Após quebrar tabu histórico da paiN, capitã da Isurus comenta alívio: “Tirou um peso das costas”

Capitã argentina carrega a responsabilidade de ser a única equipe da Argentina

por Abner Bento / 05 de Out de 2019 - 23:43 / Capa: Rafael Veiga/DRAFT5
Em noite de zebras no GIRL GAMER Festival, a Isurus Gaming cumpriu a dura missão de derrotar a paiN Gaming, invicta nas LAN’s brasileiras desde 2017. Com a vaga na final, a equipe argentina enfrentará a INTZ pela vaga nas finais globais do torneio, realizadas em Dubai, nos Emirados Árabes.

Em entrevista para a DRAFT5, a capitã e destaque da equipe Julieta "khizha" Grillia falou sobre os treinos contra as equipes brasileiras, a quebra desse enorme tabu e o peso de serem as únicas mulheres em seu cenário local.

Nós trabalhamos muito para ganhar da PaiN. Essas últimas duas semanas foram super importantes para poder fechar essa ideia de como temos que jogar contra elas e, a todo momento da competição online, fomos ficando mais próximas dos resultados delas: primeiro, era muita vantagem, depois, mais ou menos e, daí, um dia, chegamos a ganhar depois de muito trabalho, mas nos custou muito”, afirmou.

Como a maioria dos times femininos sem um calendário fixo para trabalhar, as jogadores também disputavam a maioria dos torneios de casa. Para esse campeonato, porém, as argentinas vieram ao Brasil e contaram com a colaboração de uma velha conhecida do cenário.

“Nós não temos Gaming House, jogamos cada uma em sua casa mas, para o torneio de hoje, fizemos um bootcamp de duas semanas aqui, no Brasil, em São Paulo, nos escritórios da W7M, que nos emprestaram, por sorte, para podermos jogar todas juntas e nos preparar para esse torneio”, revelou.

Sobre os treinos, a capitã lembrou que costumam enfrentar as brasileiras, mas também times masculinos daqui e da Argentina. Quando o assunto foi para o cenário local, a realidade mudou um pouco de figura. Segundo khiza, a Isurus segue como única equipe feminina na Argentina com um time estruturado.

“Na Argentina, não têm equipes, apenas nós. Na realidade, uma equipe da Malvinas feminino que hoje em dia já não estão juntas. Creio que estão formando uma equipe, mas, por hora, somos apenas nós, na Argentina”, comentou.

Assim como o time masculino, vir ao Brasil é um sonho para as meninas da Isurus, embora esse projeto não esteja tão próximo de acontecer. Apesar disso, a jogadora se disse surpreendida por tantos brasileiros apoiando uma equipe estrangeira.

“Eu me surpreendi. Pensei que ia estar de visitante e que todo mundo apoiaria a PaiN, mas tínhamos muitos brasileiros torcendo por nós. Claro que não conseguíamos ouvir nada, mas, quando ganhamos o round, foi surpreendente”, relatou.

Naturalmente, bater as até então invictas enche de confiança até o mais cético torcedor. Para a grande final contra a INTZ, khiza vê equipe embalada pela vitória na semifinal.

“Nós ganhamos da PaiN depois de tanto tempo e isso nos tirou um peso das costas. Tivemos certeza de que fizemos o que podíamos e, depois de termos tido tanto trabalho e conseguir concluir o objetivo. Contra a INTZ, já jogamos e treinamos contra elas várias vezes, fomos em torneios e até já ganhamos jogos delas. Só precisamos jogar com confiança e tranquilas”, finalizou.

A final do GIRL GAMER Festival acontece neste domingo (6), às 15h. A campeã terá o lugar garantido nas finais do torneio em Dubai, nos Emirados Árabes.  A decisão do 3º lugar abre o evento e será feita entre paiN e Vivo Keyd às 10h.
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