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Em entrevista, FalleN revela detalhes sobre psicólogo e escolha de YNk como coach

Com exclusividade para a DRAFT5, Fallen fala sobre os torneios locais, a adaptação dos novos integrantes da MIBR, e a equipe multiprofissional por trás de seu time

por Lucas Spricigo / 04 de Ago de 2018 - 20:19 / Capa:
Durante a GC Masters Paraná, que aconteceu em Curitiba, tivemos a ilustre presença do lendário Gabriel "Fallen" Toledo, que falou um pouco sobre o evento e sobre a MIBR de maneira geral. Confira:

Em relação a GC Masters, você enxerga esse modelo de competição como ideal para a consolidação do CS no Brasil?

Sem dúvidas! Acho que qualquer campeonato movimenta as comunidades que estão em torno desse local, então pode ver que aqui em Curitiba o pessoal da cidade tem se organizado para jogar, o pessoal de Santa Catarina, todos os estados aqui estão tendo um ou outro presencial pra jogar, o que é muito bacana.

Eu lembro em 2012, quando a gente tava tentando movimentar o CS aqui no brasil fizemos três ou quatro eventos sequenciais em São Paulo que mudaram a cara do CS no país. Então os eventos ajudam sim e é uma pegada no estilo WCG, que é um campeonato que foi tao importante pra gente no CS 1.6, CS 1.5, então é uma competição muito legal, uma iniciativa muito boa da GC.

Você consegue dar um destaque para alguma equipe que viu jogando, algum jogador, ou até a ascensão de algum jogador que veio do passado, teve uma baixa e que agora está voltando agora ao cenário?

As únicas duas que eu presto mais a atenção do cenário local são as que estão jogando lá fora. O pessoal da Team One tem me impressionado bastante, o Maluk3 que jogava o CS 1.6 comigo e está jogando muito bem o CS:GO. Tem também uma molecada nova, por exemplo o Alencar "trk" Rossato que surgiu do nada e está jogando super bem. Agora do pessoal da GC Masters eu vou esperar pra chegar na etapa final para realmente acompanhar de perto e ver os jogos. Fase classificatória é praticamente impossível acompanhar todos os jogos, eu estou olhando só por cima e acompanhando de longe.

Sobre a MIBR, como você enxerga a adaptação do Stewie e do Tarik na questão de gameplay e comunicação?

Está sendo muito legal jogar com os caras, os dois são muito dedicados, e com Tarik a gente teve só um campeonato mas é um cara que conversa bastante sobre o jogo, e me dei bem com ele fora do jogo, então está sendo muito legal. O Stewie é um super jogador, tem alguns problemas, as vezes ele quer ganhar demais, fica um pouco nervoso na hora dos jogos, mas é porque realmente ele é um cara apaixonado pelo que faz e que se entrega 100% ao jogo e quer mesmo vencer.

Sobre a comunicação, ela já está bem lisa e não vejo mais isso como um grande problema. Aprender inglês tem sido uma tarefa minha, do Cold e do Fer, mas no geral tem sido uma experiência ótima e espero que em breve a gente possa mudar essa história e começar a ganhar taças com esses caras, porque eles são bons e merecem pra caramba, o time tem potencial pra isso.

Ainda sobre a MIBR, recentemente o Twistzz da Liquid fez um comentário que esses jogadores vêm se apresentando de uma forma muito presa, estruturada demais e sem aquela liberdade que eles tinham na época da Cloud9. Você concorda com essa afirmação ou atribui declaração ao pouco tempo que vocês estão juntos?

De certa maneira ele está certo. Sempre que você entra em um novo time você tenta se adaptar da maneira que a galera quer que você jogue, você tem que se adequar. A gente ao mesmo tempo tenta ver o que o cara gosta de fazer, o que ele é bom ou não, e é uma fase de adaptação de todos, então de fato a liberdade que eles tinham nos outros times é um pouco diferente da que eles têm no nosso.

Se isso é bom ou ruim só o tempo vai dizer, a gente ainda está tentando "acertar a casa" e vamos testando algumas coisas, ver se da certo ou não e ir trocando, o que eu posso dizer é que dentro do time eles têm liberdade pra fazerem o que desejarem, a partir do momento em que estamos treinando eles tem liberdade pra serem os jogadores que quiserem. É uma questão do que o grupo precisa, e do que na hora a gente acha que é o mais certo.

O time teve algumas trocas, a mais recente foi a dição do YNk como coach. Vocês trabalharam com outros nomes, talvez até do cenário brasileiro, ou ele foi sempre a primeira opção?

No cenário brasileiro está difícil, porque a gente precisa de uma pessoa que fale bem inglês, então as opções do cenário local seriam o Zews e o Peacemaker. O Zews está na Liquid então não foi uma opção; o Peacemaker chegou a ser cogitado por nós, mas o grupo acabou preferindo por não acertar com ele nesse momento, apesar de ser um grande cara, eu gosto muito dele, ele entende muito de CS; o YNk é um cara que a gente sabe que entende bastante pelas análises que ele faz em todos os campeonatos, e é alguém que quando a gente escuta falando sobre CS a gente se identifica, então o YNk foi um dos principais nomes que a gente aceitou e que deu certo, os outros foram só especulações e não teve nada muito concreto.

Vocês vão fazer um bootcamp em Madrid. O  que você acha que deve ser priorizado nesse período com o YNk? O que precisa melhorar na questão da adaptação ou em relação a estrutura da equipe?

O time precisa render mais individualmente e também em termos de grupo, então acho que o YNk veio pra tentar dar uma outra cara pra equipe, talvez coisas que a gente não esteja enxergando ele possa ver de outra maneira, então acho que vai ser a primeira experiência com o YNk. Não da pra dizer que vai ser 100% ou que vai ser 0%, a gente vai ter que esperar pra ver acontecer, mas estamos animados e bastante confiantes nesse trabalho dele, a gente vai dar o máximo para ganharmos o mais rápido possível.

Ainda sobre essa questão de estrutura, temos muitos exemplos no Brasil e no mundo que a tendência das organizações é ter uma grande staff composta por fisioterapeutas, psicólogos, analistas, entre outros. Isso está na realidade da MIBR?

No passado, com nossos outros times jogando lá fora, a gente nunca teve tanto apoio assim e nunca precisou de tantas coisas porque o grupo vai mudando. Naquela época a gente realmente se entendia muito bem, sem precisar de ajuda externa, mas conforme o esporte vai se profissionalizando as equipes vão aumentando seu nível, e esse tipo de ajuda realmente faz a diferença para o jogador no dia a dia e também na sua performance.

Então nós já estamos contando com um psicólogo, na verdade não é um psicólogo propriamente dito, mas sim um treinador, que é o “Doug”, e já está nos acompanhando há dois torneios. Ele vem conversando com a gente sobre toda essa parte fora do jogo, uma espécie de psicólogo da equipe. Tem agora o YNk que é o coach, o Dead que é nosso manager, então estamos bastante preparados. É natural que as coisas vão evoluindo e que essas funções vão tomando maior importância para que a gente tenha cada vez mais performance. O CS está cada vez mais competitivo e isso também faz parte disso.

Com colaboração de Gustavo Cruz.

Foto: Lucas Spricigo/Draft5
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