A Confederação Brasileira de Desporto Eletrônico (CBDEL) voltou a tentar se inserir no universo dos esportes eletrônicos brasileiros através de lei. A Senadora Rose de Freitas (MDB/ES) deu poderes a entidade através da emenda 86 do Projeto de Lei do Senado n° 68, de 2017 que institui a Lei Geral do Esporte. Porém, uma semana depois a Senadora Leila Barros (PDT/DF) derrubou a emenda e finalizou a PL na Comissão de Educação, Cultura e Esporte.
Na emenda proposta pela senadora capixaba, a CBDEL passaria a ser a "entidade máxima" do esporte eletrônico no Brasil. Assim, ganharia poderes sobre organizadoras de torneio, equipes e jogadores. Além disso, receberia 0,4% da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais.
Porém, isso não se concretizou. Após uma força tarefa de Nicole "Cherrygums" Merhy (CEO da Black Dragons), Leonardo de Biase (Fundador da BBL) e Mario Marconini (da ESA), onde redigiram o documento questionando a emenda e enviaram a ex-jogadora profissional de vôlei e Senadora, Leila Barros.
A Exma. Senadora @leiladovolei está novamente ao lado da razão e de toda indústria em nossa defesa. Conte com nosso apoio Sen.! Em nome da indústria, representando os clubes e jogadores, as publishers e as empresas organizadoras, enviamos uma carta aberta para sustentação pic.twitter.com/ilmSELRKI5
— Leo De Biase (@leodebiase) May 26, 2022
Nesta quinta-feira (26), a senadora, relatora do projeto, apresentou seu parecer retirando os artigos que citavam a CBDEL, afirmando que a comunidade não reconhece a entidade como órgão representante. Confira o que diz o relatório:
"(…) entendemos ser equivocada a inclusão da Confederação Brasileira de Desportos Eletrônicos (CBDEL) nesse mesmo rol. De fato, o esporte eletrônico possui diversas entidades representativas, todas igualmente reconhecidas pela legislação brasileira. Assim, não enxergamos motivo plausível para a inclusão de uma dessas entidades em lei, em detrimento de todas as outras. Além disso, esse rol não contempla nenhuma entidade que represente especificamente uma modalidade esportiva, mas organizações que atuam em movimentos de mais amplo espectro, como o olímpico, o paralímpico e o clubístico."
Vale lembrar que em 2019 a CBDEL esteve envolvida em uma polêmica. O órgão tentou se tornar o responsável pelo esporte eletrônico no país através do projeto de lei 383. Este tentava regulamentar a prática do esporte eletrônico por meio de federações e confederações. A época, a DRAFT5 revelou que o projeto era de autoria do senador Roberto Rocha (PSDB-MA) e seu filho era vice-presidente da entidade.