FalleN fala em "balanço bom", mas reconhece "gostinho ruim" após semi da IEM Rio

Professor falou em exclusiva à DRAFT5 no último dia da IEM Rio 2024

Foto: Lucas Benvegnú/DRAFT5

No último dia da IEM Rio 2024, a DRAFT5 teve a oportunidade de conversar com Gabriel "FalleN" Toledo. Em entrevista exclusiva, o capitão da FURIA fez um balanço da competição para a equipe brasileira e explicou o apagão sofrido diante da MOUZ nas semifinais.

Confira abaixo a entrevista em vídeo:

SALDO POSITIVO

"Foi um campeonato muito bom pra gente, terminamos top 4. Os três primeiros jogos foram incríveis, conseguimos jogar bem contra algumas das melhores equipes do mundo, mas infelizmente, na semifinal, não conseguimos jogar do jeito que queríamos, jogamos bem abaixo do esperado."

"Alguns rounds-chave que acabamos entregando, como o anti-forçado, o segundo armado ali que dava uma história de jogo boa pra gente, foram para o lado deles e eles estavam implacáveis, estavam jogando super bem. Enfrentamos um time muito bom e não conseguimos fazer o nosso melhor."

"Fica um gostinho ruim pela semifinal ter sido chata, acabamos perdendo muito feio diante da torcida, mas no geral um balanço bom do campeonato, o time mostrou melhoras boas. Estamos indo degrau a degrau, então o saldo é positivo."

TEM DIA QUE É NOITE

Perguntado sobre o que não correu bem diante da MOUZ, FalleN reconheceu que a FURIA sofreu um pouco com o nervosismo e, por consequência, não conseguiu manter uma comunicação fluída e tomar as melhores decisões individuais.

"Na minha opinião, existe a análise do que aconteceu em termos de resultado, você assistir os rounds e entender quais são os rounds importantes, forçados, e existe uma análise mais interna de entender quais são os processos ali dentro do time que não estavam acontecendo tão bem."

"Eu diria que, em termos de resultado, o jogo da NAVI onde vencemos a Nuke, nós vencemos os dois forçados. Aí você vai falar: 'a FURIA joga muito, tá jogando super bem', porque aí a história está do nosso lado, conseguimos converter esses pontos. Já no jogo da MOUZ, perdemos esses forçados, então precisávamos de um jogo um pouco melhor para voltarmos à partida. Fizemos um bom primeiro armado, mas deixamos escapar na sequência já um 4v2 que era muito importante pra gente."

"Juntar um jogo difícil com o fato de estarmos pela primeira vez num palco juntos, um pouco nervosos, família, torcida, a gente querendo representar, isso acabou trazendo alguns outros problemas na outra esfera. A comunicação tem que estar bem fluída, não estava tão boa nesse dia. Não fizemos decisões tão boas individualmente como precisamos fazer."

FalleN analisou os problemas que levaram à FURIA a ser derrotada pela MOUZ | Foto: Lucas Benvegnú/DRAFT5

"São muitos elementos: alguns deles tem um pouco a ver com o jogo, rounds que podem ou não acontecer, alguns deles são coisas que vamos levar de experiência para no próximo fazermos melhor. Tem que conseguir manter melhor os nervos, conseguir manter melhor o raciocínio em momentos difíceis como esse. Não fomos tão bem nisso nessa série."

PRÓXIMO PASSO

Questionado acerca do que a FURIA precisa para manter a evolução que vem apresentando e se tornar uma presença regular na etapa decisiva dos principais campeonatos do planeta, FalleN falou sobre os percalços do processo:

"Estamos chegando nos playoffs com certa constância agora. Esse é o primeiro passo, termos esses jogos mesmo, com essas equipes grandes, poder sentir o time, poder melhorar, poder apontar outros defeitos e corrigir mais coisas. Acho que é realmente tentar manter essa constância. Precisamos tentar jogar como jogamos na fase de grupos, com bastante calma, com muita comunicação, todos afiados, com uma ideia de jogo bem feita. Temos que replicar mais isso. Conseguimos fazer isso já uma vez. É como você falou: passo a passo."

"Alguns torneios atrás não estávamos conseguindo bater de frente com esses caras. Estávamos até passando um pouco longe no primeiro momento, depois quase vencemos a Spirit não muito tempo atrás, ficou ali um gostinho de que foi perto. Agora a gente venceu três times categoricamente, muito bem. Precisamos dar sequência a esse trabalho."

"Não é um trabalho retilíneo. Você não começa aqui e chega lá, você vai ter vários tropeços, vários degraus. Cada hora vai aparecendo uma coisa nova. Agora temos o desafio de como vamos nos comportar na nossa próxima vez no palco. Vamos ter algumas mudanças, algo diferente, para podermos ter um resultado melhor."

Sem compromissos marcados para o restante do mês de outubro, a FURIA logo dará início à preparação para o RMR das Américas que serve como porta de acesso ao Major de Xangai, o qual será disputado entre os dias 12 e 15 de novembro.