Durante a vida, diversas ocasiões são comemoradas. As vezes um aniversário, uma viagem, um casamento ou a chegada de um novo integrante na família. No último dia 19, uma ocasião foi comemorada. Esta, em específico, foi o primeiro ano de Lucas ''
steel'' Lopes na
Movistar Riders, sendo mais um dos brasileiros a representar o nosso país na Europa. steelega, como grande parte dos brasileiros, começou em solo nacional. Nascido em Birigui, São Paulo, ganhou destaque enquanto atuava no Brasil e foi para os Estados Unidos ao lado de figuras como Gabriel ''
FalleN'' Toledo e Fernando ''
fer'' Alvarenga. Após defender organizações como
Luminosity, Immortals e
Liquid, nos EUA, o brasileiro foi à Espanha atuar pela
Movistar Riders. E aqui contaremos um pouco desse primeiro ano.
A INESPERADA CHEGADA EM UMA ÁREA DESCONHECIDA
Anunciado como jogador do clube espanhol no dia 19 de outubro de 2019, a contratação de steelega, ou melhor, steelenda, foi inesperada. Lucas estava sem defender grandes clubes desde setembro daquele ano, quando deixou a Luminosity. Diversos rumores apontavam uma possível volta do brasileiro à sua terra natal, para competir em solo nacional ou uma nova equipe nos Estados Unidos. Mas nada disso aconteceu. O experiente capitão foi jogar na Espanha ao lado de Christian "
loWel" Garcia Antoran, ícone hispânico no Counter Strike. O jogador, então, assumiria a função de capitão, comandando quatro estrangeiros e sendo o único brasileiro na composição. No fundo, apesar do ânimo inicial de ver um brasuca representando o nosso país em outro continente, o medo também assombrava os amantes do Counter Strike. Como seria possível steel, que só defendeu equipes brasileiras e norte-americanas se adaptar à um elenco completamente espanhol?
A trajetória de steelega no Counter-Strike. Arte/DRAFT5 INÍCIO PROMISSOR NO FIM DA TEMPORADA
Por estar inativo, o nível que steel apresentaria era desconhecido. Entretanto, a
ESEA S32 foi a primeira prova de fogo do brasileiro em terras ibéricas. Tendo seu término no dia 11 de novembro, a Movistar falharia em chegar nas finais, mas o saldo para uma nova equipe tinha sido positivo. E por estar sem ritmo de jogo, steel também não desempenhou bem, terminando com apenas 1.00 de rating em 18 mapas jogados. A
OMEN Atlantic Challenge começaria menos de quinze dias depois, sendo o primeiro certame em LAN do jogador. Por lá, uma terceira colocação assegurada após perder para a forte
Heretics na final lower. steel, por sua vez, conquistaria 1.22 de rating e seria o segundo melhor jogador da competição. O brasileiro havia acordado. Fechando o ano de 2019, ou seja, os dois primeiros meses do brasileiro na Europa, a Movistar figurou disputas presenciais como
DH Open Sevilla e
Champions Cup Finals, terminando ambas as participações sem avançar de fase de grupos, falhando nesse quesito. Todavia, steel foi o destaque positivo nos dois torneios, destoando de sua equipe. A última aparição da equipe seria no classificatório regional da
WESG, onde no último suspiro, venceriam a
BIG por dois mapas a zero e carimbariam a vaga no grande evento - que posteriormente seria cancelado por conta do Covid-19.
As primeiras campanhas do brasileiro ao lado dos hispânicos. Arte/DRAFT5 VIRADA DO ANO E PRIMEIRO SEMESTRE DESASTROSO
Depois de um começo promissor, mesmo com algumas baixas - o que é natural devido ao pouco tempo de time -, a péssima fase chegaria para os espanhóis. Os dois primeiros compromissos foram desastrosos, vide eliminação sem vitórias nos playoffs da
ESEA S33 e recorde 0-2 na primeira edição do
HomeSweetHome, com steel rendendo o abaixo do esperado e terminado com 0.55 de rating. Já nos torneios seguintes, sendo eles a
Cyber.Bet Cup e a segunda edição da HSH, mais falhas e rendimento abaixo de esperado pelo lado do capitão brasileiro. Apesar de conquistar o vice na Cyber, a expectativa era da conquista do campeonato. Já na HSH, últimas colocações e steel com apenas 0.66 de rating.
A má fase da Movistar Riders no primeiro semestre de 2020. Arte/DRAFT5 Piorando o início, a campanha da Movistar na
BLAST Rising foi ruim. Liderado por um steel inspirado no início, os espanhóis chegaram a ficar 3-0 na fase de grupos. Contudo, com alguns problemas internos e um rendimento abaixo do esperado, terminaram 4-2, ficando de fora dos playoffs. O brasuca mais uma vez terminou o certame com rating abaixo de 1.00. Outro ponto também foram os rumores de uma possível mudança no elenco da Movistar, fator que assombraria os espanhóis e aconteceria meses depois. Porém, ainda com o mesmo elenco, mais falhas vieram: No
Road to Rio EU, torneio que distribuí pontos RMR, décima primeira colocação assegurada.
RTP Arena Cup, clássico na península ibérica, vice-campeonato após ser atropelada pela
sAw.
MUDANÇAS E INTERNACIONALIZAÇÃO DA LINE-UP
Sendo oficializado no dia 27 de julho de 2020, Rajohn "
EasTor" Gregory foi movido ao banco de reservas. Pouco menos de dez dias depois, Christian "
loWel" Garcia Antora também seria. Com isso, Sebastian "
larsen" Larsen e Kristjan "
shokz" Jakobson ocupariam seu lugares. Um dinamarquês e um estoniano se juntariam com dois espanhóis e um brasileiro. E haja tempo para a adaptação linguística.
Mudanças na Movistar Riders desde a chegada de steel. Arte/DRAFT5 Dado tudo isso, a primeira grande presença da dupla europeia foi na
Eden Arena Malta Vibes, onde fracassaram após cair nas quartas para a
Galaxy Racer. steel, que agora passaria calls em inglês, terminara a competição mais uma vez abaixo do esperado. Os dois compromissos seguintes seriam o classificatório da
FunSpark ULTI 2020, que premiaria duas equipes com vagas no torneio presencial e o relegation da
ESEA Season 34, fase do campeonato que poderia garantir a volta dos espanhóis à ''segunda divisão'' europeia. E, como esperado, mais duas campanhas fracas. No primeiro, eliminação ainda na fase de grupos. Já na repescagem, queda para a desfalcada
Secret e permanência na Advanced, lugar onde sem dúvidas, não é para uma equipe do calibre da Movistar. O saldo final desde a chegada de steel é realmente duvidoso. Fora todos os torneios citados, diversas outras falhas estão presentes no currículo do jogador. A Movistar Riders não participou de eventos como a
IEM Katowice,
DH Anaheim,
FLASHPOINT,
IEM New York e vários outros. E tudo isso por não passar sequer do classificatório - e as vezes até sendo o aberto. Entretanto, ao mesmo tempo, é fato que o brasileiro faz de tudo para representar seu país na Europa. Agora, nos resta torcer para que a evolução com a nova line-up possa acontecer.