FalleN fala sobre os motivos que elevam os custos de produtos gamers no Brasil: "Precisamos de uma reforma nos impostos"

Jogador da FURIA e empresário do ramo de periférico e uniformes falou das dificuldades enfrentadas para aplicar preços baixos para o consumidor

por / 06 de Nov de 2024 - 18:00 / Capa: Foto: Enos Ku/ESL

Além de ser um dos maiores jogadores da história do Counter-Strike do Brasil, Gabriel "FalleN" Toledo também é conhecido no cenário gamer por trabalhar com a venda de periféricos e produção de uniformes de equipes de Esportes Eletrônicos.

Com uma extensa lista de periféricos, incluindo headsets, mouses e teclados, bem como uma linha de uniformes de equipes do cenário profissional de Esports, a FalleN Store é uma das referências nacionais quando o assunto é produtos para o gamer casual ou profissional.

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Durante sua live na última terça-feira (5), o verdadeiro comentou com a audiência sobre as diferenças dos valores de impostos aplicados no exterior e no Brasil. Ao falar sobre o custo do monitor que estava utilizando, ele entrou no debate das dificuldades que o brasileiro tem para adquirir bons periféricos, sem ter que pagar muito caro.

"O Brasil precisa de uma reforma de imposto braba. Nos outros lugares que eu conheço, os impostos são fixos. Comprou uma coisa, 7% de imposto vai para o lugar que você está. No Brasil, temos um esquema que quem toma a ruim são os brasileiros mesmos. Eu entendo pouco, mas é a sensação que eu tenho", ressaltou.

Utilizando de exemplo o trabalho feito na sua empresa, FalleN explicou os custos e as dificuldades de conseguir colocar um custo justo, sem ter prejuízo.

"A gente gasta mais em impostos do que tem de lucro quando vendemos um mouse. Quanto mais caro é o produto, mais alto é o imposto. Principalmente no imposto de venda. Tem o imposto de importação e depois o da venda. E o problema do imposto de venda é que ele é conforme o valor do produto. Se eu vendo um produto por 400 reais, eu tenho que pagar 18% de ICMS", detalhou.

Trazendo para a realidade do monitor que ele comprou em Malta por € 900,00 (cerca de R$ 5 mil), que segundo o próprio jogador já foi acima da média, visto que na Alemanha, por exemplo, o mesmo tem preço médio de € 700 (cerca de R$ 4,3 mil), FalleN explicou que esse produto chegaria no Brasil por um valor muito maior.

"Imagina esse produto passando pela taxa de nacionalização do produto. Quando você faz uma importação da China, você já tem que pagar 80% na alfândega por estar trazendo de fora. Acrescenta então 80% no custo de fábrica, porque você está trazendo no Brasil. Se ele custa 300 euros já vai para 540 euros. Aí o cara vai colocar mais dois lucros (produção e loja) em cima, depois mais 18% de imposto (ICMS) que tem que pagar depois da venda. O valor final é muito alto. É um p### imposto para trazer e um p### imposto para vender", explicou.

Para concluir, FalleN também falou das dificuldades que as empresas do ramo de tecidos e produção de matéria-prima para confecção de uniformes passam. Por conta dos altos custos dos impostos, muitas vezes é mais fácil importar de fora do que manter a empresa por aqui. O que impacta na economia brasileira e, principalmente, nos empregos.

"Mas é um assunto bem complexo, porque é como o governo do Brasil arrecada dinheiro há bastante tempo. Existem certas áreas onde as empresas brasileiras precisam de proteção. Por exemplo, a têxtil, que a gente também atua. Se você não tarifa, em uma área como a têxtil, teria um efeito muito complicado na economia porque tem muitos empregos sendo gerados. Fica um negócio complicado, porque o chinês está fazendo tão barato, que eles conseguem trazer da China e revender aqui. Isso vai ter um impacto forte nas empresas do Brasil", finalizou.

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