CEO da Into The Breach detalha custos de equipe de CS

"Todo clube do tier 2 dá prejuízo até alcançar o Major", disse o mandatário

por Lucas Benvegnú / 15 de Mar de 2024 - 20:00 / Capa: Divulgação/Into The Breach

Em publicação feita no Twitter ainda na tarde da última quarta-feira (13), o britânico Sam "SlayTheMinotaur" Macedonio, CEO da Into The Breach, detalhou os custos para manter uma equipe de Counter-Strike:

"Curioso para saber os custos de um elenco de Counter-Strike? Aqui vai uma explicação detalhada de nossa tentativa de entrar no tier 1 depois de nossa campanha em Paris vinda de alguém que gosta de transparência", introduziu.

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Segundo ele, o patrocinador com ênfase na divisão de Counter-Strike do clube investia pouco mais de $17 mil mensais antes da ida aos playoffs do BLAST.tv Paris Major 2023, número este que subiu para cerca de $25 mil após a épica caminhada na França.

A não classificação para o PGL Major Copenhagen 2024, todavia, culminou com a saída de tal patrocinador, representando um baque significativo nas finanças da organização britânica.

De acordo com o mandatário, o clube desembolsava cerca de $19.3 mil por mês com salários e custos relacionados à equipe de Counter-Strike antes do Major de Paris.

"O salário e os custos - viagens, estafe, bootcamp, chá para o Thomas, despesas gerais, bônus por ranking e lealdade -, bem como renegociações de contratos e merecidas recompensas aos atletas: $57.8 mil em média, de maio de 2023 a março de 2024", contou.

"Os patrocinadores quase nunca cobrem todas as despesas em um jogo, então a receita precisa vir de outros lugares", explicou o CEO da Into The Breach.

Into The Breach foi uma das sensações do BLAST.tv Paris Major 2023 | Foto: Divulgação/Into The BreachInto The Breach foi uma das sensações do BLAST.tv Paris Major 2023 | Foto: Divulgação/Into The Breach

"Se você vai bem, as despesas aumentam drasticamente, mas as receitas também. Vira uma balança. Se você toma decisões erradas em relação ao time e começa a jogar mal, as despesas rapidamente ultrapassam as receitas. Os patrocinadores saem e as oportunidades de gerar receitas se depreciam", disse.

"É por isso que, do tier 2 para baixo, o cenário é altamente volátil. Até mesmo no tier 1, existem grandes riscos em prol das recompensas. Lucramos muito em 2023, mas quem sabe se iremos fazer o mesmo em 2024, então os clubes precisam manter uma reserva de dinheiro para garantir um crescimento sustentável. Isso ditou nossa decisão de deixar o CS temporariamente", contou.

"Toda organização do tier 2 para baixo no CS dá prejuízo até alcançar o Major. Este princípio é uma decisão que guia o desenvolvimento dos elencos nesse nível", ponderou.

"O melhor que você pode esperar é sair no zero entre salários e patrocinadores. Buscamos isso em todo esporte para sermos sustentáveis. (...) Não quero nunca ser o cara que diz que não pode te pagar esse mês porque não planejei o futuro", finalizou.

Desde o fracasso na luta por vaga no PGL Major Copenhagen 2024, a Into The Breach promoveu drásticas alterações em seu plantel, movendo quatro jogadores, bem como o treinador Gustavo "Juve" Alexandre para a reserva enquanto analisa suas opções de mercado.

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