Caminho ao Major: Natus Vincere quer mostrar que o caminho para o sucesso é simples

Apostando em s1mple, Natus Vincere tentará o título em Londres

por / 31 de ago de 2018 - 21:10
Mais um episódio do "Caminho ao Major" dessa vez destacando a Natus Vincere equipe que chega num bom momento em Londres, apostando suas fichas na individualidade de uma das maiores estrelas do cenário.

UA Aleksandr "s1mple" Kostyliev
RU Denis "electronic" Sharipov
UA Ioann "Edward" Sukhariev
UA Danylo "Zeus" Teslenko
RU Egor "flamie" Vasilyev

UA Mykhailo "kane" Blagin (coach)

NASCIDO PARA VENCER

Em dezembro de 2009 seria fundada uma das equipes mais lendárias da história do esporte eletrônico. A Natus Vincere em pouco tempo ganhou espaço no mundo dos jogos principalmente por sua atuação no Counter Strike. Mesmo aparecendo numa época em que o cenário despencara de tamanho a organização logo se tornou uma das mais famosas da região do CIS.

Muito da Natus Vincere se deve a nomes como Yegor "markeloff" Markelov, Ivan "Edward" Sukharev, Sergey "starix" Ischuk e Arseniy "ceh9" Trynozhenko. Todos esses grandes nomes fizeram a lenda ucraniana surgir e com três anos de equipes conquistaram tudo de relevante no Counter Strike da época, mas então surgiu o CS:GO.

Zeus, o grande líder da Natus Vincere | Foto: ELEAGUE


O CS:GO E O FIM DE UMA ERA

Portar um jogador de um jogo para outro com mecânicas bastante diferentes não é nada fácil e a Natus Vincere sentiu na pele está mudança. Em novembro de 2012 os jogadores tentaram a sorte no cenário que parecia emergente como era o CS:GO, só que em julho de 2013 uma proposta de criar um super time da região fez com que markeloff e Edward deixassem a equipe para se juntar a Astana Dragons, equipe que contava com Dauren "AdreN" Kystaubayev, Kirill "ANGE1" Karasiow e Mihail "Dosia" Stolyarov.

O trio de ferro de ceh9, starix e Zeus sobraria e contava com a adição dos jovens Denis "seized" Kostin e Anton "kibaken" Kolesnikov para completar a line-up da famosa organização. Porém, em dezembro daquele ano, foi a comprovação de que a Astana não deu tão certo e o retorno de Edward mudou novamente a cara do conjunto, que também demitiu Kibaken, que não havia se encaixado, tendo em vista a péssima campanha no Major da DreamHack Winter 2013. O então AWP ex-Virtus.pro Ladislav "GuardiaN" Kovács chegaria para fechar o quinteto.

O então potencial futuro, Guardian, chegaria na line-up após passagem pela Virtus.pro | Foto: ELEAGUE


As mudanças surtiram efeito e em pouco tempo a Na’Vi era uma das poucas equipes que conseguia disputar contra a Ninjas in Pyjamas, que se via imparável na época. O primeiro semestre daquele ano, suecos e ucranianos disputavam veementemente o primeiro lugar dos grandes torneios.

Mas mesmo assim, outro péssimo desempenho na EMS Katowice 2014 voltaria com as discussões. A campanha da equipe em Majors chegou a melhorar com os playoffs em Cologne e depois uma semifinal na DreamHack Winter, mas ainda não era o que se esperava do nome que carregavam.

A DESPEDIDA DE STARIX

Após aquele segundo semestre em baixa, o veterano Starix começaria a ser questionado pelo seu momento individual, mas antes de sair ainda disputaria o Major da ESL One Katowice em março de 2015, com outro espaço nos playoffs, sairia da equipe para a entrada de Egor "flamie" Vasilyev que se destacava no cenário russo.

A lenda starix teve de dar adeus a Natus Vincere | Foto: HLTV


Com Flamie, o ano de 2015 se mostraria muito parecido ao anterior, com o primeiro semestre sendo um grande marco de esperanças para os fãs apaixonados, mas uma queda de rendimento no segundo poria novamente em debate a equipe. Novamente apenas a passagem para os playoffs na ESL One Cologne 2015 em agosto não adiantou, mas um vice na DreamHack Open Cluj-Napoca 2015 colocou os ucranianos novamente nos radares das grandes equipes.

