Como chega a FURIA no Major de Budapeste

Embalados por três títulos em sequência, furiosos chegam à Hungria como favoritos

por / 22 de nov de 2025 - 18:30 / Capa: Jonathon Yau/BLAST Premier

Talvez nem mesmo o mais otimista torcedor brasileiro pudesse imaginar no começo do ano que a FURIA chegaria ao StarLadder Budapest Major 2025 como uma das grandes - quiçá a maior - postulantes ao título na Hungria.

Olhando o contexto, é fácil entender tamanha pompa: são cinco títulos em dois meses, incluindo três de forma consecutiva. Dentre as principais rivais na corrida pelo troféu mais cobiçada da modalidade, algumas já viraram freguesas.

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DE AUSTIN A BUDAPESTE

O BLAST.tv Austin Major 2025 certamente deixou um gostinho de quero mais para a FURIA, que deixou escapar a vaga nas semifinais ao ser superada por seus compatriotas da paiN.

Apesar disso, a boa campanha nos Estados Unidos mostrava que, pela primeira vez em bastante tempo, os furiosos tinham algo promissor em mãos. Era evidente que a internacionalização com o prodígio Danil "molodoy" Golubenko e o experiente Mareks "YEKINDAR" Gaļinskis poderia gerar frutos.

Apesar disso, a segunda metade do ano não começou de forma muito animadora para a FURIA, que parecia cair naquela mesmice de terminar a temporada bem, mas voltar em marcha lenta, vide a eliminação ainda na fase de grupos da FISSURE Playground #1 após um par de derrotas diante da SAW.

FURIA começou o semestre mostrando evolução, mas pecando na consistência | Foto: Viola Schuldner/ESL

Foi preciso dar uma resposta imediata já na IEM Cologne 2025, onde Gabriel "FalleN" Toledo e companhia deixaram para trás FlyQuest, Astralis, Falcons - esta despachada em jogo onde Maxim "kyousuke" Lukin produziu números assustadores - e G2 para alcançarem os playoffs.

Uma dramática derrota diante da MOUZ nas quartas de final machucou, mas mais uma vez foi possível ver sinais de evolução. O desempenho, contudo, não se repetiu no classificatório para a BLAST Bounty Fall 2025, onde os furiosos acabaram assombrados pelo fantasma da Team Liquid outra vez.

Vieram então quase três semanas sem compromissos oficiais, onde a FURIA pôde arrumar a casa ao se dedicar exclusivamente aos treinamentos. Foi aí que a virada de chave parece ter acontecido.

Despachando as favoritas Team Spirit e MOUZ, a equipe brasileira conseguiu garantir vaga nas finais da BLAST Open London 2025 onde, embora não tenha conseguido passar pela G2, eventual campeã, novamente apresentou um Counter-Strike de encher os olhos.

FURIA fez os playoffs se transformarem em rotina | Foto: Sophie Skittle/BLAST Premier

Gradativamente transformando os playoffs em rotina, a escalação treinada por Sid "sidde" Macedo retornou então à Sérvia para disputar a FISSURE Playground #2 e, depois de tanto bater na trave, conseguiu o tão sonhado título.

Por mais que Vitality, MOUZ e Team Spirit não tenham marcado presença em Belgrado, a FURIA vitimou Team Liquid, G2, paiN, Astralis, Falcons e The MongolZ no caminho até o lugar mais alto do pódio, recolocando o Brasil no topo de um torneio Tier-S após mais de sete anos.

Na sequência, veio a ESL Pro League S22 e a "ressaca do título" pareceu pesar na primeira fase, onde os furiosos só garantiram a classificação no quinto e último dia depois de perderem para HOTU e Legacy e ficarem à beira da eliminação.

O Stage 2, apesar disso, foi mais tranquilo e, a não ser por uma derrota diante da G2, o caminho da FURIA não teve grandes turbulências. Apesar disso, vencer a Vitality, tão sedenta por um título no segundo semestre, foi um desafio grande demais para a equipe brasileira, que parou pelas quartas de final.

