Felps fala em medo de não ter Major no Brasil, mas que independente disso BOOM tem que garantir a vaga

Jogador conversou com a DRAFT5 sobre o sistema de classificação para o Major, CBCS e passagem pela BOOM

por Gabriel Melo / 21 de Mai de 2020 - 17:17
Atual líder do ranking sul-americano para o ESL One Rio Major 2020, a BOOM não está nada feliz com a possibilidade da região ter apenas mais um torneio valendo pontos classificatórios para o Major. Se isso acontecer, na opinião de João "felps" Vasconcellos, será "totalmente prejudicial" para a equipe.

"O primeiro campeonato que a gente ganhou não vai fazer muita diferença porque o próximo será o último e a quantidade de pontos que serão dados será maior. Tínhamos conquistado uma das duas vagas para o Minor e deram uma nova chance para todo mundo por conta de tudo o que aconteceu. Ganhamos agora (o RtR) e deram outra chance? Duvido que, se a gente não ficar na frente no outro campeonato, vamos ter outra chance. Era mais fácil ter feito um campeonato só", desabafa.

A Valve precisou "zerar" a classificação para o Major do Rio de Janeiro após transferir o campeonato de maio para novembro deste ano por conta do coronavírus. Se na época da mudança o Brasil ainda contava com poucos casos da doença, atualmente o país conta com quase 300 mil infectados e 18.859 mortos pelo vírus de acordo com o Ministério da Saúde. Situação esta que piora dia após dia e vem ligando o sinal de alerta de muitos, que passam a acreditar menos quanto a realização do torneio na Cidade Maravilhosa.

Felps revela que tem medo do Major não acontecer no Brasil, mas que"a gente não pode trabalhar com esse medo. Temos que garantir a nossa vaga e, independente se vai ter ou não (o torneio). Temos que ter a vaga garantida porque vai ser uma preocupação a menos".

CBCS

Mas felps e BOOM não estão no Brasil somente por conta dos torneios válidos pelo novo sistema de classificação para o Major. A equipe também é uma das participantes do CBCS, campeonato no qual conseguiu se classificar diretamente para as semifinais após terminar a Fase de Grupos liderando o Grupo A com quatro vitórias e uma derrota.

Sobre a campanha na fase inicial do torneio, felps aponta que a BOOM começou "desligada" em todas as partidas, o que fez com que o time tomasse "muitos rounds de vantagem". De acordo com o jogador, o time conseguia reverter o placar desfavorável mas quase sempre "no sufoco".

"Não foi diferente contra a Sharks. Entramos desligados no mapa que eles são bons. Foi o time mais díficil e não deu para dar o comeback porque o nível deles é maior do que o do restante dos participantes. Estamos bem no campeonato e quando tivermos a chance de pegarmos, novamente, Sharks ou qualquer outro time, não vamos mais entrar desligados", afirma

A única equipe capaz de vencer a BOOM na Fase de Grupos é a apontada por felps como a principal adversária dele e dos companheiros na briga pelo título do CBCS: "A derrota para Sharks foi algo normal. Eles são nosso principal adversário no torneio. Se quisermos ganhar o CBCS, precisamos ganhar deles".

Felps mostra que está gostando do que vem vivenciando no CBCS, dizendo que o nível do torneio está bom. "As equipes estão em um nível muito alto de competitividade, principalmente quando nos enfrentam. É bom para o Brasil, bom para o cenário e também é bom para nós porque isso mostra que não podemos entrar desligados", avalia.

NÃO É UM RECOMEÇO

Na BOOM felps reencontra o Counter-Strike que o colocou como um dos melhores jogadores do Brasil. E isso acontece poucos meses após o jogador viver um momento turbulento, com o fim da Luminosity Gaming e a rápida pasagem pela Team oNe acontecendo em sequência.

Categórico, felps diz que não classifica o bom momento junto à BOOM como "um recomeçou ou qualquer coisa do tipo".

"Estou tentando jogar CS, mostrar novamente meu potencial e a BOOM está me ajudando muito com isso. Não importa se era na LG, na T1 ou agora na BOOM, tudo o que estou fazendo e sempre o que eu vou fazer vai ser para minha vó".

Sobre o quase um mês que foi um Golden Boy, felps revela que saiu "porque eu não estava satisfeito coma algumas coisas" na organização e também porque "eu já estava conversando com o Apoka sobre a BOOM", na época que a equipe ainda estava atuando pela INTZ. "Não tenho nada contra o clube ou contra o Kakavel, que é um ótimo cara. Mas eu não estava muito satisfeito. Então, a BOOM foi uma oportunidade que preferi agarrar", finaliza.
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