"Estou orgulhosa da minha força de vontade para me superar cada vez mais", diz napeR após conquista do vice na GC Masters Feminina II

Jogadora analisou a derrota sofrida para a FURIA na decisão e falou sobre mudança na carreira no período de um mês

por Gabriel Melo / 15 de Dez de 2020 - 14:00 / Capa: Rafael Veiga/DRAFT5
Algoz da FURIA no primeiro dia de disputa da Gamers Club Masters Feminina II, a 9z Team não conseguiu repetir o feito nesse domingo (13) e acabou ficando com o vice-campeonato da competição. Na opinião de Camila "napeR" Naper, jogar um mapa que a equipe sequer treinou e falta de calma na Inferno fizeram a diferença, de forma negativa, no confronto valendo o título.

"Na inferno faltou um pouco de calma no começo porque a gente chegou impondo bem o jogo. Se tívessemos ganhado o pistol de CT, talvez a história tivesse sido outra. Mas eu estou muito orgulhosa do meu time, que se portou como gigante mesmo tomando de 16 a 4 no primeiro mapa. Não abaixamos a cabeça e estávamos acreditando até o último minuto", afirmou a jogadora em entrevista coletiva após a decisão.

De acordo com a veterana, a 9z se viu em uma sinuca de bico no veto dos mapas:"Não tínhamos escolha. Ou era vertigo ou era Train, dois mapas que não treinamos e Train é o first veto da 9z desde sempre. Então, não tinha muita saída e, com certeza, isso implica em dar mais confiança para elas já que vieram da lower ganhando da Severe com um placar elástico e aí começa o primeiro mapa da final ganhando de um placar elástico no mapa que é de escolha delas. É óbvio que dá uma confiança a mais. Só que em momento algum a gente se desesperou. Estávamos bem tranquilas e tínhamos confiança nessa Inferno. Escapou por pouco das nossas mãos, mas acontece".

napeR falou ainda que a 9z "sabia que poderia rolar Vertigo porque, querendo ou não, os times se estudam e sabemos os mapas que elas estavam pickando e vetando. Sabíamos que tinha possibilidade de jogar Train porque jogaram contra a Severe, inclusive ganhando de um placar elástico. Não treinamos Vertigo e tínhamos noção de que o primeiro mapa poderia ser o placar que foi. Mas entramos confiantes, com a mentalidade que o mapa era delas, de que a pressão estava em cima delas e, querendo ou não, o favoritismo também. Então, estávamos ali só para não fazer feio na Vertigo, mas claro que tentando ganhar".

Questionada sobre porque a 9z não optou por pickar Mirage, napeR explicou que "foi um mapa que treinamos muito pouco. Tanto para enfrentar a Black Dragons, quanto para jogar contra a FURIA a gente treinou duas vezes só na Mirage e tivemos mais esses dois jogos. A Mirage não é um mapa que consideramos pick, mas é um mapa que sabemos jogar. Então, deixamos aberto. Se fosse para a Mirage, a gente conhece o jogo delas e, se tivéssemos ganho a Inferno, o placar teria sido diferente".

A veterana disse ainda não acreditar que a FURIA mudou a forma de jogar de um dia para outro tendo em vista que não viu nada de diferente, "nada que me surpreendesse muito. O que faltou mesmo foi a gente entrar mais cedo no jogo, eu principalmente. Meu rendimento foi muito baixo (hoje) e eu sei disso. Elas souberam punir os nossos erros e punir meu jogo. Então, foi totalmente mérito delas".

Analisando o cenário feminino como um todo, napeR comentou se acredita que o gap entre as outras equipes e a FURIA diminuiu: "Acho que, enquanto, elas estão ganhando torneios, continuando sendo o time a ser batido. Não acho que exista um time invencível. Provamos que temos muita força e estamos trabalhando muito para superar elas, tanto que ontem demos um comeback e mostramos para o que viemos. Acredito que ainda são, sim, o time a ser batido, mas que a coroa vai cair em breve".

MUDANÇA NA CARREIRA

A jogadora se tornou vice-campeã da principal competição do cenário feminino brasileiro um mês após realizar uma drástica mudança na carreira, que foi deixar a Soberano e passar a defender o time da 9z. "É um negócio muito doido", classificou napeR.

"Foi muito difícil, para mim, a decisão de sair da Soberano e eu só sai porque eu precisava de um recomeço, precisava de um novo desafio. Vir para a 9z era um desafio absurdo tanto em relação linguagem, quanto estilo de jogo. Foi um salto muito grande para a minha a carreira porque, em um mês, tive que me renovar, fazer posições e funções diferentes. Estou gostando muito disso e não posso dizer que estou triste porque estou orgulhosa da minha força de vontade para me superar mais uma vez", completou.

Quanto entrar na 9z para substituir outro grande nome do cenário nacional, Camila "cAmyy" Natale, napeR afirmou que "é uma honra" já que "sempre assisti os jogos da cAmmy quando eu comecei a jogar CS. Ela sempre foi uma inspiração para mim. Tudo bem que a galera sempre fez uma comparação entre nós, mas nunca tivemos essa rivalidade. Sempre admirei muito ela e tenho certeza que isso é recíproco. Quando surgiu a oportunidade de jogar pela 9z, conversamos e ela me desejou boa sorte. Não ficou nada nas entrelinhas. Então, é uma honra, sem dúvidas".
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