Banks fala sobre surpresas no Major e despedida do CS:GO: "Uma jornada incrível com uma mistura de emoções"

Uma das maiores personalidades do Counter-Strike, James Banks está no Brasil para cobrir e apresentar a IEM Rio 2023. O apresentador conversou com a DRAFT5 e falou sobre essa segunda viagem ao país, a torcida brasileira, o último Major de CS:GO e mais.

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Essa é a segunda vez que Banks vem ao Brasil e justamente no Rio de Janeiro. O apresentador mostrou grande entusiasmo em voltar ao país. O ucraniano comentou a experiência que teve durante o IEM Rio Major 2022.

"Eu amo o Brasil, eu estou muito feliz por estar de volta, eu vim cinco dias antes, eu participei de um evento com a NAVI e estava aproveitando com eles. E também fui tatuar e isso levou um pouco mais de tempo porque na última vez que eu tatuei durante um evento foi meio difícil. Eu estava andando pelo evento e minha perna doía bastante, mas agora está melhor. E também faz mais sentido porque o país é muito quente, quando você faz uma tatuagem e começa a suar muito, ela cai na tatuagem é muito dolorido. Foi uma experiência, mas é muito bom estar de volta. Eu conheci vários fãs quando vim aqui antes, já vimos vários jogos legais e esse momento está melhor pra vir (pro Rio) porque não está chovendo tanto, eu só peguei dois ou três dias chuvosos."

A IEM Rio 2023 será o último campeonato antes da BLAST.tv Paris Major 2023, que encerrará os Majors no CS:GO. Visando Paris, Banks explicou que essa competição pode ser boa ou ruim pra vários times, especialmente a FURIA.

"Eu sinto que pra um time como a FaZe agora, mesmo perdendo pra FURIA, isso é bom pra eles porque o RMR foi duro, teve vários jogos malucos, eles quase não foram pro Major, o que foi uma loucura. Então pra eles, isso (IEM) é sobre testar as coisas um pouco mais, colocar em prática e ir pra outro nível. Pra um time como a FURIA, se você conseguir ir bem aqui, imagina a confiança que eles vão ter. Eles venceram a FaZe pela primeira vez em 662 dias, isso é insano, eles estão pedalando alto e querem jogar na frente da torcida.

O apresentador comentou quais os times podem sair fortes do Rio direto pra Paris. Mas ressaltou que apenas alguns times que vão disputar o Major estão no Brasil.

"A NAVI já estava melhor no RMR, quando eu entrevistei com o s1mple, ele disse que sente que são os favoritos para o evento. Eles não são os favoritos há algum tempo, eles fazem boas campanhas, mas nunca os favoritos. Então há (muito em jogo) aqui e agora, mas um exemplo, a MOUZ que parecia bem e estava conseguindo ir mais longe nos eventos, eles foram um dos primeiros a saírem no evento junto da Imperial. Eu sinto que esse evento será aquele que acaba com sua confiança e ensina mais coisas aos jogadores ou aumenta a confiança e vão pro Major de uma maneira absurda, mas há muitos times no Major que não estão aqui, então é muito difícil falar, mas é mais emocionante e traz mais histórias boas."

Sobre as surpresas e o que os azarões podem aprontar no Major, Banks mencionou a 9INE, Apeks e a Bad News Eagles, equipe que já disputou os últimos Majors em 2022.

"Mesmo que a 9INE tenha sido eliminada aqui no Rio, eu sinto que esse é um time que pode causar muito estrago porque pegar experiência aqui pra eles é incrível. Eles nunca tiveram em um evento desse nível, o RMR foi uma coisa porque é estressante, mas não é o mesmo em termos de mídia, público, é um processo de classificação. Pra eles, o time precisa dessa experiência aqui, ter pessoas como você aqui pra fazer as entrevistas, é uma nova jornada pra eles. Eles podem ser uma grande surpresa."

"O meu time, a Bad News Eagles, eles sempre causam algum estrago, sempre conseguiram sucesso nos Majors, mas eu sinto que desde que contratamos Devilwalk, temos um potencial pra ir além do que já conseguimos. Eu estou sempre acreditando nesses caras."

"Outro azarão que tem potencial é o time da Apeks. Eu nem esperava que eles conseguiriam avançar no RMR, eles não pareciam bem, talvez eles tenham tempo agora para se preparem pro Major e continuar evoluindo a partir daí.

