Mais um episódio do "Caminho ao Major" dessa vez destacando a
Natus Vincere equipe que chega num bom momento em Londres, apostando suas fichas na individualidade de uma das maiores estrelas do cenário.

Aleksandr "
s1mple" Kostyliev

Denis "
electronic" Sharipov

Ioann "
Edward" Sukhariev

Danylo "
Zeus" Teslenko

Egor "
flamie" Vasilyev

Mykhailo "
kane" Blagin (coach)
NASCIDO PARA VENCEREm dezembro de 2009 seria fundada uma das equipes mais lendárias da história do esporte eletrônico. A Natus Vincere em pouco tempo ganhou espaço no mundo dos jogos principalmente por sua atuação no Counter Strike. Mesmo aparecendo numa época em que o cenário despencara de tamanho a organização logo se tornou uma das mais famosas da região do CIS.
Muito da Natus Vincere se deve a nomes como Yegor "
markeloff" Markelov, Ivan "
Edward" Sukharev, Sergey "
starix" Ischuk e Arseniy "
ceh9" Trynozhenko. Todos esses grandes nomes fizeram a lenda ucraniana surgir e com três anos de equipes conquistaram tudo de relevante no Counter Strike da época, mas então surgiu o CS:GO.
Zeus, o grande líder da Natus Vincere | Foto: ELEAGUE
O CS:GO E O FIM DE UMA ERAPortar um jogador de um jogo para outro com mecânicas bastante diferentes não é nada fácil e a Natus Vincere sentiu na pele está mudança. Em novembro de 2012 os jogadores tentaram a sorte no cenário que parecia emergente como era o CS:GO, só que em julho de 2013 uma proposta de criar um super time da região fez com que markeloff e Edward deixassem a equipe para se juntar a
Astana Dragons, equipe que contava com Dauren "
AdreN" Kystaubayev, Kirill "
ANGE1" Karasiow e Mihail "
Dosia" Stolyarov.
O trio de ferro de ceh9, starix e Zeus sobraria e contava com a adição dos jovens Denis "
seized" Kostin e Anton "
kibaken" Kolesnikov para completar a line-up da famosa organização. Porém, em dezembro daquele ano, foi a comprovação de que a Astana não deu tão certo e o retorno de Edward mudou novamente a cara do conjunto, que também demitiu Kibaken, que não havia se encaixado, tendo em vista a péssima campanha no Major da
DreamHack Winter 2013. O então AWP ex-Virtus.pro Ladislav "
GuardiaN" Kovács chegaria para fechar o quinteto.
O então potencial futuro, Guardian, chegaria na line-up após passagem pela Virtus.pro | Foto: ELEAGUE
As mudanças surtiram efeito e em pouco tempo a Na’Vi era uma das poucas equipes que conseguia disputar contra a
Ninjas in Pyjamas, que se via imparável na época. O primeiro semestre daquele ano, suecos e ucranianos disputavam veementemente o primeiro lugar dos grandes torneios.
Mas mesmo assim, outro péssimo desempenho na
EMS Katowice 2014 voltaria com as discussões. A campanha da equipe em Majors chegou a melhorar com os playoffs em Cologne e depois uma semifinal na
DreamHack Winter, mas ainda não era o que se esperava do nome que carregavam.
A DESPEDIDA DE STARIXApós aquele segundo semestre em baixa, o veterano Starix começaria a ser questionado pelo seu momento individual, mas antes de sair ainda disputaria o Major da
ESL One Katowice em março de 2015, com outro espaço nos playoffs, sairia da equipe para a entrada de Egor "
flamie" Vasilyev que se destacava no cenário russo.
A lenda starix teve de dar adeus a Natus Vincere | Foto: HLTV
Com Flamie, o ano de 2015 se mostraria muito parecido ao anterior, com o primeiro semestre sendo um grande marco de esperanças para os fãs apaixonados, mas uma queda de rendimento no segundo poria novamente em debate a equipe. Novamente apenas a passagem para os playoffs na
ESL One Cologne 2015 em agosto não adiantou, mas um vice na
DreamHack Open Cluj-Napoca 2015 colocou os ucranianos novamente nos radares das grandes equipes.
Chegado o
MLG Columbus todos colocavam a Natus Vincere como a grande favorita, com Guardian desempenhando um de seus melhores momentos da carreira. Chegaram novamente a grande final, mas o título ficou com os brasileiros da
