As melhores no Brasil em 2020: (6) – Julih

Jogadora de 21 anos colecionou cinco EVPs durante a temporada, garantindo a sexta colocação na listagem

por / 04 de Jan de 2021 - 14:37 / Capa: Arte/DRAFT5
Na maioria das vezes, os irmãos são os principais responsáveis por levarem os mais novos aos jogos e com Julia "Julih" Gomes não foi diferente. Começou no mundo dos jogos eletrônicos em 2010, quando ficava substituindo sua irmã no Point Blank. Como a própria relata, "eu precisava ficar jogando no lugar dela quando ela saia e acabei gostando muito do jogo".

A atleta começou a sonhar em representar o Brasil em campeonatos internacionais quando assistia o Point Blank International Championship, campeonato mundial. Apesar de não ter apoio dos pais no começo, ela tentou o sucesso no FPS que abriu as portas para que pudesse desfrutar do cenário competitivo. Durante dois anos, sua equipe, composta por Paola "drn" Caroline, Taynah "tayhuhu" Yukimi, Igraine "igs" Sanabio e "brn", manteve-se dentre as melhores equipes do cenário. Entretanto, em 2016, viu tudo mudar ao migrar ao Counter-Strike: Global Offensive.

julih (quinta da esquerda para direita) com 11 anos quando atuava no PB | Foto: Arquivo Pessoal

A ENTRADA NO COMPETITIVO DE CS


Julih jogou pela primeira vez em uma equipe de Counter-Strike na Global da Depressão. A atleta não considera esta como sua primeira experiência profissional já que não treinavam muito e também não recebiam nada em troca, mas revela que foi nesta onde obteve um pouco de conhecimento no cenário feminino.

Com apenas 17 anos, era IGL da composição que tinha Nataly "nani" Cavalcante, Marcela "chunzinha" Burghera, Beatriz "Bea" Terra e Julia "Junqs" Junqs. Entretanto, a falta de apoio fizeram com que elas deixassem de atuar juntas.

Julih, então, apareceria para o cenário competitivo no início de 2018. Na ocasião, chegou na Team One.RED para substituir Isabele "Bowie" Rodrigues, que deixou a equipe para cuidar de sua saúde e de problemas pessoais. A partir de então, atuaria ao lado de jogadoras experientes como Camila "napeR" Naper, Diana "mittens" Trevisan, Natália "nat" Guimarães e Mayara "may" Prado.

Julih com a camisa da Team One em 2018. Foto: Stéfanie Neuman/DRAFT5


Logo em seu primeiro campeonato, já teria uma difícil missão, já que estava disputando o classificatório brasileiro ao Intel Challenge Katowice 2018. Nas duas primeiras partidas, deu tudo certo e as Golden Girls venceram lazinessDon't worry, por 16 x 6 e 16 x 12, respectivamente. Esta última que tinha Gabriela "Gabs" Freindorfer, Izabella "izaa" Bieberbach, Ana Claudia "ninha" Barbosa e Lara "Goddess" Baceiredo em sua line-up.

No jogo que valia de fato a vaga, elas teriam simplesmente a Vivo Keyd, de Juliana "showliana" Maransaldi, Pamella "pan" Shibuya, Camila "cAmyy" Natale, Bruna "Bizinha" Marvila e Gabriela "GaBi" Maldonado. O confronto foi unilateral e as guerreiras venceram por dois mapas a zero, tendo parciais de 16 x 0 na Train e 16 x 3 na Cobblestone.

O ano continuou e a equipe amargou mais três vices. O primeiro na XLG Summer Female, diante da própria VK. Depois, na Liga Feminina de Março e Maio foram duas derrotas contra a BootKamp.

Tanto tempo de espera foi recompensado com os títulos da Liga Feminina de Junho e Julho, após vencer a BK e a Isurus, respectivamente. Foi nesta última que julih começou a despertar os olhos do público, já que terminou a competição com KDR de 1.50.

Porém, estas seriam as únicas conquistas da equipe naquele ano, tendo amargado mais um vice na Liga Feminina de Outubro de 2018, diante do Santos.

Foto: Divulgação/GAMEXP

EM 2019, A SAÍDA DA TEAM ONE


Um novo ano chegou e a mudança na line da Team One aconteceu. napeR e nat deixaram a equipe, dando lugar a Junqs e Gabriela "bokor" Bokor. As Golden Girls, então, partiram ao classificatório sul-americano do Intel Challenge Katowice 2019. Bokor não poderia jogar por conta da idade e Rayane "raay" Domenech disputou o torneio. Lá, elas não tiveram muita sorte, sendo eliminadas pela Reboot Gaming.

Na sequência, não teriam vida fácil novamente diante das sereias do Santos, acabando com a segunda colocação na Liga Feminina de Janeiro e Fevereiro. Após mais uma vez se frustrar na Liga Feminina, desta vez ficando na 3°/4° colocação no mês de abril, elas finalmente conquistaram o título da competição realizada pela Gamers Club do mês de Agosto, após a chegada de Camila "cAmyy" Natale.

O ano delas terminaria com a BGS Esports 2019. Na fase online, elas garantiram a classificação à final e, consequentemente, jogariam no presencial. Apesar de vencer clutch 1v2 na Overpass, Julih não conseguiu evitar a derrota de sua equipe por três a um diante da Vivo Keyd.

Depois deste torneio, veio o anúncio. A Team One estava dispensando as Golden Girls e parando com o investimento no cenário feminino após dois anos.