De todo modo, a campanha na Suécia teve saldo positivo para os furiosos, que foram então à disputa da Thunderpick World Championship 2025, campeonato de menor calibre, mas com alguns bons nomes na briga, caso de The MongolZ, Aurora e Natus Vincere.

Épica virada na decisão da TWC 2025 deu ainda mais confiança aos furiosos | Foto: Divulgação/Thunderpick

Todas elas, todavia, não foram páreas para a FURIA, que despachou uma a uma das concorrentes na luta pelo troféu, com destaque para a épica virada na decisão do torneio diante da Natus Vincere, que chegou a abrir dois a zero de vantagem na MD5.

Mesmo com os furiosos acrescentando um par de troféus à galeria do clube em menos de um mês, os mais céticos ainda duvidavam da capacidade da equipe de competir com as principais forças do planeta.

Foi aí que veio a IEM Chengdu 2025 para provar o contrário. Embora tenha deixado a vaga direta nas semifinais escapar ao perder um jogo extremamente competitivo contra a MOUZ, a FURIA não se deixou abalar.

Mantendo a freguesia tanto da The MongolZ, quanto da Falcons, a equipe brasileira marchou rumo à grande final para enfrentar o "chefão" do torneio, como definiu o próprio FalleN ao falar sobre a Vitality.

Fato é que, apesar do jogo ter sido extremamente pegado, o time de astros europeus não conseguiu sequer arrancar um mapa da FURIA, que cravou um convincente três a zero na série para erguer o troféu e, mais do que isso, mostrar que o Brasil voltou de vez.

O Brasil é bom no Counter-Strike outra vez | Foto: Enos Ku/ESL

Não houve tempo para celebrar o incrível feito na China, já que a BLAST Rivals Fall 2025 teria início poucos dias depois. Dessa vez, contudo, nada de ressaca do título.

Depois de despachar a paiN em jogo eletrizante na estreia, a FURIA voltou a vencer a Vitality com direito a atropelo na Inferno para avançar diretamente às semifinais da competição, onde derrotou as tropas de Rodrigo "biguzera" Bittencourt outra vez.

Por mais que a Falcons tenha aberto a decisão com um humilhante 13-3 na Inferno, cortesia do melhor mapa da carreira de Damjan "kyxsan" Stoilkovski, a FURIA não se deixou abalar.

Nem mesmo a incrível sede dos rivais por um troféu - e um campeonato memorável por parte de Ilya "m0NESY" Osipov - foi capaz de parar os brasileiros, que buscaram uma autoritária virada para fazerem a festa em Hong Kong.

FURIA encerrou turnê asiática pré-Major em grande estilo | Foto: Luc Bouchon/BLAST Premier

Já são quatro títulos em cinco possíveis. Nas duas últimas eliminações, a FURIA só esbarrou nos eventuais campeões. molodoy tem produzido performances que o credenciam para que, no futuro, brigue pelo posto de melhor jogador do planeta.

YEKINDAR, com seu estilo de jogo extremamente agressivo, que deixa os adversários desconfortáveis a todo tempo, vive um verdadeiro arco de redenção. Kaike "KSCERATO" Cerato reafirma frequentemente sua posição na elite do Counter-Strike e talvez seja o melhor jogador de Overpass do mundo na atualidade.

FalleN e Yuri "yuurih" Santos vêm se reinventando em novas funções: o primeiro, mesmo sem a AWP em mãos, mostra que segue conhecendo os atalhos e, mais do que isso, continua sendo um dos melhores líderes do planeta, enquanto o segundo se converteu em um âncora mais do que confiável.

Pela primeira vez desde o PGL Major Kraków 2017, onde a SK de FalleN e companhia vinha de três títulos consecutivos, tal como a FURIA, o Brasil se vê em posição privilegiada para vencer o campeonato mais badalado da modalidade. Queira o destino que dessa vez o desfecho seja diferente.


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Com 32 das melhores equipes do mundo em ação, o StarLadder Budapest Major 2025 será disputado entre os dias 24 de novembro e 14 de dezembro. Fique ligado em nossa página de campeonatos para não perder nenhum detalhe acerca da ação.

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