Luminosity Gaming a decepção fez com que a organização pensasse novamente em mudanças, enquanto todos observavam o péssimo momento individual de Zeus.
O CAMINHO PARA O SUCESSO É SIMPLESApós outra eliminação nos playoffs em
Cologne 2016, o namoro de longa data com Oleksandr "
s1mple" Kostyliev finalmente foi oficializado, com o jogador chegando após sete meses nos Estados Unidos jogando pela
Team Liquid. Zeus era movido para inatividade e logo daria adeus a organização para compor a
Gambit Gaming. Após a saída de seu líder a Na’Vi conseguiria o título da
ESL One New York daquele ano, mas parou por aí.
S1mple foi namorado pela Natus Vincere antes de firmar contrato em 2017 | Foto: HLTV
Voltariam os questionamentos sob a line-up após eliminação nas quartas no
ELEAGUE Major 2017. Quando caiu na fase de grupos de
Krakow, enquanto Zeus conquistara o título junto a Gambit, ficou provado que a equipe precisava de uma brusca mudança e o retorno de seu grande líder.
Guardian seria vendido a
FaZe Clan e Seized colocado no banco. O retorno de Zeus foi comemorado, mas ainda precisava de uma peça que se destacasse junto a s1mple, e foi em outra jovem estrela que a Na’Vi apostou, em novembro de 2017 Denis "
electronic" Sharipov era contratado.
Finalmente os fãs poderiam comemorar. Os três nomes mais estrelados para o futuro do CIS estavam na grande Natus Vincere, o líder indiscutível também e como bônus ao lado de Edward, que é um dos ícones da marca.
O primeiro título do conjunto foi a
DreamHack Open Winter 2017 em dezembro. Em janeiro de 2018 chegou nas semis no
ELEAGUE Major Boston, vice na
StarLadder & i-League StarSeries S4 e
DreamHack Masters Marseille 2018. Foi a grande campeã da
StarSeries & i-League S5, C
S:GO Asia Championships 2018 e
ESL One Cologne 2018, além de um recente quarto lugar no
ELEAGUE Premier.
Foto: HLTV
A atual Natus Vincere é como a organização sempre quis, uma equipe verdadeiramente nascida para vencer.
UM POTENCIAL DE CRESCIMENTODisputas internas sadias são o que montam equipes vencedoras, muito do que se viu nos últimos meses de Natus Vincere foi uma disputa entre electronic e s1mple para ver quem era o grande destaque em números. Enquanto o rifler tinha algumas dificuldades no início, s1mple era o grande nome, mas após amadurar no conjunto, electronic foi se firmando como o grande nome ao lado do AWP, facilitando os jogos. Quando um não brilha, o outro faz esse papel.
A diferença entre os dois jogadores e o restante do quinteto é discrepante. Na última partida oficial da Na'Vi enquanto a dupla estrelada terminou com o rating acima dos 1.40, o trio restante ficou abaixo do 0.90, numa vitória por 2 a 1. Essa diferença de 0.50 é preocupante, mas ao mesmo tempo animadora.
Zeus é o grande líder e ninguém se importa com seu momento abaixo da média ou minimamente regular, Flamie trabalha o lado terrorista como entry fragger e pelo lado CT é suporte para a dupla exercer a função de playmaker. Ambos desgastam seu desempenho pessoal para alavancar as duas estrelas, e quem geralmente vem ganhando espaço com isso é S1mple que tem muita liberdade para trabalhar de AWP.
Em contrapartida, Edward é sempre o criticado, quando tudo dá errado, cai no colo do veterano.
Foto: HLTV
A atual Natus Vincere tem um dos map pools mais vastos do atual cenário mundial. O único ban certo continua sendo cache, com Mirage, Overpass e Train sendo os mapas em que os ucranianos se sentem melhores, tendo um percentual bem acima da média, com mais de 80% de vitórias nos últimos três meses em presenciais.
Uma cartada a mais na lista de possíveis mapas que a Na'Vi pode usar é a Nuke, que geralmente é um mapa que outras equipes vetam, mas sempre que precisa os ucranianos vão bem.
Apostando todas as suas fichas num s1mple que é considerado um dos melhores do ano, a Natus Vincere chega para quebrar o histórico de batidas na trave, e pelo recente retropecto, seria no mínimo um grande erro não colocarmos entre os favoritos do
FACEIT Major London 2018.