2020 DE INCERTEZAS E O PONTO MAIS ALTO DA CARREIRA


Julih agora estava sem equipe e precisava de uma nova organização para representar. No início não sabia, mas este se tornaria o melhor ano de sua carreira como atleta profissional. A primeira competição foi o segundo open qualifier brasileiro da WESG pela "UE MAS COMO ASSIM", jogando ao lado de Letícia "Le^" Lima, Paula "friick" Takenawa, mittens e Amanda "AMD" Abreu. Elas ficaram na segunda colocação e não conseguiram a vaga.

Posteriormente, AMD, Le^ e mittens deixaram a equipe, que foi rebatizada para "Por enquanto sem nome". Quem assumiu as lacunas foram, Ana Carolina "annaEX" Brito, bokor e raay. A equipe, então, foi disputar a Liga Feminina do primeiro trimestre e, apesar de vencer a primeira partida contra a Nocturns, por 16 x 7, acabou eliminada na semifinal pela FURIA.

Buscando a vaga para Gamers Club Masters Feminina I, a equipe mais uma vez mudou de nome e também de line, já que Le^ estava de volta, junto com Jessica “fly” Pellegrini. Atuando sob a tag de Last Name, Julih teve um papel fundamental para ajudar o time na classificação ao Major feminino. A partida decisiva era contra a 9z e na Overpass, a atleta venceu um clutch 1v2, mas mesmo assim acabou derrotada no mapa. Entretanto, elas conseguiram dar a volta por cima, viraram e ficaram com a vaga.

Mesmo não tendo uma organização por trás, a Last Name não se abalou e seguiu firme e forte rumo à Masters. A estreia foi diante da Soberano e tiveram vida fácil, vencendo por 16 x 9. Na sequência, enfrentaram a FURIA e acabaram derrotadas por 16 x 10, indo à lower, onde enfrentariam novamente as leoas e mais uma vez venceram com tranquilidade.

Na época, a equipe era tida como uma "fake". Mas Julih deixou bem claro que, pelo tempo que tinham juntas, a Last Name era apenas "um time que está procurando uma organização."

A partida seguinte seria a grande final da GC Masters Feminina e as panteras seriam as adversárias. Sem dar chances algumas para suas oponentes, a FURIA atropelou a Last Name e venceu por dois mapas a zero.

A excelente exibição no Major Brasileiro seria recompensada e elas foram contratadas pela Severe. As meninas teriam duas competições em conjunto pela frente: o primeiro era o primeiro split da BGS Esports 2020 enquanto disputariam também a Liga Feminina. No torneio proveniente da GC, as serpentes terminaram na terceira colocação, enquanto acabaram com o vice do campeonato da BGS.

Mais uma edição da Liga Feminina viria pela frente e as meninas precisavam de um ótimo resultado para cravar sua participação na segunda edição do Major brasileiro feminino. E isso aconteceu! Após ter uma atuação impecável, elas saíram com o título do torneio, após derrotar a Black Dragons na grande final por dois mapas a zero.

Em mais uma edição da Gamers Club Masters, as meninas novamente tiveram um ótimo resultado. Apesar de perder para 9z na primeira partida, deram a volta por cima diante da Rebirth, onde Julih protagonizou a cena da Teco Teco. E o pior é que isso já era planejado há quatro meses pela atleta que já tinha em mente a economia que deveria fazer para puxar tal armamento.

"Nosso coach chegou em mim e falou em um treino: 'Julih, puxa teco aí e vê o que você acha. Se tu gostar, a gente vai lançar o meta.' Gostei muito do treino, achei bem versátil e tranquilo de jogar com ela. Treinamos por uns 4 meses com ela no time, então eu me preparava pra fazer economia pra ela e foi assim."

Porém, a semifinal lower foi contra a FURIA e as panteras atropelaram as serpentes, finalizando a partida em dois mapas a zero. Ainda faltava a grande final da BGS Esports, mas novamente a FURIA seria a pedra no sapato e venceu a Severe por três mapas a zero.

Julih conta que a equipe tinha alguns objetivos no ano de 2020, sendo o principal, a vaga na Liga Desafiante da Gamers Club, além de alcançar o topo do cenário feminino. Entretanto, isso não acabou se concretizando. A atleta diz que isso não foi possível nos detalhes.

"Acho que foram mais nos detalhes. Quem erra menos leva e os detalhes nos momentos que importavam contaram bastante contra a gente. Acredito que uma boa preparação esse ano novamente e constância nos levará ao topo."

Mesmo assim, ela afirma ter tido o ponto mais alto da carreira, por conta das realizações que teve ao longo do ano e diz também que teve um excelente time ao seu lado.

A 6ª MELHOR JOGADORA DO BRASIL


Conquistas coletivas e individuais de julih | Arte/DRAFT5


Durante todas as competições que disputou, Julih sempre esteve entre as destaques. Sua melhor atuação foi no closed qualifier da GC Masters Feminina I, onde a atleta foi a principal jogadora da competição, tendo 1.52 de KDR e uma taxa de 41% de HS.

No primeiro Major feminino, mais uma vez ela teve destaque, sendo EVP da competição. Com o KDR de 1.19 e 34% de taxa de HS, ela foi um dos destaques da competição mais importante do cenário feminino. Teria destaque também nas Ligas Femininas do 3° e do 4° trimestre, além de também ser destaque da segunda edição da Gamers Club Masters.

Todas estas realizações lhe renderam 25,8 D5 Points, algo que lhe favoreceu na hora de ficar acima de outras jogadoras mais rodadas do cenário.

QUEM PODE SURPREENDER EM 2021?


Ao início de cada temporada, o público fica na espreita para saber quem será a nova "revelação" ou quem se destacará diante das demais e Julih fez suas previsões. Segundo a atleta, bokor, Natália "daiki" Vilela e Luana "Arkynha" Archanjo podem ser as surpresas do no cenário feminino.
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