peça-chave para colocar o Brasil no topo entre os anos de 2016 e 2017. Arrependimentos? Jamais. "Como eu sempre digo, não tenho nenhum arrependimento. Eu só me arrependo do que não faço. Se fiz algo, não me arrependo", finalizou.

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