Chegado o MLG Columbus todos colocavam a Natus Vincere como a grande favorita, com Guardian desempenhando um de seus melhores momentos da carreira. Chegaram novamente a grande final, mas o título ficou com os brasileiros da Luminosity Gaming a decepção fez com que a organização pensasse novamente em mudanças, enquanto todos observavam o péssimo momento individual de Zeus.

O CAMINHO PARA O SUCESSO É SIMPLES

Após outra eliminação nos playoffs em Cologne 2016, o namoro de longa data com Oleksandr "s1mple" Kostyliev finalmente foi oficializado, com o jogador chegando após sete meses nos Estados Unidos jogando pela Team Liquid. Zeus era movido para inatividade e logo daria adeus a organização para compor a Gambit Gaming. Após a saída de seu líder a Na’Vi conseguiria o título da ESL One New York daquele ano, mas parou por aí.

S1mple foi namorado pela Natus Vincere antes de firmar contrato em 2017 | Foto: HLTV


Voltariam os questionamentos sob a line-up após eliminação nas quartas no ELEAGUE Major 2017. Quando caiu na fase de grupos de Krakow, enquanto Zeus conquistara o título junto a Gambit, ficou provado que a equipe precisava de uma brusca mudança e o retorno de seu grande líder.

Guardian seria vendido a FaZe Clan e Seized colocado no banco. O retorno de Zeus foi comemorado, mas ainda precisava de uma peça que se destacasse junto a s1mple, e foi em outra jovem estrela que a Na’Vi apostou, em novembro de 2017 Denis "electronic" Sharipov era contratado.

Finalmente os fãs poderiam comemorar. Os três nomes mais estrelados para o futuro do CIS estavam na grande Natus Vincere, o líder indiscutível também e como bônus ao lado de Edward, que é um dos ícones da marca.

O primeiro título do conjunto foi a DreamHack Open Winter 2017 em dezembro. Em janeiro de 2018 chegou nas semis no ELEAGUE Major Boston, vice na StarLadder & i-League StarSeries S4 e DreamHack Masters Marseille 2018. Foi a grande campeã da StarSeries & i-League S5, CS:GO Asia Championships 2018 e ESL One Cologne 2018, além de um recente quarto lugar no ELEAGUE Premier.

Foto: HLTV


A atual Natus Vincere é como a organização sempre quis, uma equipe verdadeiramente nascida para vencer.

UM POTENCIAL DE CRESCIMENTO

Disputas internas sadias são o que montam equipes vencedoras, muito do que se viu nos últimos meses de Natus Vincere foi uma disputa entre electronic e s1mple para ver quem era o grande destaque em números. Enquanto o rifler tinha algumas dificuldades no início, s1mple era o grande nome, mas após amadurar no conjunto, electronic foi se firmando como o grande nome ao lado do AWP, facilitando os jogos. Quando um não brilha, o outro faz esse papel.


A diferença entre os dois jogadores e o restante do quinteto é discrepante. Na última partida oficial da Na'Vi enquanto a dupla estrelada terminou com  o rating acima dos 1.40, o trio restante ficou abaixo do 0.90, numa vitória por 2 a 1. Essa diferença de 0.50 é preocupante, mas ao mesmo tempo animadora.

Zeus é o grande líder e ninguém se importa com seu momento abaixo da média ou minimamente regular, Flamie trabalha o lado terrorista como entry fragger e pelo lado CT é suporte para a dupla exercer a função de playmaker. Ambos desgastam seu desempenho pessoal para alavancar as duas estrelas, e quem geralmente vem ganhando espaço com isso é S1mple que tem muita liberdade para trabalhar de AWP.

Em contrapartida, Edward é sempre o criticado, quando tudo dá errado, cai no colo do veterano.

Foto: HLTV


A atual Natus Vincere tem um dos map pools mais vastos do atual cenário mundial. O único ban certo continua sendo cache, com Mirage, Overpass e Train sendo os mapas em que os ucranianos se sentem melhores, tendo um percentual bem acima da média, com mais de 80% de vitórias nos últimos três meses em presenciais.

Uma cartada a mais na lista de possíveis mapas que a Na'Vi pode usar é a Nuke, que geralmente é um mapa que outras equipes vetam, mas sempre que precisa os ucranianos vão bem.

Apostando todas as suas fichas num s1mple que é considerado um dos melhores do ano, a Natus Vincere chega para quebrar o histórico de batidas na trave, e pelo recente retropecto, seria no mínimo um grande erro não colocarmos entre os favoritos do FACEIT Major London 2018.

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