"Eu estava no processo de tentar suicídio, cheguei a subir no parapeito", relembra Gaules

Fenômeno da Twitch conversou com Danilo Gentili em programa exibido na madrugada do último sábado (14)

por / 15 de ago de 2021 - 12:12 / Capa: Lourival Ribeiro/SBT

Alexandre "Gaules" Borba é um fenômeno que cada vez mais atravessa as barreiras do mundo do Counter-Strike. O popular streamer da Twitch, não por acaso, foi o convidado mais do que especial de Danilo Gentili para o The Noite, talk show exibido pelo SBT nas madrugadas.

Ao longo da conversa irreverente com o humorista, Gaules falou sobre sua trajetória no mercado dos games, seu crescimento como streamer e muito mais. A conversa se iniciou com o profissional de 37 anos falando sobre o boom que a pandemia trouxe para as streams:

"Antes da pandemia, dificilmente uma live passava de 100 mil espectadores. Quando eu quebrei o recorde foram 150 mil pessoas, já durante a pandemia. E aí foi aumentando", contou.

Sua história, entretanto, vai muito além do fenômeno no qual se transformou sob o banner da Twitch. Gaules também relembrou os tempos difíceis que enfrentou antes de se transformar em uma verdadeira inspiração que arrasta milhares de fãs por onde passa.

"Eu comecei a fazer live como forma de terapia. Fui diagnosticado com depressão severa. Eu estava no processo de tentar suicídio, cheguei a subir no parapeito, olhei para baixo... Você convive com esse pensamento durante meses, até anos. Chegou em um momento que eu estava decidido", admitiu Gaules.

Relembrando o soar do interfone que interrompeu aquele que seria um fatídico episódio no mundo dos esports, Gaules destacou o processo de superar tal sentimento: "(Superei) quando eu tive a certeza de que existe algo superior, como o interfone, uma intervenção divina...", apontou.

Gaules relembrou sua trajetória de superação em conversa com Danilo Gentili | Foto: Lourival Ribeiro/SBT

Nos primórdios do Counter-Strike, Gaules fora também um dos melhores jogadores do Brasil. E foi representando equipes como g3nerationX e mibr que o veterano viajou o mundo competindo. Um dos episódios mais marcantes, ao menos para ele, foi a viagem para a WCG 2001, sediada na Coréia do Sul.

"Em 2001, tive a oportunidade de ver o futuro", brincou. "Fomos recebidos no aeroporto, levaram-nos no hotel, não era nem uma grande cidade. Tínhamos um moletom e todos na cidade estavam orientados para termos prioridade em transporte público, para quem falasse inglês nos ajudasse", lembrou.

"Isso aí hoje, no Brasil, já seria notícia, algo surreal. Lá na Coreia, o futuro já é muito grande. Íamos no shopping e o cara da lojinha de roupas estava com uma televisão assistindo o campeonato. Ali eu falei: 'isso aqui vai ser grande'", explicou.