O apresentador também falou sobre os top times que vão lutar pelo título e citou a FaZe Clan e a Heroic. Além deles, Banks relembrou a situação complicada da Virtus.pro, equipe campeã do IEM Rio Major 2022.

"Mas ao contrário disso, acho que os principais favoritos são os top times, você nunca vai descartar uma FaZe, Heroic, o time mais consistente no Counter-Strike, que sempre chega até as finais. A Virtus.pro provavelmente pode ser, eu não diria que é uma decepção, mas é um conjunto triste. Eles vão ficar em uma situação ruim, eu não faço ideia do que vai acontecer com esse time. Eles foram de campeões de Major, pra tirar um jogador antes do Major e agora não faço ideia do que vai acontecer agora. Vai ser uma loucura, o último (Major) vai ser uma aventura."

No fim de 2022, James Banks comentou que os torcedores deveriam ficar de olho no Fluxo, apesar do time não ter conseguido a vaga pro Major no Brasil. Contudo, o time passou por mudanças e estará no último Major de CS:GO. Banks relembrou quando conheceu o time em Rotterdam e, desde essa época, já sabia que o time tinha um diferencial.

"Eu adoro o pessoal do Fluxo, eu conheci eles na ESL Challenger Rotterdam e eu era apresentador de palco. Basicamente, eu já tinha visto alguns jogos online, mas era jogos deles contra times brasileiros ou outros da América do Sul, mas eles estavam dominando todo mundo. Eles perderam a chance de disputar o último Major, da Antuérpia, porque eles tinham acabado de formar o time, então acredito que eles não tiveram tanto tempo juntos pra fazer dar certo. E eu vi os resultados bons. Eles enfrentaram a Outsiders, que voltou a ser Virtus.pro, eles tiraram um mapa deles, venceram a Dust2 e estavam tendo sucesso. Eu vi eles e pensei, "eu conheço o felps, eu sei do potencial dele, já ouvi sobre o Lucaozy". Eu estava pensando, eles realmente jogam um bom CS, não é um estilo de jogo super agressivo só rushando, tem um pensando por trás disso e estão tornando isso competitivo. E eu vi isso na BLAST Showdown no mesmo ano, eles se classificaram para as finais e eles foram destruídos nas finais, mas tudo isso é experiência pra eles."

"Ver eles chegando pro Major vai ser um super hype, eu sei que eles tem um super time por trás e, a grande diferença, o Zews é o head coach agora. Ele é um cara que já levantou troféus de Majors, ele já fez tudo, ele sabe como mostrar pra esses caras como aumentar o nível ainda mais. E é muito bom porque não há apenas times do Brasil, mas da América do Sul que estão subindo o nível em cima dos times americanos agora. Estamos conseguindo mais competição e isso é sempre bom."

A Valve já tinha anunciado há semanas que a BLAST.tv Paris Major será o último campeonato de maior prestígio na era do CS:GO. O Counter-Strike 2 será lançado entre junho e julho, e o primeiro Major será na Dinamarca, em março de 2024. A despedida vai ser emocionante em vários níveis, principalmente para o Banks.

"É triste e feliz ao mesmo tempo, eu estava lá quando o CS 1.6 foi pro Source e meio que dividimos, os dois jogos estavam sendo disputados. Agora, eu não sei se está confirmado, mas do que eu vi que vai acontecer é que a Valve vai falar: agora vamos pro CS2 e todos vão ter que jogar. Estaremos em um campo nivelado de jogo, não sabemos quando será (o lançamento), mas esse será o último Major, você pode ser o último campeão de Major de CS:GO antes do jogo ser lançado e todos começarem a se prepararem. Vai ter muitas emoções, vai ser um fim de uma era porque tivemos tantos anos de Counter-Strike e de CS:GO, mas vai dar vida ao jogo. Mais pessoas, mais olhos, se você olhar os números das mídias sociais ou o número de pico de jogadores do CS:GO, todos subiram."

"Então ir pro CS2, vai ser algo totalmente novo. Vai ser triste, feliz e uma jornada incrível com uma mistura de emoções. Mas eu estou feliz porque trabalhei nos outros Majors próximos do fim desde 2019 e, espero estar no começo quando vier o CS2, vai ser um sentimento incrível."